33. Desfecho

147 12 18
                                    

LUKA

Acordo num lugar estranho. A última coisa de que me lembro foi de estar no estacionamento do shopping e ter sido cercado por um carro e uma moto. Colocaram um pano na minha boca e eu desmaiei.

— Olha só quem acordou...– e escuto uma voz conhecida falar de alguma parte daquele lugar escuro. Gus.

— O que...o que eu tô fazendo aqui?– pergunto me sobressaltando ao vê-lo.

— Ora, garoto! Achei que você fosse mais esperto...— diz.

— É, que foi você que matou meu avô eu já sei. Eu sempre soube e nunca confiei em você. E também sei que foi você que roubou o dinheiro da empresa! E usou o Jaime pra encobrir seus crimes.– ele continua me olhando, nada surpreso por eu saber disso.– Espera...foi você! Você foi o mandante do meu quase sequestro, você foi o causador da explosão, foi tudo você.

— Eu mesmo. Todos esses anos, esperando, espreitando...

— Roubando...– completo.

— Até chegar a hora da minha cartada final. Mas então aquele...garoto apareceu. O filho do Jaime Negrete. Tentei manipular ele, mas é claro que não deu certo, porque ele se apaixonou por você! Eu já deveria estar longe desse país há muito tempo...

— E por que ainda não foi?

— Não é tão fácil sair do país sem levantar suspeitas. Além do mais, eu ainda tenho que acertar as contas com o seu namoradinho...

— O que você vai fazer com ele?— me desespero e ele ri.

— O ponto fraco da família dele é justamente amar demais, garoto. Tanto ele quanto o pai fazem qualquer coisa por amor. Acreditar num bilhete falsificado ou que vai conseguir salvar você de um sequestro quando, na verdade ele sempre foi o alvo. Desde o começo...– diz olhando pra uma faca que segurava nas mãos. A arma que ele usou pra matar o meu avô, que desapareceu no dia do assassinato.

O plano dele não é tirar dinheiro do meu pai, ou conseguir ajuda pra sair do país. Ele já poderia ter feito isso. Ele quer se vingar do Oscar. Ele quer matar ele.

OKANE

Assim que chego ao Empório, corro direto até a sala do Marcelo, pouco me importando se me veriam por ali. Eu só precisava chegar até ele logo, pra podermos ir atrás do Luka, ou esperar alguma notícia.

Quando entro na sala, já havia uma equipe da polícia ali.

— Oscar! Como assim meu filho foi sequestrado?— pergunta assim que me vê entrar na sala.

— Eu...fiquei esperando por ele no shopping. Como não veio, decidi ir procurar. Quando cheguei no estacionamento, vi o celular dele no chão e o carro parado lá. Vocês já...conseguiram descobrir alguma coisa?

— O Gus estava por trás de tudo. Esse tempo inteiro. O quase sequestro do Luka, no dia que você o salvou e a explosão no desfile foram arquitetados por ele. Ele sabia que o cerco estava se fechando e simplesmente fugiu. Ele não veio trabalhar hoje. Ele já tinha tudo pronto e esse seria o ato final...– Marcelo diz.

— Mas, se ele já tem o que queria, por que sequestrou o Luka?– pergunto.

— Para ter condições de sair do país, levando todo o dinheiro que roubou todos esses anos sem ser rastreado.– o delegado diz– Ele vai entrar em contato em breve, falando das condições pra liberar o Luka. Basta que vocês aceitem as condições e nós faremos o resto.

— O Gus não vai sair impune dessa né? – pergunto.

— Não deixaremos isso acontecer...— O policial me assegura. O Gus já me tirou tanta coisa. Ele tirou a vida que eu teria com o Luka se nossos pais tivessem ficado juntos, tirou minha convivência com meu pai, tirou a minha própria paz durante quinze anos, buscando essa vingança cega contra alguém que nunca foi culpado...ele não pode me tirar o Luka também.— Tudo que a gente pede a vocês é que tenham paciência e confiem no nosso trabalho. Faremos o possível para trazer o Luka de volta.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora