Aquele canalha

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[ ... ]

João veio em minha direção e quando chegou perto, passou os braços ao meu redor e me puxou para um abraço apertado.

Ele não disse nada, mas conseguia sentir seu coração batendo rápido de encontro ao meu.

_ Vou tomar um banho e lavar o rosto, afinal.. eu não fiz isso hoje. - Fred disse e senti João balançar a cabeça concordando, ainda abraçado comigo.

_ Eu vou acabar com aquele cara.. - João sussurrou e me afastei um pouco olhando para ele.

_ João. Você é melhor do que ele, não faz nada, por favor. - Pedi mesmo sabendo que não iria adiantar em nada o que eu estava pedindo.

_ Meu amor, eu não vou deixar ele se safar dessa. Eu ouvi o que ele falou para você, Sophie. Naquela hora eu surtei por não conseguir fazer nada, eu não vou conseguir dormir até falar com ele.

_ Eu resolvi, João. Brigar não vai adiantar nada. - Foi então que ele se afastou do meu abraço e foi até o sofá, se sentou e colocou as mãos na cabeça tombada para frente.

_ Ele não merece sair impune, pelo menos um soco eu tenho que dar, um não, vários para fazer a cara do desgraçado sangrar.

_ E depois? Não vai adiantar em nada, você só vai se complicar.

_ Você não entende. Ele mexeu com você e ainda a Cecília estava na mesma casa. E se ela e Fred não estivessem lá? O que ele teria tentado? Se ele.. ahh se ele tocasse em você, ele seria um cara morto agora.

_ Eu sei, mas.. não aconteceu nada.

_ E se tivesse acontecido? - Ele estava puto, mas eu não tirava sua razão, afinal ele estava certo por estar assim.

_ Não importa, é passado. Temos que viver o agora, se preocupar com o que poderia ter acontecido não vai mudar o que aconteceu.

_ Eu sinto muito, mas eu não vou esquecer. - Respondeu balançando a cabeça e olhando para frente evitando contato visual comigo.

Então encostei minha cabeça em seu ombro e com a mão direita coloquei ela em cima da sua perna tentando acalma-lo.

_ Estou puto e ainda estou bravo com você agora. - Ele disse e levantei a cabeça no mesmo instante.

_ Bravo comigo? O que eu fiz? - Perguntei e ele não me olhou e ainda começou a tremer a perna como sinal de ansiedade. _ João? - Perguntei querendo uma resposta e ele fez um bico com a boca. _ Não me ignora, responde. - Falei e ele me respondeu sem olhar para mim.

_ Você está defendendo aquele canalha. - Era só o que me faltava.

_ Não estou defendendo ele, estou protegendo você de tentar qualquer coisa e terminar mal para você mesmo.

_ Não tenta justificar, eu ainda estou bravo. - Murmurou olhando para baixo e ainda com um bico enorme na boca.

_ É sério? Vai ficar assim agora? - Perguntei cruzando os braços e ele cruzou os braços também e olhou para mim assentindo.

_ Vou. Até você deixar eu bater nele.

_ É? - Perguntei e ele assentiu balançando a cabeça ainda bicudo.

_ Sim, você tem que entender que minha mulher e minha cunhadinha são tudo para mim, não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com vocês duas.

_ Já falei que não aconteceu nada, tirando que eu dei um tapa na cara dele. Então eu já me vinguei.

_ Você deu um tapa nele? - Perguntou olhando para mim com a boca aberta.

_ Sim. - Eu mesma não acreditava que havia feito isso.

Minha Estrela Cadente - João FélixOnde histórias criam vida. Descubra agora