18. Explosão

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OKANE

Na hora que eu vi o Luka congelado ao ver o pequeno filete de sangue que saía da sua palma, foi impossível não lembrar que ele morria de medo de Sangue quando pequeno e que, pela cara que ele fazia, ainda tem.

Peguei um guardanapo e me abaixei, pra ajudar ele. E foi impossível não deixar escapar a frase que eu sempre dizia a ele quando se machucava e começava a fazer um escândalo, nem me lembrar de uma das vezes que isso aconteceu...

Flashback on (aqui, façam de conta que são os dois lembrando ao mesmo tempo)

Quer ver eu pular bem longe?— Luka pergunta enquanto se balança no balanço do parquinho perto da casa dele. Nossos pais sempre nos trazem aqui aos finais de semana.

— Melhor não. Você pode se machucar...

— Eu não vou me machucar! Olha só!– e toma impulso no balanço, chegando o mais alto que pode. E pula dali, caindo no chão.– Viu, eu falei que não ia...AAAAAAAAAAAAH— Dá um berro tão alto que quem quase cai do balanço sou eu. Corro até ele e vejo que tinha um pequeno arranhão no seu braço, com um pouquinho de sangue saindo. Era só um machucadinho de nada, mas ele estava chorando como se tivesse quebrado o braço.

— Calma, é só um machucado! Não é o fim do mundo...— digo, ajoelhando do lado dele e o pegando pelos ombros.– Vou te levar pro seu pai, vem...

E o levei até onde os nossos pais estavam sentados, conversando.

— O que foi que aconteceu, filho?– Marcelo perguntou assim que viu o rosto do filho vermelho e inchado pelo choro.

— Ele caiu e...arranhou o braço.– digo, porque ele não ia conseguir falar de tanto que chorava.

— Ah, filho...vem cá. Foi só um arranhãozinho. Já vai passar...— diz e pega Luka no colo, limpando a areia do seu braço e o machucado.— Eu trouxe um band-aid...— E coloca no arranhão, fazendo Luka sorrir. Me sento do lado dele, beijando sua bochecha.

— Minha mãe dizia que...beijinhos ajudavam a sarar o machucado...– digo pra Luka, que sorri, retribuindo meu beijo na sua bochecha.

— É tão fofinha a maneira como você cuida dele...– meu pai diz pra mim, me abraçando.– Eu tenho muito orgulho de você, filho.

— Te amo, papai...– abraço ele.

— Também te amo.— diz.

— Vocês querem sorvete? – Marcelo pergunta.

— Siiim!– Luka e eu respondemos juntos.

— Tá bom, vou ali comprar.– diz e sai de perto de nós três.

Flashback off

Saio do transe de nostalgia e percebo que ainda estávamos no chão, nossas mãos se tocando e nos encarando, como se estivéssemos compartilhando um segredo, algo que só nós dois sabíamos. E talvez seja isso mesmo...

— É...eu tô bem. Obrigado!– diz se levantando é segurando o guardanapo, pedindo licença pra ir ao banheiro lavar o machucado, enquanto me levanto e vou atrás dele.– Não precisa vir atrás de mim.

Lo siento | LukaneOnde histórias criam vida. Descubra agora