Lo siento | Lukane

26. Lo Siento

OKANE

Luka desce a escada correndo e vem até mim, me olhando com atenção, querendo acreditar que o que ele viu não era verdade.

— Por favor, me diz que é mentira...– pede– Não é você naquelas fotos, né? Você não teria coragem de ter escondido isso de mim...– pergunta, perplexo, me olhando bem nos olhos.– Diz alguma coisa!– Grita alterado.

— Luka, eu...– Mas antes que eu termine a frase, Gus grita:

— É tudo verdade, Luka! O nome verdadeiro do seu segurança é Oscar Cabarra Negrete! Filho do Jaime Negrete. E sabe por que ele veio até aqui? Pra se vingar da sua família pelo pai dele ter ficado preso todo esse tempo! Ele odeia você, seu pai e toda a sua família e só se aproximou de vocês pra se vingar!

— Cala a sua boca!– Grito pra Gus.– Você me traiu! Você sabia de tudo, seu filho da puta! Luka, por favor me escuta...– olho pra ele– Vamos conversar...eu posso te explicar tudo!

— Vamos...pro escritório!— Marcelo diz, empurrando nós dois pelo corredor, até o seu escritório. – Ok, Oscar. Então...você é o filho do Jaime?

— Sim...– digo, porque não iria mais poder mentir nem esconder, depois do que todos viram lá.

— E você se aproximou de nós pra se...vingar porque seu pai foi preso?

— Meu pai foi acusado por um crime que não cometeu! Ele foi condenado e passou quinze anos na cadeia! Por sua causa.

— Então está me dizendo que acha que eu matei meu próprio pai? E coloquei a culpa no seu?

— E o que mais eu poderia achar? – pergunto.– Meu pai era inocente! Ele nunca seria capaz de matar o Alessio.

— Eu te garanto que eu nunca faria isso. Nunca seria capaz de matar o meu pai e menos ainda de acusar o Jaime! Mas eu lembro que o seu pai acreditou na mesma coisa que você. E me acusou, assim como você está fazendo...

— E por que você nao pergunta pro seu advogado o que ele acha? Ele sabia de tudo sobre mim e até me ofereceu ajuda! E olha só, pra ele também foi você que matou seu pai...— Cuspo as palavras.– Eu realmente me aproximei de vocês pra me vingar. Achei que só assim eu poderia ficar em paz, mas eu me enganei. Porque achei outra coisa que me faria muito mais feliz do que qualquer vingança...– digo olhando pra Luka, que me encara com indiferença.

— E o seu pai sabe disso? Foi ele que te mandou aqui?

— Ele morreu!– Grito.

— O que?– pergunta perplexo.– O Jaime morreu?

— Morreu...há quatro meses. No dia que ia sair da prisão, depois de quinze anos preso.– ele leva as mãos à boca.– Não haja como se você se importasse!

— Tá bom, chega!– Luka diz, saindo do torpor no qual ainda se encontrava.– Sai, pai. Preciso...conversar com ele a sós. – Luka diz para o pai, mas olhando pra mim.

— Tem certeza, filho? – Marcelo pergunta olhando pra nós.– Posso...deixar um segurança aqui...

— A sós...– Luka repete e Marcelo se dá por vencido, saindo do escritório. Só então me permito quebrar a distância entre nós dois, pegando em seu rosto

— Luka, por favor me escuta, eu posso explicar.

— Me solta agora! – ele diz, e se afasta do meu toque como se minhas mãos o queimassem.– Eu...quero entender. E só porque pedi pra falarmos a sós não quer dizer que eu esteja disposto a perdoar o que você fez. Então...tudo que a gente viveu era mentira?