12. Piscina

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OKANE

Ele...me beijou?

Tipo, nossos lábios realmente se encostaram um no outro e eu...gostei?

Estava, mais uma vez, esperando todos dormirem e a casa ficar silenciosa pra invadir o escritório do Marcelo de novo, pra tentar abrir aquela gaveta que ele mantém fechada, quando vi a ligação do Luka. Estranhei, achando que ele estaria no quarto, ou numa daquelas escapadas que ele sempre dá pra ir "naquele lugar" e, portanto, não precisava de mim "na cola dele", como ele vive dizendo.

Por isso, me surpreendi quando ouvi a voz da Jana, pedindo que eu fosse buscá-lo na festa para a qual ele tinha fugido e, é claro, que fiquei puto. Ele continuava se comportando como um garotinho mimado e birrento, coisa que ele não era nem quando a gente era criança.

Não pensei antes de sair correndo da casa, pra ir buscar ele na festa, que Jana disse onde era. Mal me lembrei de que planejava invadir o escritório de novo. Só o que me interessava era ir atrás do Luka de uma vez e trazer aquele maluco de volta pra casa, antes que eu tivesse problemas com isso.

Não foi fácil achar um Uber naquela hora, mas consegui e dei o endereço da festa. Ao chegar, Jana já me esperava com ele na porta. Já cheguei logo questionando o que ele pensava que estava fazendo e depois que a Jana nos deixou, ele ainda teve a audácia de dizer que a culpa foi minha.

E aí ele me beijou. E eu acho que perdi completamente a noção do tempo e espaço quando isso aconteceu, tanto que não estava nem acreditando no que aconteceu.

E acreditei menos ainda quando ele vomitou em cima de mim, me olhando chocado. E começou a chorar.

— Aaaah meu Deus eu...me desculpa!– diz com a voz enrolada pela bebida.– Eu sou muito burro mesmo. Veste a minha blusa!– Grita, já começando a puxar a sua blusa pelo pescoço, querendo tirá-la na frente de todo mundo, até do motorista do Uber, que ainda nos esperava.

— Não...não faz isso. Acho que você já nos causou problemas demais por hoje. Vamos embora. Anda!— digo e o puxo até o carro, tentando me limpar como consigo de todo aquele vômito. Ele ainda estava chorando.

— Eu te...odeio!— diz dando um soco no meu peito quando já estamos no Uber – Por que você faz isso comigo?

— Meu Deus do céu. Eu não vou discutir contigo porque você tá bêbado. E muito menos levar a sério as merdas que você fala. – digo, tentando não pensar no beijo que ele me deu, aceitando que isso só aconteceu porque ele bebeu.

— Mas eu quero discutir! Eu quero...socar a sua cara. E quero te beijar. E depois te socar de novo porque eu te odeio! E eu me odeio porque...

— Por que?– pergunto, querendo que ele continue.

— Chegamos.– o motorista do Uber diz e me levanto pra tirar Luka do carro, pagando a corrida.

— Anda, Luka. Vamos entrar. Por favor, não faz barulho...

— Você não manda em mim. Eu faço barulho na hora que eu quiser! – diz e sai correndo, um pouco cambaleante, pela propriedade, até a piscina.— Eu vou tomar banho na piscina!– e mal diz isso quando começa a tirar as próprias roupas e se joga na água só de cueca.

"Senhor, dai-me paciência..."

— Luka, sai da piscina. Por favor. Vamos entrar. Tá frio...— digo, mas de finge não me ouvir. Não vejo outro jeito senão pular na piscina e tirar ele de lá.

— Você não tem ideia né?— pergunta.– Do que faz comigo?– e se aproxima, olhando para os meus lábios, mas me afasto.

— Você tá bebado, Luka. Não sabe o que está dizendo. Vem, sai daí. Você vai pegar um resfriado.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora