21. Briga

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LUKA

Mal chego ao meu quarto após o jantar  quando meu celular começa a vibrar desesperadamente e percebo que era uma ligação. Assim que o pego, percebo se tratar de uma chamada em grupo com Jana e Emília.

— Quer dizer que você foi pedir conselhos pra Emília e não pra mim?– Jana vai falando assim que eu atendo.

— Oi, Jani! Você soube que eu quase morri numa explosão lá em Cancún? Pois é! Mas eu tô bem sim, obrigado por se preocupar! E respondendo à sua pergunta, sim, eu pedi conselhos pra ela porque ela seria realista e não ficaria criando cenários românticos na mente, nem me dizendo:" eu te avisei" quando fosse contar.

— Ah, foda-se. A responsável pelo primeiro beijo de vocês dois fui eu e ninguém vai me tirar isso!— Jana anuncia vitoriosa.

— Como você sabe que a gente se beijou no dia da festa?

— Ora, Luka! Que tipo de amiga eu seria se te deixasse lá, sozinho, mesmo que tenha sido com seu segurança? Fiquei lá de dentro, escondida, olhando vocês e vi o beijo e...você vomitar nele!

— Que vergonha. E por que não me contou, sua vaca?

— Eu tava esperando você me contar mas aí você foi correndo pra dona Emília...

— Em minha defesa, nem eu entendi porque ele me chamou e me perguntei se você não era a melhor pro serviço.— Emília argumenta– Mas e aí, Lu? Fora a questão de você quase ter morrido o que, admito, foi bem grave mesmo, como você e o Oscar estão?

— Bom, sendo bem sincero, foi justo por causa dessa maldita, ou bendita, não sei, explosão, que ele finalmente resolveu me dar uma chance. Então...agora acho que posso dizer que estamos juntos, mesmo que ele tenha pedido pra manter...em segredo por um tempo.

— E tudo bem pra você?– Jana pergunta.

— Jani, agora que eu tenho esse homem, eu não perco ele por nada nesse mundo...

— Nossa, você tá muito apaixonado, credo!– Emília diz.

— Meu Deus! Que apaixonado o que, garota? A gente só...tá deixando rolar. Não é como se fosse terminar em casamento.

— Pra cima da gente, Luka Colucci? Nós duas sabemos que você nunca quis alguém tanto assim a ponto de não pensar em mais nada ou ninguém. Ou você esqueceu que era do tipo que pegava dois ou três numa festa? Desde que essa cara chegou, você só consegue pensar nele, se isso não quer dizer nada, eu não sei mais o que quer dizer!— Emília diz.

— Eu concordo, Lu. A gente te conhece bem demais pra saber que isso não é só um lance. É mais que isso...– Jana diz

— Tá, tá legal. Mas é que...ele é todo desconfiado, já não queria algo comigo sem qualquer compromisso, se ele souber que a dimensão disso pra mim é...Maior que a dele, pode ser que retroceda tudo.

— Pelo menos você não negou, né. E a gente te entende, de verdade. E estamos aqui pra você, sempre.— Emília diz.

— Eu sei e valeu por isso. Mas agora...eu realmente preciso descansar. Tá tarde...

— Descansar, sei.– Emília diz com malícia na voz.– Esse seu descansar, por acaso, dorme num quarto em frente ao seu?

— Ah, cala a boca Emília!— e desligo a chamada antes que ela ou Jana possam fazer qualquer comentário malicioso sobre eu não ter negado.

Realmente entro no banho e troco de roupa, mas não me deito na cama pra descansar nem nada, apenas ando discretamente até a porta e a abro, vendo se não havia ninguém pelo corredor. Estou me preparando pra atravessá-lo quando a porta em frente a minha é aberta e Okane passa a cabeça por ela, sorrindo surpreso ao me ver ali.

— Acho que...a gente teve a mesma ideia?– pergunto e ele assente.– Então, no seu quarto ou no meu?

— Bom, como parece que você teve a ideia primeiro e já ia vir pra cá, no meu...

— Justo!– digo e atravesso o corredor, sorrindo e fechando a porta do seu quarto, enquanto ele me beija, me levando até a sua cama.

— Então...você já estava com saudades?

— Claro. A gente mal se falou depois que chegou de Cancún! E...eu vi você conversando com o Gus.— digo, indo direto ao ponto sobre o qual queria falar com ele, mas ele começa a me desconcentrar, beijando meu pescoço.– Ei, peraí. É sério...

— Você quer falar do Gus agora?

— Sim! Eu quero pedir que você se afaste dele...

— Por que?

— Eu não gosto dele! Nem me pergunte porque, eu não vou saber responder, mas não confio no Gus. E você também não devia confiar.

Realmente não sei porque. Mas alguma coisa, lá no fundo, me diz que o Gus não é esse bom moço que se diz. Sempre que o vejo, sinto uma coisa ruim.

— Mas ele é advogado do seu pai, Luka. É uma das pessoas mais próximas a ele. Isso é...uma implicância sua. Não leva tão a sério. Se o seu pai confia nele, porque você também não?

— Pelo amor de Deus! O Gus te viu escondendo um corpo?

— Não...É só que...eu não tenho motivos pra desconfiar dele. E os assuntos que a gente conversa, são sobre você, Luka.

— E por que eu sinto que você não tá me contando tudo?

— É impressão sua, confia em mim...

— E por que você não faz o mesmo comigo? Você reparou que está tentando me fazer acreditar que tudo que eu te falo e coisa da minha cabeça?

— Mas realmente é! Não tem nada de errado.

— Então eu sou louco! Você sabe tanto da minha vida e o que eu sei sobre a sua?

— Eu não quero brigar com você agora...

— Então você não nega que mente pra mim?— pergunto e ele não me encara.– Ok, quando resolver confiar em mim, a gente conversa! Vou voltar pro meu quarto, acho que é melhor!

— Luka, para de agir como um garotinho mimado. Eu não tô te escondendo nada...Vamos só...ficar de boa, pode ser.

— Então você vai me contar da sua vida?– E, mais uma vez, ele desvia o olhar.– Já entendi. Vou dormir no meu quarto. A gente conversa amanhã.

— Luka...

— Amanhã. Eu sou só um garotinho mimado mesmo, né? — digo saindo de perto dele e voltando pro meu quarto.

Okane não veio atrás de mim.

Okane não veio atrás de mim

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Esses dois...

Será que o Okane vai começar a confiar no Luka?

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora