Cemitério e agora isso. O que mais estava por vim. Enfiei as mãos nos bolsos. Encarei a pista, onde o carro havia capotado no dia fatídico. Andrew Corleone e Melissa Colfer faleceram naquela mesma noite. Conseguia imaginar perfeitamente o cheiro do combustível pela pista. O som da ambulância e das sirenes das viaturas. As vozes de todos os paramédicos e polícias. Eles comunicando os familiares e por incrível que pareça, tudo se passava com uma trilha sonora no fundo. Era o filme da minha vida. Carol morreu, mas na real, eu que havia deixado de viver desde então. Me tornando um verdadeiro peso morto. Entrei novamente no carro, precisava voltar para casa e depois encontrar Victor, saber o que Corleone realmente queria comigo e com a empresa. Não podia ser tudo apenas uma infeliz coincidência, não acreditava nisso, muito menos quando uma lápide com aquele sobrenome estava no mesmo cemitério onde minha ex estava enterrada.
Enquanto dirigia, minha mente trabalhava incansavelmente em várias teorias que pudessem e nada justificava , era inadmissível para mim que Andrew fosse o amante dela, a pessoa com quem Carol escolheu se envolver, levando ela ao óbito e eu a um ciclo doloroso de erros, negação e sofrimento. Demorei aparentemente o dobro do tempo no percurso de volta para casa, estacionei o carro desajeitadamente em frente a mansão e caminhei apressadamente para seu interior. Subindo o lance de escada praticamente correndo, ignorando o olhar da empregada ao me receber. Subi até meu quarto.Encarei meu notebook pessoal jogado sobre a cama e o puxei para mim, conectando-me o mais rápido possível nos arquivos de fotos, e-mail e tudo que tinha guardado da minha ex, procurando alguma pista. Sabia que devia ter me livrado daquilo, mas fora bom não ter feito, agora me ajudaria desvendar o máximo de coisas possíveis sobre o ocorrido. Sobre o interesse repentino do Corleone na empresa e também na Iris. Precisava fazer uma ligação, procurei nos bolsos o celular e só então recordei de tê-lo jogado fora em um acesso de fúria. Levantei, peguei o telefone sem fio no criado mudo e disquei o número dela. Esperei até ouvir o som do outro lado e disparei de imediato.—...Alô.
— Gregy? — Respondeu do outro lado.
— Andrew Corleone, você o conheceu?— Questionei inquieto, caminhando de um lado ao outro do cômodo, ainda incrédulo.
— Sim, mas não tão bem quanto ao irmão dele. — Fora direita.
— Você sabia? Porra, você sabia.— Era lógico que ela sabia.
— Você precisa vim até aqui. — Porra, ela sabia. Filha de uma puta.
— Desde quando? Quando soube?— Perguntei impaciente, tinha tantas perguntas e precisava imediatamente das respostas. Estava a ponto de enlouquecer, tudo doía tão profundamente que estava ficando difícil respirar.
— RESPONDE PORRA, NÃO É MOMENTO PRA SIGILO. EU PRECISO SABER.— Descontrolado, cerrei os punhos tentando controlar a irá que me tomava por inteiro.
— Ele falou sobre uma namorada, mas eu não imaginava que fosse sua garota. — Mil coisas me passavam pela cabeça enquanto eu a ouvia.
— Ele parecia apaixonado, nos encontramos umas três vezes e ele vinha sempre com o irmão mais novo, mas dificilmente se envolvia com alguém. Sempre me pagava uma bebida e conversavamos, depois me deixava uma generosa quantia. Parecia querer manter uma imagem diante do caçula, mas no fundo parecia uma boa pessoa. Sempre educado, engraçado e cavalheiro. — Minha voz sumiu. Parei de ouvi-la no apaixonado, todo o resto não passou de grunhidos indecifráveis.
— Gael, ainda está aí?— Indagou a ruiva do outro lado.
— Ele era um aproveitor. Deve ter ganhado ela na conversa igual ganhou você. — Não conseguia racionar direito.
— Greg, eu não podia te contar. — Sussurrou ela, o timbre carregado por culpa.
— O que quer que existe entre nós está acabado, Nathalie.
Ataquei o aparelho contra a parede e cai sentado na cama.
Minutos ou horas, não sabia mais definir quanto tempo passei sentado, havia perdido totalmente a noção de tudo ao meu redor. Pensando sobre tudo o que ouvi, novamente com o notebook sobre as pernas, comecei a pesquisar sobre o Andrew, usando as informações que eu já tinha. Mandei um e-mail pra única pessoa que poderia esclarecer de uma vez por toda essa situação.
De: Gael Gregory
Assunto: Andrew e Carol.
Data: 15 de julho de 2018 13:27
Para: Victor Corleone.Victor, creio que temos um passado mal resolvido, e que essas duas pessoas te colocaram em meu caminho. Precisamos conversar, mande hora e lugar.
Gregory.
Passaram poucos minutos até a caixa de mensagens notificar uma resposta do Corleone. E como eu havia o instruído, recebi para minha surpresa meu próprio endereço com um horário. Logo ele estaria aqui, ficaríamos cara a cara e todas as cartas seriam postas á mesa. A campanhia tocou e logo o som cessou, e bateram a minha porta. Do outro lado estava Lurdes, minha governanta. Encarei a mulher de cinquenta e pouco anos, e meu pensamento vagava distante quando ela pigarreou me trazendo de volta do breve devaneio.
— Sr. Tem uma moça lá embaixo perguntando por você, acompanho-a até o escritório ou a dispenso? — Indagou e Acrescentou.— Ela disse que não saíra daqui enquanto não for atendida.— A senhora, fitou-me aparentemente preocupada ao concluir.
Caminhei até a janela, observei através da vidraça e Iris era a tal mulher citada. Estava em pé, braços cruzados e trocando o peso das pernas impacientemente.
— Senhor?— Lurdes me chamou, aguardando uma resposta.
— Deixa-a entrar e a leve ao escritório. — Respondi meio perdido, sem entender o que a senhorita Dawson estava fazendo em minha propriedade. — Lurdes, ligue para a Michelle e pergunte quem passou meu endereço para Iris?
Corleone logo chegaria, precisava dispensar Iris o mais rápido possível, tinha assuntos mais importantes para tratar. Só duas coisas poderiam tê-la impulsionado a vir até aqui; A verdade sobre o Ambrósia ou pedir pelo emprego. E agora não era momento de discutir nenhuma das alternativas. Iris teria que aguardar.
Passei a mãos ligeiramente pelos fios negros de cabelo desalinhados enquanto descia ao encontro dela. Dawson estava sentada de costa quando adentrei o escritório, apressei os passos na direção dela e encarei aqueles grande olhos arredondados que tanto me perseguiam desde que os observei na boate. Meu coração por um instantes pulsou com tanta vontade que todos os demais problemas tornaram-se tão pequenos e insignificantes, era exatamente assim que essa mulher me fazia sentir, incrivelmente desarmado. Não era hora de me deixar levar, precisava tira-la daqui antes do Victor chegar, só então eu poderia finalmente também resolver tudo com ela de uma vez por todas.Quando ia pedir que ela se retirasse, ela levantou-se de repente e fui pego desprevenido ao sentir a bofetada em minha face.
—Nunca mais me compare a uma adultera ou a uma garota de programa.—Berrou.
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Participem!!Estamos na reta final e logo terá lançamentos do livro 2: Intensa Atração.
Conto com todas vocês, minhas intensas ❤️
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Intensa Sedução/ Retornando Para Finalizar Livro
Romance-Plágio é um crime e está previsto na lei 9.610. ( 3 meses a 1 ano de prisão) -"Novo Código Penal em vigor trará penas mais duras para violação de direito autoral, a prisão será de seis meses a dois anos e com direito a multa." ( Fiquem espertos...