34. Finale

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OKANE

Luka e eu não perdemos tempo e entramos com o Marcelo na ambulância, onde são prestados os primeiros socorros a ele e tentam conter a hemorragia do tiro.

— Meu...pai vai ficar bem, não vai?– Luka pergunta pra um dos médicos que o atendiam.

— Estamos fazendo o possível pra isso. Mas ainda não sabemos a extensão dos danos que o tiro pode ter causado. Só saberemos no hospital.– diz e Luka me abraça, começando a chorar.

— Calma, amor. Ele vai ficar bem...— digo.– Seu pai é forte. Ele vai sair dessa.

Mas ele só me abraça mais forte e volta a chorar ainda mais e continuo abraçando ele enquanto chegamos ao hospital e levam o Marcelo numa maca, pra longe de onde estávamos.

— O que...pra onde levaram meu pai?– Luka pergunta.

— Pra sala de cirurgia. Precisamos retirar a bala que ficou alojada. Aí poderemos verificar a extensão dos ferimentos...– o médico diz.— Em breve, vamos dar mais informações mas é só isso que eu posso dizer por agora...– E some do corredor, deixando nós dois ali.

— Ei, Luka, você precisa se acalmar...— digo pra ele, que ainda estava chorando.— Por favor. Te ver chorando assim dói em mim. Eu também tô preocupado com o seu pai, mas os médicos estão cuidando dele. E como você tá? O Gus te machucou?

— Não...ele não fez nada comigo. Era ele que tava por trás de tudo. Do meu quase sequestro, da explosão no desfile...

— Eu sei. Os policiais contaram tudo.

— Ele queria te matar, amor. Se não fosse meu pai naquela sala, seria você...

— Eu preferiria. — confesso – Talvez você não estivesse sofrendo tanto assim...

— Não fala isso nem de brincadeira. Eu estaria pior. Meu pai é toda a família que me restou, eu amo ele. Mas você...É o amor da minha vida, Oscar. Perder você não tá nos meus planos. Eu não ia conseguir viver sem você, menos ainda sabendo que o Gus conseguiu exatamente o que queria...– diz e me abraça.– Ele...disse que o mal da sua família é que vocês fazem de tudo por amor. Seu pai e você. Ele confessou que forjou o bilhete com a letra do meu pai e sabia que eles eram apaixonados. Ele usou isso pra acabar com eles. E quase fez o mesmo com você.

— Eu não acho que amar seja o nosso mal. Muito pelo contrário. Graças ao amor que os nossos pais sentiam um pelo outro foi que a gente se conheceu. E graças ao amor que a gente sente um pelo outro, foi que, além de saber disso, nós também encontramos o verdadeiro culpado pelo assassinato do seu avô. O próprio Gus. Isso não é mal. Amar é o que nos mantém vivos.

— E sera que vai manter o meu pai vivo? Ele pediu pra ser enterrado do lado do seu pai...— Luka diz, começando a chorar de novo.

— Hey, isso não vai acontecer...Seu pai vai sair dessa, Luka. Vamos confiar no trabalho dos médicos.– digo abraçando ele.

— Eu te amo. Obrigado por estar aqui...

— Eu vou estar até o fim...– digo— E eu também amo você.

E ficamos os dois, ali esperando alguma notícia do Marcelo por horas a fio. Luka, mesmo relutante, acaba adormecendo no meu ombro, mas eu continuo acordado.

— Família do Marcelo Colucci?– o médico, recém saído da sala de cirurgia fala e Luka desperta na mesma hora.

— Somos nós!– ele diz e se levanta, comigo atrás.– Como meu pai tá? Ele vai ficar bem?

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora