Há três anos atrás.
Desde pequena, odiava hospitais, de certo não tinha uma boa recordação deles. Eram sempre sujos, tristes e mal assombrados para mim.
Todos os que pisei até hoje, tinham algo em comum, como: Um acidente, um corte, um tiro, um grito, um choro e o pior de todos, o último suspiro de vida.
Meu coração se apertava toda vez que eu andava pelos corredores de um hospital. Mas para a minha sorte, que no caso não era nenhuma, porque nunca tive sorte em nada em minha vida.
Eu me encontrava dentro de um metrô, indo para o Hospital mais caro do Rio de Janeiro, Hospital São Lucas Copacabana.
Ao olhar para fora do metrô, via as casas, pessoas, trânsitos, tudo e mais um pouco. Na tentativa de não deixar os pensamentos ruins me dominarem, coloquei uma música em meu fone de ouvido.
Mais como eu havia dito, eu não tinha sorte e minha playlist eram todas de músicas tristes que me deixavam mais triste do que antes. Enfim, nada mudava.
_ Você se incomoda? - Um senhor de oitenta anos perguntou, ao ver o banco ao meu lado vazio e balancei a cabeça indicando que não havia problema.
Olhei para a minha frente e me lembrei do motivo de estar indo para o Hospital. Francisco acredito que o primeiro amor de minha mãe, havia obrigado Carlos a levar ela até lá, já que ele tinha um convênio com o hospital por trabalhar no Famoso Copacabana Palace.
Carlos não gostou nada, mais foi obrigado após eu chamar a ambulância.
Após dez minutos dentro do metrô, ele chegou na minha estação e não liguei em sair correndo pelas pessoas, eu precisava chegar o mais rápido possível até lá.
Fui correndo mesmo, da estação até o hospital não era tão longe, mais mesmo que fosse, eu não ligaria em correr.
Assim que adentrei no hospital, recebi alguns olhares das pessoas mas os ignorei. Foi quando ouvi Cecília minha irmã de um ano e três meses, chamar por mim.
_ Soso!!! - Assim que me virei na direção do som, meu coração errou as batidas, ela estava nos braços de Carlos, o homem que havia feito tanto mal a minha mãe.
Corri em direção a eles e sem perguntas, a tirei do colo daquele homem.
Cecília e eu sempre fomos muito próximas, não era atoa que Sophie foi o primeiro nome que ela falou. Embora enrolado, ela própria inventou um apelido para meu nome.
A três meses atrás minha mãe sofreu um acidente doméstico, segundo as autoridades compradas pelo homem a minha frente.
A verdade era que ele havia causado o acidente que fez ela ficar em coma nesses últimos meses. Mais ele se safou após pagar seus colegas na polícia para limparem sua barra.
Desde então ele nunca mais voltou para casa, confesso que agradeci eternamente, até porque eu morria de medo dele e não o queria nem meio metro perto da minha irmã, de mim e de minha mãe.
Me lembro de levar três pontos nas costas após discutir com ele, mais eu não quero pensar sobre isso agora.
Após olhar para a minha frente, avistei o médico responsável pela minha mãe vindo ao nosso encontro.
_ Estava aonde que demorou tanto tempo? Você sabe que não gosto de cuidar dela. - Falou ríspido, mais o ignorei, foi quando o médico parou em nossa frente.
_ Por favor doutor, me diga o que tem de errado com a minha mãe? O senhor disse que ela iria acordar logo. - Perguntei ansiosa pela resposta, mais ele simplesmente me ignorou.
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Minha Estrela Cadente - João Félix
RomanceSophie Rodrigues, era apenas uma adolescente quando sua mãe teve os aparelhos que a mantinha viva desligados. A menina não sabia o que fazer, seu pai era um homem mal, ela tinha que cuidar da sua irmã de apenas um ano e três meses e não sabia nem...