5. Memórias

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Mídia = mini Luka e mini Okane

LUKA

"Oscar..."

O nome dele é Oscar.

Esse nome é o mesmo do garoto que eu conheci quando pequeno, meu primeiro amigo...ouvir esse nome outra vez, após tanto tempo, só me deixou ainda mais confuso, ainda mais depois do que aconteceu ontem, porque eu senti que já  conhecia o tal Oscar de algum lugar.

Mas não deve ser o mesmo, só tinha alguma coisa parecida. O pai dele matou meu avô e o seu nome passou a ser proibido na minha casa, desde que tudo aconteceu. Tive que empurrar bem pro fundo da minha memória todas as lembranças dessa pequena fase da minha infância com esse garoto, mas de vez em quando, ainda lembro de uma ou outra coisa, principalmente quando preciso de um refúgio.

Nesse caso, sempre corro para o lugar a qual nós sempre íamos. É dentro da propriedade da minha casa, uma árvore que tinha as iniciais L+O gravadas. Ninguém além de mim sabe da existência disso, até porque, seria vergonhoso descobrirem que Luka Colucci se sente seguro quando olha pra duas iniciais idiotas gravadas numa árvore qualquer na sua casa, apegado a memórias de um tempo que não existe mais, com uma pessoa que também não existe mais.

Pronto, não é a mesma pessoa. Fim de papo. Só aí, eu me concentro em olhar de novo com cara de desgosto pra aquele merdinha e pro meu pai. Quem deu a ele o direito de decidir alguma coisa sobre a minha vida? Eu não preciso de um segurança pra me proteger. Dou conta de mim sozinho muito bem. Aí agora, vou ter que andar com esse cara a tiracolo pra cima e pra baixo?

Isso porque eu nem mencionei que nós dois nos conhecemos na festa e que ele foi demitido por minha culpa.

— Oooii! Eu ainda tô aqui, tá legal? – Digo debochado– E não me lembro de ter concordado com essa palhaçada!

— Pois eu me lembro muito bem de ter dito que, aqui, você não tem escolha, Luka. Para de birra! Você vai ter um segurança particular sim e vai andar com ele pra cima e pra baixo sim!

— E mais o que? Dormir com ele no mesmo quarto? Tomar banho com ele junto? Porque é só o que tá faltando! – digo.

— Não chega a tanto, Luka. Mas...acho que realmente vai ser necessário ele se mudar pra nossa casa.

— Que!?– perguntamos os dois ao mesmo tempo.

— Senhor, eu acho que...– Oscar ia dizer, mas meu pai o interrompe.

— É claro que é necessário. Você vai precisar estar de olho nele por bastante tempo. Nada mais prático que morar sob o mesmo teto. Temos dependências de funcionários, assim como comida e bebida para todos. Você não precisa se preocupar com isso.

— Tá bom então...– Oscar diz e consigo perceber um leve sorriso na sua feição, o que só me deixa mais irritado. Ele paga de  bom moço, super humilde, mas tá adorando todas as regalias que o meu pai oferece em troca dos seus serviços de segurança.

No fim, todos são iguais quando o assunto é dinheiro mesmo.

— Bom, Oscar, então já que estamos conversados, acredito que possa começar agora mesmo. Vou pedir que deixem um uniforme de segurança separado pra você, no provador. Quando tiver um tempo, vou marcar uma hora com o Gus, assessor jurídico da empresa, pra que você entregue seus documentos e ele faça seu contrato com a empresa.

— Tudo bem. Muito obrigado, de verdade. – e se levanta, apertando a mão do meu pai e sorrindo pra ele enquanto sai da sala, provavelmente indo trocar de roupa.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora