Qual seu nome?

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Que sensação estranha..

Por um breve deslumbre do tempo, olhei para o cara ao meu lado e franzi o cenho tentando me lembrar quem ele parecia, ele não me era estranho.. mas também não sabia se era coisa da minha cabeça, afinal eu via muitas pessoas já que trabalhava em um hotel.

Neste momento notei que a caminhada até o restaurante estava se tornando longa demais, talvez seja pelo fato de estar acompanhada de alguém que conheci a alguns minutos atrás e que caminhávamos em um total silencia tenebroso um ao lado do outro.

Nem notei que continuava o encarando, foi quando ele se virou para mim e me pegou o encarando descaradamente, nem preciso dizer que virei meu rosto no mesmo instante.

Acho melhor nem pensar também na risadinha que ouvi ele dar quando eu me virei para frente.

Eu realmente fiquei sem graça agora.. Então precisava preencher essa lacuna que se chama silêncio, talvez uma pergunta?

_ Tudo bem? - Perguntou antes que eu pudesse falar algo.

_ Sim, porque não estaria? - Burra, burra, burra!!

_ Por nada, só que eu posso estar enganado mas eu acabei de te pegar olhando para mim. - Aí que maravilha, aonde que eu envio minha cara agora?

Vai menina, resolve isso, fala alguma coisa.. pensei comigo mesma.

_ É que eu acabei de perceber que não sei seu nome. - Falei a primeira coisa que me veio à mente.

Nesse mesmo instante notei ele coçar a cabeça, algo que eu acredito ser mania dele, porque desde que nos vimos ele já coçou a cabeça umas quatro vezes, será que ele tem piolho? Porque toda hora ele fica coçando os miolos, eu em.

_ É.. João. - Respondeu e assenti. Bom pelo menos agora eu sei que não o conheço, nem conheço nenhum João mesmo.

_ Legal. - Falei deixando o assunto morrer, e caminhamos novamente em silêncio até o restaurante.

_ Nossa quanta gente! - João exclamou realmente chocado pela quantidade de pessoas naquele lugar, e confesso que até eu fiquei surpresa, hoje estava mais lotado do que os demais dias.

De fato nunca havia visto esse restaurante tão cheio dentro desses três anos em que trabalho aqui, mas hoje estava um verdadeiro formigueiro.

Olhei para todos os lados em busca de encontrar Brenda que deveria estar em apuros pelo meu sumiço, foi quando por uma fração de segundos passei meus olhos exatamente aonde ela estava.

A coitada estava se cagando de medo se bem conheço ela, já que ela estava com uma bandeja em mãos da qual estava tremendo. Ela a conduzia em direção a uma mesa então resolvi que chegaria nela antes que ela chegasse na mesa.

_ Eu tenho que trabalhar João, foi legal te conhecer e me desculpe pelo olho, Tchau. - Falei dando tchau com as mãos para ele, antes de sair correndo em direção a Brenda.

Lembra que eu disse que aqui estava parecendo um formigueiro? Pois bem, e quem disse que eu conseguia passar pelas pessoas a tempo?

_ Com licença.. - Pedi ao topar com uma mulher e ela foi mais para o lado, assim eu consegui passar por ela. Porém, logo a frente encontrei mais trezentas pessoas dificultando minha passagem.

Por um instante parei aonde eu estava e notei que a mesa em que ela havia parado estava apenas um senhor e uma moça, então fiquei aliviada por não ser a mesa do tal jogador que iria chegar.

_ Desculpa moça.. - Um senhor falou ao esbarrar em mim.

_ Tudo bem. - Respondi com um sorriso o deixando passar.

Minha Estrela Cadente - João FélixOnde histórias criam vida. Descubra agora