17. Sangue

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LUKA

— Ei, Luka! Acorda. A gente chegou...— sinto cutucões no meu ombro e escuto a voz de Okane, um pouco distante. Abro os olhos aos poucos, passando a mão pelo rosto, boca e cabelos. Só então percebo que adormeci recostado no ombro do Okane.

Levanto na mesma hora, sobressaltado.

— É...desculpa, acho que peguei no sono...

— Eu percebi.

— Quanto tempo eu dormi?

— Bom, você pegou no sono bem quando o avião tinha acabado de decolar. Então, foi umas duas horas. Estamos sobrevoando o espaço aéreo de Cancun.

— Eu babei você?– pergunto, limpando de novo a minha boca.

— Não, não. Mas...você ronca um pouquinho..

— Que mentira!

— Como sabe se é mentira, se você não estava acordado pra se ouvir?– pergunta dando um sorrisinho.

— Eu sei que não ronco, tá legal? Eu sou Luka Colucci. Caras como eu não roncam.– digo simplesmente. Onde já viu, dizer que logo eu ronco? Só na cabeça desse maluco mesmo!

Ficamos esperando o avião pousar e volto a perceber Okane nervoso quando ele inicia o movimento de descida.

— Quer que eu segure a sua mão de novo?

— Não precisa se incomodar...– diz.

— Não é incômodo.– digo.

— Tá. Mas não precisa, tá legal? Eu tô bem...– diz respirando fundo e olhando pra janela. Reviro os olhos, com ódio por ele ser tão cabeça dura e por, mesmo assim, eu não deixar de me preocupar com ele.

Apenas me viro pro corredor, esperando o avião aterrisar e assim que ele o faz, não demoro a pegar minhas coisas e sair dali, com Okane atrás, é claro.

— Acho que vai...ter um carro esperando por nós.— digo pra ele, que assente quando pegamos nossas malas da esteira. Realmente, não demora muito até encontrarmos um rapaz com a plaquinha escrita: Luka Colucci parado na porta do aeroporto.

— Olá, senhor Colucci. Me chamo Sebastian Langarica e vou acompanhar vocês até o hotel...– diz e aperta minha mão.

— Muito prazer. Esse aqui é meu segurança.– aponto com a cabeça pro moreno ao meu lado.

— Oscar.— diz ele e o Sebastian sorri.

— Ah, claro. Eu soube do seu quase sequestro. Sinto muito.– fala, solícito.

— Obrigado.– digo sorrindo pra ele– Agora, acho melhor a gente ir né?

— Claro. Vamos!– ele diz e se acomoda no banco do motorista.— Pode sentar do meu lado se quiser.— diz pra mim.

— Tá. – digo e olho pra Okane– Você não se incomoda de ir sozinho atrás, né? Já que quer tanto assim um espaço...

— Imagina...— Ele diz e revira os olhos, entrando no banco de trás e sorrio pra Sebastian, entrando do lado dele na frente.

Ele dirige por alguns minutos e logo chegamos ao hotel. Os funcionários vêm buscar as malas, enquanto vou fazer o check-in.

— Oi, bom dia. Vim fazer o check-in.– digo pra recepcionista.— No nome de Luka Colucci.

— Ah, claro. Um quarto com duas camas de solteiro, é isso?— pergunta me olhando.

— Na verdade, tem como colocar uma cama de casal?– pergunto.– Olha, eu pago o que você quiser. — E coloco um bolo de dinheiro na frente dela– Só coloca a gente num quarto com cama de casal. Por favor...

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora