Capítulo 65

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Iris Dawson

Ajoelhada, abraçando as próprias pernas, que situação deplorável. Eu não consigo nem me reconhecer, cadê aquela mulher que é do tamanho dos próprios sonhos, feliz e determinada.

Ele bate à porta e tudo em mim trava, entro em pane, não sei o que fazer ou como me sentir, parece que estou vivendo o auge dos meus quinze anos, perdida em todas as emoções do primeiro amor e suas descobertas.

A voz dele atravessa a enorme porta e meu coração se aperta, se agita e dá várias cambalhotas em meu peito. "Órgão imbecil"- penso por uma fração de segundos, como pode tá sofrendo e ansioso pela mesma pessoa? E tudo ao mesmo tempo.

O que há para conversar agora, depois de tudo? Está um pouco atrasado, não acha?- Esbravejo em pensamentos e reviro os olhos. Mas quando ele diz meu nome, eu quero desesperadamente abrir a porta que nos separa.

Uma pausa silenciosa se faz presente, estremeço e cada cerne dos meus ossos, sentem. Não que eu esperasse por algo a mais, mas lá no fundo, eu queria viver aquele sonho, desejava que isso fosse um breve pesadelo e que pudéssemos resetar as partes ruins e ter o conhecido em circunstâncias normais, sem ser arrastada pra todo esse caos.

Quando ele me pede desculpa, a dor vem antes da sensação de alívio momentâneo, sinto pelo timbre grave do Gregory, que não foi nada fácil dizer essas palavras.

Esfrego o dorso da mão no rosto, enxugando às lágrimas incessantes, tentando me controlar, terei que fazer isso, nem que seja a força. Não posso continuar assim, não aceito isso, sou mulher, sou frágil, SIM. Porém, sou capaz de me levantar e reenventar, quantas vezes pensamos que é o fim do mundo e no outro dia está tudo bem. Ninguém além de nós mesmos, conhece nossa força e determinação, por isso fragilidade não nos define e nunca irá definir. Sexo frágil é o c@r%lh# - Me encorajo.

As lágrimas foram cessando, ainda fungava, mas busquei forças pra levantar, mas quando ele pareceu implorar, minhas pernas perderem toda as forças, minha bunda tombou, encontrando novamente o chão.

Recostei na madeira atrás de mim e senti que ele fazia o mesmo, estávamos tão pertos e ao mesmo tempo tão longe um do outro. Separados além da porta, pelo Carol, pelo destino cruel que nos fez colidir um contra o outro em um momento tão trágico da vida.

"DROGA. DROGA. Vocês estavam parando, parem"-As lágrimas voltaram como um grande tsunami. Gael estava se desculpando, praticamente suplicando e eu queria sentir alívio, apenas cessar a mágoa ali mesmo, mas a dor dele parecia tão palpável que transbordava em mim, eu que deveria estar sendo consolada-Então, por que eu queria sair daqui e dar colo a ele?
RESISTA, NÃO SAIA.- Minha mente gritava para meu coração, tentando conte-lo.

"Eu fui insensível, saia. "- As palavras deles reviraram meu estômago e tudo mais que estivesse acontecendo sob minha pele, músculos e entranhas. Aquele era o homem que não mostrava sensibilidade ou empatia, que despertava calafrios quando andava nos corredores da empresa, aquele que todos temiam contrariar, ele estava admitindo que errou, se desculpando e me implorando que saísse.

Eu tirei forças de onde só Deus sabe, me levantei e arrastei até a pia, se algum dia fui bonita, meu reflexo no espelho contestava esse lembrete, eu estava horrorosa, com os olhos inchados, nariz escorrendo e a face inteiramente rosada, amassada. Abri a torneira e a lavei o rosto, deixando que a água a água corrente levasse embora as lágrimas e amenizasse o estrago visual que deixaram.

Enrolei os fios em um coque e os prendi no topo da cabeça, me encarei ali pelo que pareceram horas, mas não se passaram nem cinco minutos. Enchi os pulmões e soltei o ar com determinação, como se me preparasse pra enfrentar uma guerra, o que na verdade era quase isso, já que vivenciava uma luta interna. Segui até a porta e agarrei a maçaneta, buscando forças e coragem, se não falassemos sobre tudo aqui agora, seria em outro momento e não a situação não podia mais ser adiada, ou continuaria tomando proporções catastróficas, até que outra pessoa se machucasse de uma forma que nada pudesse ser feito.

- Eu vou sair. - Foram as únicas palavras que eu disse, e na verdade, serviam mais para eu mesma se sentir preparada, do que para ele.

Olá, intensas!
Tudo bem? Irei postar um ou dois capítulos bônus, aos olhos da Carol, estamos na reta final. Estou fazendo o possível para finalizar a obra. irei SIM concluir e lançar o livro 2, só peço calma.

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Intensa Sedução/ Retornando Para Finalizar Livro Onde histórias criam vida. Descubra agora