Capítulo 23

6K 404 19
                                    

Íris Dawson.

Eu só queria chegar em casa, enforcar minha melhor amiga e fazer ela resolver essa furada em que havia me metido.

" Quem esse cara acha que é? " - Ele acha mesmo que mandando presentinhos irá me comprar?".

Argh! Sujeito nojento, não sei com que tipo de garota ele tá acostumado lidar, mas não me enquadro de forma alguma nesse perfil.

Senhor Gael havia tirado o resto do dia para resolver sabe Deus o que, então terminei tudo que tinha que fazer o mais rápido possível, sempre desempenhando o melhor serviço a mim atribuído, dedicando -me ao máximo para alcançar a perfeição.

Não aceitava erros no que me propunha a fazer, nunca em hipótese alguma deixava que minha vida pessoal, ou estado emocional atrapalhasse em meu ambiente de trabalho.

Assim que reagendei uma próxima reunião de apresentação, enviei os emails aos membros do marketing explicando o que deveria ser alterado e o prazo que eles tinham pra apresentar um novo projeto.

Mal notará que meu expediente havia chegado ao fim, encarei brevemente o relógio do pulso e levantei -me apressada, juntando minhas coisas, deixando a mesa organizada para o dia seguinte e pegando minha bolsa. Joguei a mesma no ombro e passei as mãos sobre os cabelos, aninhado os fios, deixando a sala para trás.

O táxi ja me esperava quando pisei finalmente na rua e pude respirar ar "puro" e senti a brisa da noite acariciar minha pele.

...

O trajeto até minha casa nunca pareceu tão longo e toda vez que eu olhava o banco ao lado, involuntariamente revirava os olhos. Não conseguia encarar aquele vestido, sapato e seja lá o que mais tinha naquela sacola.

Instintivamente sentia certa repulsa, minha mãe sempre me dizia; Quando a esmola é demais até o santo desconfia.

O celular começou a vibrar, o som crescente chamará não só minha atenção. O taxista curioso olhou para trás, sobre o banco, fitando -me.

Sorri amigavelmente e escolhi os ombros, senti a face enrubescer. Rapidamente deslizei o zíper da bolsa, abrindo-a, a destra escorregou para dentro, e começou a tatear seu interior, procurando impaciente pelo aparelho.

A voz do Hozier preenchia o carro, cada vez mais alto, e meu corpo deslizava no estofado. Encolhi ainda mais os ombros, profundamente envergonhada.

Finalmente encontrei o celular, e deslizei o polegar sobre a tela, ignorando a ligação. A última pessoa com quem eu queria falar naquele momento, diante de um completo estranho, era Beth.

Nossa conversa seria pessoalmente, precisávamos colocar todos os pontos nos "i". Já tinha sofrido estresse demais para um único dia, e tudo que menos queria era uma discussão pelo telefone, sempre achei preferível olho no olho.

Quando o táxi finalmente estacionou, peguei o vestido e a sacola devagar, um pouco atrapalhada, arrastei-me no banco e desci devagar, curvando -me logo à frente, entregando ao taxista o valor da corrida.

Os passos largos me levaram rapidamente até meu lar, assim que enxerguei a porta, suspirei aliviada, enfiando a chave na fechadura e abrindo-a. Me joguei para dentro, e antes de qualquer coisa, retirei os saltos, chutando -os para longe.

Os pés descalços atravessaram a sala e joguei tudo sobre o sofá; Bolsa, vestido, sacola e meu corpo cansado.

- BETHÂNIAAAAAA- Gritei, era a primeira vez que criava um alvoroço. Não podia esperar nem mais um minuto, estava engasgada.

- Vejo que chegou, espero que não esteja tão nervosa quanto aparenta. - Beth falou baixo, o timbre familiar habitual.

Ouvi os passos dela e corrigi minha postura, sentando -me direito, queria olha -la. Ela sentou ao meu lado, então virei o corpo, ficando rente a ela.

- Íris, não me olhe como se eu tivesse cometido um crime.- Pediu, fitando meus olhos.

- Antes fosse, assim eu não estaria envolvida, nem sequer como cúmplice. - Rebati irritada, deixando nítido meu descontentamento.

- Céus, Íris! É só um presente. - Ela jogou os braços para o alto, dando -me a entender que eu quem estava errada, ou fazendo a famosa tempestade num copo d'água.

- Não! Flores é presente. Bombom é presente. Um vale compra cultural é presente. Sapatos, vestidos e jóias, isso definitivamente não é presente. - Respirei fundo, tentando me controlar, não queria alterar a voz.

- Outra. Eu nem sequer conheço esse homem, então nem os citados como presentes seriam aceitáveis.- Eu queria fazê -la entender, homens sempre irão esperar algo em troca, e não estou disposta a dar nada a esse ou a qualquer outro homem.

- Íris, me escuta. Eles são ricos, o que para a gente é gasto, para eles é mixaria. Por isso eles acham que isso tudo - Apontou em direção aos objetos que joguei no sofá. - É presente. - Acrescentou.

- Não importa, devolva. Eu me recuso a aceitar.- Fui objetiva, não iria prolongar aquilo.

Levantei e peguei minha bolsa. - Desmarque esse jantar, eu não irei comparecer.- Disse enquanto seguia até meu quarto.

- Amiga, por favor. Você disse que iria, não faça isso.- Pediu ela, segurando em meu braço. - Ele irá pessoalmente se apresentar.- Continou.

- Não posso levar isso adiante, e não tenho interesse em conhece-lo.- Afastei-me e antes que ela pudesse dizer algo, entrei no quarto e fechei a porta.

CONT (...)

Intensa Sedução/ Retornando Para Finalizar Livro Onde histórias criam vida. Descubra agora