8. Promete?

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OKANE

— Vou perguntar de novo. O que você tá fazendo Aqui?– Luka repete a pergunta que me fez assim que cheguei no mesmo lugar que ele, mas eu ainda estava paralisado olhando pra trás dele, a árvore com as nossas iniciais ainda ali, intacta depois de quinze anos. Ele estava parado em frente a ela. E isso só poderia querer dizer que ele também se lembrava de mim e dos nossos momentos juntos na infância.— Você tá surdo?

Só depois que ele diz isso, é que saio da espécie de transe que estava, depois de constatar tudo aquilo sobre ele.

— Eu...vi você entrando no bosque, sozinho. E fiquei preocupado, já que meu trabalho basicamente é manter você vivo e em segurança. Aí eu...resolvi te seguir.– explico o que era verdade. – E te encontrei aqui.

— Então agora que você já viu que eu tô bem, que tal dar meia volta e voltar pra casa?

— Cê...tem certeza que é seguro? Eu...posso ficar aqui contigo, se quiser.

— Pelo amor de Deus, garoto. Me deixa em paz! De um dia pro outro eu literalmente perdi a minha liberdade por causa de um sequestro maldito e fui obrigado a ficar com você no meu pé o dia inteiro! Será que eu não posso ficar sozinho no único momento da porra do meu dia em que eu tenho essa chance?

— Tá bom então. Se quer ficar sozinho, tudo bem. Eu volto pra casa. Mas, se você não voltar, eu venho atrás de você.

— Relaxa...esse lugar tá cheio de seguranças. E embora meu pai não acredite nisso, eu sei me virar bem sozinho. Agora sai! Anda!– diz e levanto as mãos em rendição.– E caso perguntem, eu tô no meu quarto, ou sei lá. Não conta pra ninguém que me viu aqui!

— Tá...bom!– digo e dou as costas pra ele, fazendo o caminho de volta pelo bosque até a casa, mas ainda pensando no que acabei de ver, o que me traz outra memória...

Flashback on

— Oscar!– escuto a voz de Luka enquanto estou de olhos fechados, deitado na sombra da árvore. Ia fingir que estava dormindo, mas sinto ele dar um cutucão no meio das minhas costelas e solto um gritinho.– Sabia que você não tava dormindo!

— Isso doeu!– digo passando a mão no local onde ele cutucou.

— E depois você diz que eu que faço drama...– Luka diz e depois dá um beijo na minha bochecha– Desculpa. Mas é que eu tô cansando de ficar aqui sem fazer nada. Você não tá?

— Não!– digo dando de ombros.— E quando você começa com essas ideias, é quase certeza que você vai acabar todo ralado no chão e chorando. Eu não gosto de te ver chorando...

— Dessa vez eu juro que não vou me machucar!– diz.– Olha o que eu trouxe aqui! Peguei do jardineiro...

E me mostra uma das faquinhas do jardineiro na sua mão.

— O que você vai fazer com isso? – pergunto e ele se levanta, andando até a árvore e começando a fazer uma espécie de desenho, que logo percebo se tratar de um coração.

— Isso aqui!– diz.

— E por que tá fazendo isso?— pergunto de novo.

— Ah, sei lá. Esse aqui é tipo...o nosso lugar. Pra onde a gente sempre vem quando você tá aqui, o que é quase todo dia. Acho que é mais pra ter uma recordação de nós dois. Pra gente se lembrar um do outro caso... nos separemos algum dia.

— Isso nunca vai acontecer. Você é meu melhor amigo do mundo inteiro. Eu nunca deixaria você...

— Mas gravar o nossas iniciais vai ser legal, pra termos essa memória. Por favooor. Eu desenhei o coração e tudo.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora