Prólogo

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OKANE

Quinze anos antes...

— Era uma vez um garoto que tinha tudo para ser feliz. Ele tinha pais maravilhosos que o amavam, uma avó que lhe mimava e vários amigos, que o queriam bem e estavam ao seu lado em tudo que precisasse. Mas aí...a mãe do menino morreu e seu pai precisou encontrar outro emprego. O garoto e o pai saíram de sua cidade, para outra. Lá, ele não tinha amigos, ou sua avó por perto. Apenas seu pai. E ele achava que isso ninguém o tiraria. Mas ele se enganou...

"O pai do garoto conseguiu um emprego e tudo estava indo às mil maravilhas, eles faziam planos, sua avó viria morar com eles e a família ficaria junta de novo. Até que...o chefe do pai do menino morreu. E o que antes era um sonho virou pesadelo quando o homem não só se tornou o principal suspeito, como foi preso por um crime que não cometeu."

— Você sabe quem cometeu esse crime, não é querido? – Minha avó pergunta quando ainda a olho com atenção. Ela estava contando a minha história ali, fazendo questão de me lembrar dia após dia, porque eu não tinha meu pai por perto. Tudo por culpa de uma única pessoa.

— Marcelo Colucci. – Respondo o nome da pessoa que eu mais odeio no mundo.

— Isso mesmo. Por culpa desse homem, seu pai está preso e pagando por um crime que não cometeu. Ele é o culpado por essa vida que nós temos hoje...

O culpado por eu não ter amigos, já que ninguém quer ser amigo do filho de um presidiário, o culpado por mim e minha avó estarmos passando dificuldades, o culpado por tudo.

Eu sei que uma criança de sete anos ter pensamentos tão ruins é um pouco problemático, mas não vou conseguir esquecer essa dor no meu peito toda vez que eu lembro que, por culpa de Marcelo Colucci, meu pai não está comigo agora. E mesmo que meu pai se recuse a dizer qualquer coisa sobre isso, eu sei que foi ele. E também sei o que deve ser feito.

— Quando eu crescer vovó, eu vou fazer esse Marcelo pagar por tudo que fez comigo, com a senhora e com meu pai. Pode ter certeza...

— Eu sei disso, meu neto. Você é o único que pode fazer isso por mim e por nós. Vingar seu pai e nossa família. Não tenho dúvidas. – diz e me beija na testa. – Agora durma e descanse. Amanhã temos que acordar cedo e teremos um longo caminho para visitar seu pai na prisão...

— Tá bom, vovó. Boa noite...- digo e viro pro lado, fechando os olhos e abraçando um ursinho de pelúcia que meu pai me deu de presente no último Natal que passou em liberdade, deixando uma lágrima cair.

Eu me vingaria dele, algum dia. O faria sofrer o que nós estamos sofrendo. E lhe tiraria uma por uma das coisas que ele amava.

Isso é uma promessa e vou cumprí-la até o fim.

Isso é uma promessa e vou cumprí-la até o fim

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Sim, Okane Baby já é revoltado, tadinho.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora