Capitulo 66

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Gael Gregory

Agora não tinha mais volta (...)

Só era possível ouvir choro do outro lado, quase não obtive uma resposta, mesmo suplicando por perdão. Após um longo e tortuoso silêncio, ela me respondeu, minhas mãos ficaram estranhamente geladas, mas mesmo assim, não paravam de transpirar, eu as esfregava na calçada, enxugando -as. Continuamente.

Quando por fim, ela disse que sairia, eu me levantei e afastei-me dois passos de distância da porta, porém me senti sufocado por medo profundo, impiedoso.

Teria que encarar aquele par de olhos, capazes de me tirar o fôlego, que haviam se tornado minha maior perdição. Infelizmente, precisaria abrir aquela porta que eu tranquei e mantive selada com diversos cadeados. Sabia que quando o fizesse, traria a tona toda sofrimento, mágoa e decepção. Tinha medo de não aguentar tudo àquilo novamente, mas precisava ser feito.

O som da maçaneta me trouxe de volta do meu desvaneio, observei se mover vagarosamente, como se ela também buscasse coragem e finalmente o click, e a porta se abriu. Não conseguia erguer os olhos, encara -la diretamente, sabia que perderia totalmente o controle. Meu corpo ansiosa pelo dela com a mesma urgência que os pulmões imploravam por ar para respirar.

- Iris, me desculpa. - As palavras saíram antes mesmo da minha compreensão, meu interior dominou totalmente meu consciente, derrubando por terra a razão.

Os braços fortes e quase todos tingidos por tatuagem, se envolveram ao redor do corpo magro e pequeno de Dawson. Meu coração disparou e meus músculos, cada um deles, ele contraíram antes de relaxarem, absorvendo o calor que ela emanava, só então eu pude perceber, ela era frágil, não por ser mulher ou fraca, mas pela preciosidade que representava para mim e eu quase a destruí. Apertei os braços, quebrando todo e qualquer espaço existente entre nossos corpos, inalando o aroma doce que vinha dos fios negros belas e preenchiam totalmente minhas narinas.

- Me perdoa, eu falhei com você.- Minha voz estava arrastada, o timbre antes áspero e rigudo, tornou-se entrecortado e suave, foi um sussurro.

Meu queixo descansava sobre o topo da cabeça de iris, meus braços se mantinham envoltos, colando -a contra meu tronco, o mundo inteiro fora daquela pequena redoma que nos cerca, deixou de existir e eu ergui a canhota, guiando-a até o queixo dela, para que pudesse me desculpar devidamente, olho no olho.

- Eu nunca quis te machucar. - Disse, sem rodeios ou medo de admitir o que sentia. - Eu sei que não é sua culpa, você não merecia nada disso. - Continuei e mesmo assim, ela não dizia uma palavra sequer, estava pálida e petrificada em minha frente, os braços tombados nas laterais do corpo, seu semblante era indecifrável.

- Nada disso foi planejado, nós dois nos encontramos aquela noite no Ambrosia e na manha seguinte, você estava lá no meu escritório atrás da vaga de emprego, e eu, eu...- A voz embargou e as palavras ficaram emperradas, todas colidindo em minha garganta. Engoli a seco a saliva e os olhos verdes se aprofundaram nos dela. - Eu pensei que fosse alguém igual a ela. - Não, de forma alguma, eu não deveria ter dito aquilo, mas era a verdade e não podia mais mentir para ela, descontar toda essa frustração e raiva, só assim, ela entenderia.

- Ela se aproximou de mim, me apaixonei quase que imediatamente e tínhamos planos, casariamos e teríamos filhos, mas nem pude me despedir, porque quando ela partiu, foi da mesma forma que ela entrou na minha vida, de repente e repleta de mentiras. - Eu nem senti a lágrima que atravessou minha face e respingou, mas meus olhos ardiam e isso já era sinal que aquela porta começou a descarregar tudo que estava atrás dela, selado.

- Eu pensei que era recíproco, todo amor, sonhos e planos.- Continuo por mais que doa. - Eu jurava que conhecia, entende?- Outra lágrima, seguida de mais uma e uma garganta seca, machucada, cuspindo palavras que saíam dilacerando. - Mas eu nunca realmente soube quem ela era, só que aquilo que ela me permitiu saber, pensar que tinha conhecimento.

As mãos grandes, pousaram próximas aos ombros dela, talvez na tentativa de evitar que ela fugisse ou para me manter firme diante de Dawson.

- Eu a ama tanto. - Chorei, não como já havia chorado diversas vezes antes dessa. Mas por sentir pela primeira vez o luto, não o da perda da Carol, mas por me perder, durante todo esse tempo.

- Quando eu fechava os olhos, eu via seus olhos, o reflexo do seu olhar através do espelho do Ambrosia, por isso desenhei. - Persisti para não desistir, não podia recuar, não iria.

- Todos os meus instintos me puxavam pra você, eu gravei seu cheiro, eu fiquei aprisionado naquela noite, completamente louco por você. - Pela primeira vez em voz alta e diante dela, eu podia entender a dimensão desse sentimento, eu a amava o ela sabia, se houvesse dúvidas a respeito disso, eu tratariade esclarece-las

- Eu quero você, Iris. - Disse e um enorme peso saiu do meu peito, eu estava chorando e não era mais por mim ou pela dor que Carol me fez sentir, era por medo. Medo de perder a Dawson.

Minhas mãos tomaram a face dela, que naquele instante pareceu menos do que eu podia lembrar e esmaguei os lábios dela, os selando demoradamente. - Te quero na minha vida. - Sussurrei contra eles, sentindo o breve calor causado pelo atrito de ambos ao roçar um contra o outro.

Olá, intensas!
Tudo bem? Senti tanta, mais tanta saudades de vocês e de todo feedback que deixavam, estou finalizando e agora será eita atrás de eita, e capítulos postados mais rapidamente. Consegui uma trégua e um estou aproveitando. irei SIM concluir e lançar o livro 2, só peço calma.

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⏰ Última atualização: Sep 21, 2023 ⏰

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