11. Bêbado

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LUKA

Meus amigos não demoraram a me responder, topando ir pra festa comigo, na noite seguinte ou seja, hoje. Emília até se ofereceu pra ver alguma boate bacana pra irmos e eu aceitei porque se tinha alguém que entendia de festas, esse alguém era a brasileira.

Já tinha terminado de me arrumar e só faltava mais uma coisa pra eu poder sair de casa: despistar o Okane e o meu pai.

Porque, é claro, se eu queria ir pra uma festa esquecer da existência do Okane, ele não poderia estar na minha cola. E quanto ao meu pai, bom, se ele percebesse que eu sequer estou cogitando sair sem o Okane, ele não vai me deixar sair.

Pedi pra Jana me esperar com o carro dela, um pouco antes da minha casa, já que eu nem sequer vou poder sair com meu carro sem chamar a atenção e ser barrado antes de chegar na rua. Me sinto um prisioneiro dentro da minha própria casa.

Abro a porta do meu quarto, tentando não fazer barulho e olho a do quarto dele, que também estava fechada. Passo pelo corredor da forma mais sorrateira que consigo e desço pela escada de serviço. Boa parte dos funcionários já tinha ido dormir, o que facilita a minha própria saída.

Uma vez fora da casa, corro pelo gramado e pulo o muro da propriedade, correndo até o carro de Jana.

— Achei que o seu segurança viesse junto...– diz, estranhando.

— Se viesse acha mesmo que eu pediria pra você vir me buscar?— pergunto colocando o cinto de segurança.

— Bem que eu achei estranho você não vir com seu próprio carro. Mas achei que você tinha que andar com ele na sua cola o tempo todo...– diz dando partida.

— Esse é o problema! Ficar com esse cara por perto o tempo todo tá me deixando louco!– digo.

— Ai. Meu. Deus!– exclama– Entendi tudo! Você tá a fim do seu segurança.

— Que a fim o que, Jana? Viajou, hein...Só quero...um tempo sem ele me seguindo, pra variar...

— Aham...eu lembro da interação de vocês no shopping. Aquela troca de farpas. Fora que eu já te vi dando uns olhares meio...suspeitos pro seu segurança.

— E você, eu imagino, é uma especialista em romances nao é? Tão especialista que não consegue sair do zero a zero com o Esteban! No dia que vocês dois fizerem mais que só se pegar, eu aceito seus conselhos!

— Eu hein? Que amargura! E pelo menos, eu admito o que sinto pelo Esteban, enquanto você, pelo visto, ainda tá no estado de negação!

— Ah, claro. E é capaz de, no estado de negação, conseguir beijar alguém mais rápido do que você beijar o Esteban. Eu devia ter pego um Uber...

— Olha que te deixar a pé é uma opção tentadora...– Jana diz, mas não para o carro ou o abre. – Mas não vou fazer isso, tá? No fundo eu tenho mesmo que tomar uma atitude antes que eu perca ele...

— Eu tô sempre certo, Jani. Agora acelera esse carro porque quanto mais tempo a gente passa no trânsito, menos tempo eu tenho pra beber e me divertir!– peço e ela faz o que eu digo. Não demoramos muito pra chegar ao local da festa. Dixon, MJ, Emília e Esteban estavam esperando por nós na porta.

— Achei que...o seu chaveirinho gato viria junto...– Emília diz e reviro os olhos

— Não mesmo. Nunca mais soube o que é sair sozinho desde que esse cara entrou na minha vida. Hoje eu consegui dar um perdido nele e no meu pai. Então, por favor...– olho pra Jana e MJ– Não botem tudo a perder.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora