20. Romance

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LUKA

Eu confesso que não estava acreditando nisso que estava acontecendo comigo. Tipo, ele realmente me disse todas aquelas coisas e me deu a transa mais gostosa que eu já tive na minha vida? Ainda parecia meio demais, mas eu não estava reclamando, muito pelo contrário. Se fosse um sonho prolongado demais, eu não quero acordar mais.

Eu fantasiei por semanas como seria quando e se, eu pudesse ter a chance de traçar os desenhos que tem em seu peito com as minha próprias mãos e não em sonho e foi tão melhor! E quando terminou, diferente do que ele vivia me dizendo que aconteceria, como mera desculpa pra não se entregar, eu não queria que parasse por ali. Eu queria mais, sempre mais.

Ele era como uma droga, me deixando viciado.

Acabo acordando antes dele e, como nunca me cansaria, começo a passar os dedos pelas tatuagens no seu peito. Ele era inteiro coberto por elas. Ele começa a rir e se mexe, acordando.

— Por que você gosta tanto das minhas tatuagens?— pergunta.

— Sei lá...eu meio que me imaginava fazendo isso quando pensava em você...– digo dando de ombros.

— Então...você tinha fantasias eróticas comigo, é?– pergunta rindo.

— Você não imagina quantas...E, se você deixar, posso realizar todas...– digo me aproximando dele, que recua.

— Antes a gente precisa de um banho...– diz.– Eu lembro muito bem do senhor na noite passada dizendo que não queria tomar banho porque tínhamos algo melhor pra fazer.

— Mas a gente ainda tem...— digo.

— Não! Banho. Agora!— fala e sai correndo pro banheiro, me deixando sozinho na cama.

— Seu chato estraga prazeres!– Grito quando ele sai do banheiro, mas entro logo após.– Ei, quer dar um passeio por Cancún? Nosso vôo é só no final da tarde...

— Mas e sobre a explosão? A gente não tem que prestar depoimento? Ou esperar as investigações?

— Meu pai vai cuidar disso...a gente não precisa ficar aqui, nem se preocupar...– digo.– Você...acha que tem algo a ver com o meu quase sequestro?

— Não sei. Mas que foi um acontecimento muito estranho, foi...Tenho a impressão de que foi um atentado. É muito estranho ter acontecido isso justo quando você estava aqui.

— Eu também acho. Mas quem poderia fazer algo assim? E, no caso, seria alguém querendo atingir meu pai?

—Não faço ideia. Acho melhor a gente deixar que os policiais invesE...como vai ficar o desfile?

— Bom, os figurinos que a gente usaria, assim como uma parte considerável da coleção queimou no camarim depois da explosão, então pode demorar meses pra conseguirem arrumar e pra ter outro desfile.

— Ah, bom. Entendi...Então...seus planos pra hoje incluem passear por Cancún?

— É. Você nunca veio aqui, não é? Achei que...ia gostar de conhecer.– digo.

— Eu adoraria.– diz e sorri, terminando de se arrumar e saímos do quarto do hotel, depois que eu também me arrumo.

Passamos o resto do dia andando de um lado a outro da cidade. Fiz questão de levá-lo a todos os lugares que achei que ele fosse gostar de conhecer, até os mais simples.

No fim da manhã, paramos na praia e nos sentamos pra ver o mar.

— Obrigado...— diz olhando pra mim— Hoje foi...muito especial pra mim.

— Que bom que voce gostou. Eu...realmente quero fazer bem pra você.– digo e ele sorri.

— Você tá sendo. De verdade.– diz e me dá um beijo.

—  Como...a gente vai fazer quando voltar?– pergunto, me referindo ao nosso retorno à cidade.

— A gente...pode manter isso em segredo por enquanto?– pergunta– Sabe, todo aquele lance do seu pai ser meu chefe e tal...

— Pode...mas só por enquanto, tá? Eu não nasci pra ser segredo de ninguém.

— Você não vai ser. É só por um tempo, até...eu me sentir pronto pra contar pra todo mundo.– diz e assinto.

— Aí, quer tomar um banho de mar?— pergunto.

— Sim!— diz e se levanta, tirando a camisa e faço o mesmo.– Quem chegar por último, deve uma água de coco pro outro.

— Fechado. Já vai preparando seu dinheiro aí...— digo.

— No três?– ele pergunta e assinto.– Três!— grita e sai correndo antes que eu raciocine.

— Seu filho da puta!— grito correndo atrás dele.– Isso não valeu!— digo como se não fizesse a mesma coisa desde os seis anos de idade, com o Oscar. Mas é humilhante ser pego no seu próprio truque.

— Mas é claro que valeu!— diz entrando na água comigo atrás. — Eu saí correndo no três. E você me deve uma água de coco.

— Eu te odeio!

— Não...você gosta de mim.– diz e sorri, se aproximando de mim pra me beijar, mas me afasto e jogo água nele, que revida e iniciamos uma guerra de água do mar.

No fim da tarde, pegamos o voo rumo à Cidade do México e, como já era de se esperar, Marcelo e Gus nos esperavam no aeroporto.

— Luka!– Marcelo diz, correndo até mim e me abraçando forte, olhando bem pro meu rosto.– Você está bem?

— Tô, pai. Não sofri nada. Eu tô bem...— digo e ele sorri, me abraçando de novo.

— Que bom. Eu fiquei muito preocupado!— diz.

Minha relação com meu pai era meio...estranha. Numa hora, ele realmente era meu pai, que me amava e se preocupava comigo, mas na outra, ele era um empresário frio e distante.

— Eu gosto quando você age como meu pai...– digo baixinho, mas ele escuta e assente, o que não quer dizer que isso vá impedi-lo se distanciar de mim em breve.

— O...Gus está cuidando de tudo pra solucionar o que aconteceu no desfile.

— Olha só, legal.– digo e olho pra Gus.— Agora, a gente pode ir pra casa? Eu tô cansado da viagem...

— Claro! O motorista tá esperando...– meu pai diz e assinto, pegando minhas coisas pra ir até o carro, mas paro ao notar a aproximação estranha de Gus e Okane.

Não é de hoje que eles dois estão próximos. Eu não gosto do Gus, nunca gostei e ver ele se aproximando do Okane não é algo que eu goste. Faço uma nota mental, pra não esquecer de falar com ele sobre isso. Não posso deixar que essa aproximação continue acontecendo, pelo bem do Okane.

 Não posso deixar que essa aproximação continue acontecendo, pelo bem do Okane

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Eles são TÃO lindos

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora