Intensa Sedução/ Retornando Para Finalizar Livro

Capítulo 50

Gael Gregory.

Estacionei em frente ao restaurante e entreguei a chave ao manobrista, para que ele levasse o carro  para o estacionamento. Caminhei até a recepção e fui acompanhado até a mesa que fora reservada por mim mais cedo, Albert já me aguardava, acompanhado por uma garrafa de vinho tinto. Sentei-me á sua frente, após cumprimentá-lo. Fazia alguns meses anos que não nos víamos, desde a mudança de sua matriz para o Canadá. Ele também havia sido meu mentor ainda na adolescência, então nutria por ele grande respeito e admiração.
Ele estava exatamente como conseguia recordar, um velho ranzinza, curto e grosso.

– Não me trouxe até aqui pelo vinho, certo?– Curto e grosso, indagou sem desviar os olhos de mim.

– Não. – Afirmei. – Queria perguntar sobre uma de suas antigas funcionárias.– Também fui direito.

Não tínhamos tempo a perder, como dizia Albert, tempo é dinheiro e dinheiro não pode ficar parado, precisa circular.

– Quem seria?– Bebericando a bebida, questionou-me.

– Dawson.– Fui ao ponto.

Ele descansou a taça sobre a mesa e sorriu, àquilo raramente acontecia. O que para fim foi uma surpresa.

– Uma garota excepcional, focada e determinada.– Dissera. – Eu sugeri sua empresa para era, merecia algo grande e desafiador, para alavancar sua carreira.– Acrescentava orgulhoso de ter feito um belo investimento nela como mentor.

–A jovem Iris não está dando conta da sua arrogância, Gregory?– Questionava-me.

Eu ia respondê-lo, mas a minha atenção fora totalmente voltada para a linda mulher que viera recolher os pedidos. Peço uma bebida forte e uma taça de vinho, precisava de mais álcool do que Nathalie havia me oferecido antes de chegar aqui, falar com Albert sobre um suposto envolvimento com Iris ela sendo do meio profissional, requer muita coragem. Pois, era contra tudo que ele havia me ensinado.

– Ela é competente, mas não é a questão.

Olhou-me com reprovação e terminou a bebida, esperando eu concluir.

– Eu tenho um interesse além nela do profissional e queria saber se ela é digna desse sentimento.– Desembuchei de vez o que me fizera leva-lo até lá.

– Gregory, você me conhece e sabe o que penso sobre misturar negócios e relacionamento.– Deixou o cardápio que acabou de folhear de lado e prosseguiu.– Íris é uma excelente garota, não investi nela em vão. Você não precisa da minha permissão, já é adulto e dono de si. Só não ferre tudo para essa garota.

– Eu só precisava saber se ela é alguém confiável.– Aquela era a única dúvida que eu tinha, se o lance da boate fora um grande acaso ou se ela era aquele tipo de mulher que sempre me causou repulsa.

– Ela é, não treinaria qualquer pessoa sem puxar tudo seu currículo.– Observou a mesa ser servida e olhou-me de soslaio. – Podia ter me perguntado tudo isso ao telefone Gael.

No fundo queria encarar a face dele ao falar sobre ela, eu estava a ponto de responde-lo, quando olhei para o lado, em direção do corredor próximo da entrada, surgiu Iris, totalmente deslumbrante. Usando um vestido branco, que destacava perfeitamente cada curva dela, ao seu lado estava Corleone, o que fizera tudo que Albert havia acabado de dizer ter sido em vão. Possesso, pedi licença e seguir ao banheiro, onde precisei me segurar para não socar algo.

– Que porra é essa?– Indagava tomado pela raiva, frouxando a gravata e abrindo os primeiros botões da camisa. Caminhei de um lado a outro, molhei a face e respirei fundo. Tentei me recompor ao máximo e deixei o banheiro depois de um certo tempo, precisava voltar a mesa. Mas, Iris vinha em minha direção no corredor, distraída e despreocupada, nem me viu. Não aguentei, a peguei firme pelo braço e a puxei para dentro do banheiro masculino mesmo. Estava pouco me fodendo se alguém nos veria ou para o que pensariam.

– É assim que você repousa?– Indaguei enfurecido. — Pulando de cama em cama. Servindo de dama de companhia nas horas vagas.– Despejei sobre ela toda minha irá, sem nem sequer olha-la nos olhos.

Ela estava tão linda e aquele batom vermelho, eu desejava borra-lo. Rasgar aquele vestido e fode-la de todas as maneiras. Não podia deixa-la me convencer com aquele olhar, eu estava tão ferrado e louco, soquei a parede do lado dela e ela se encolheu, fingindo não entender do que eu estava falando. – Você é igual a ela.

Passei as mãos pelo cabelo, descontrolado e tornei a falar, áspero e ríspido. – Você e a Carol não valem nada, são igualzinhas.

Deixei ela sozinha no banheiro e me retirei, não queria fazer algo impensávelmente e  voltei para mesa, Albert encarou-me e perguntou o que havia de errado comigo, menti que era problemas no trabalho, que estava atendendo uma ligação, tratava-se de uma grande perda de dinheiro. Ele aceitou minha justificativa, sem me questionar mais sobre o assunto. Tentei engolir a comida, que parecia grudar na garganta, recusando-se a descer,  empurrava a massa com vinho e nada. Fixei o olhar em um único ponto, não queria vê-la novamente, ou iria cometer uma loucura ainda maior.

– Gregory, pare de beber.– Repreendeu-me o mais velho. – Você deve ser a cara da sua empresa e nesse momento, não é um investimento que valha a pena. Está acabado.

Eu sabia daquilo, não precisava de mais lembretes, o que eu queria era uma boa foda ou uma bebida que servisse para anestesiar aquela dor que não parava de me corroer. Carol, maldita Carol. Íris, infeliz foi a hora que cruzamos nossos caminhos aquela noite. A noite parecia não ter fim, terminamos o jantar e me despedi de Albert. Quando caminhavámos em direção a saída, avistei Iris com a mão sob a do Corleone, meu peito quase explodiu e meus músculos ficaram rígidos. Albert seguiu para um lado e eu para o outro. Vesti o casaco, entrei  no carro e pisei no acelerador, dirigindo em alta velocidade pelas ruas da cidade, precisava chegar em casa e me afogar na bebida. Fugir novamente dos antigos e novos demônios que voltavam a me perturbar cruelmente. Carol mesmo depois de morta insistia em me assombrar e Íris me fazia recordar toda dor causada pela ferida que ela havia deixado em mim.

Cont...

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