Capítulo 24

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Gael Gregory.

Uma nova manhã chegará, trazendo claridade ao cômodo e aquecendo -o com os raios solares que invadiam pelas brechas das grandes janelas. Revirei-me na cama, incomodado, buscando por algo, alguém.

...

Sonho

Naquela manhã levantei -me antes dela, caminhava descalço, sentindo o piso gélido do apartamento sobre os pés. Carol dormia tranquilamente, os cabelos loiros e longos caiam livremente sobre o travesseiro. A pele clara, e maçãs rosadas perfeitamente esculpidas. Parecia um anjo, curvei -me sobre a cama, afundando os joelhos sobre o colchão. As mãos grandes e recém tatuadas deslizavam sob os lençóis, tocando-a livremente. A pele macia e morna, tão viva. Explorava cada centímetro sem pudor, aos poucos ela se movia, reagindo aos meus toques. – Amooooor– Dizia Carol, manhosa e com timbre rouco. – Durma baby–  Eu disse com a voz rouca, mas havia carinho em meu timbre.
Depois disso, meus lábios percorreram cada centímetro despido do corpo dela, entre beijos, mordidas e chupadas. Fizemos amor e passamos o dia na cama, entre carícias. Fizemos planos para o futuro; Noivar, casar e com sorte filhos, teríamos filhos que pareciam com ela.

(...)

– Era tudo uma mentira. – Sentei-me na cama ofegante, o coração acelerado e a fina camada de suor sobre a pele. Levei as mãos a cabeça, deslizando os dedos entre os fios, inconformado e enfurecido.

O reflexo que via no espelho, era meu, mas não parecia comigo. Eu havia mudado, muito. E ainda continuava mudando. Os sonhos vinham, uns lembrando -me das mentiras, momentos em que acreditei que eram únicos e felizes, outros mostrando a traição, desmascarando-a. 

Meu rosto carregava marcas, das noites de bebedeiras, mal dormidas e do estresse rotineiro. Frouxei o nó da gravata e abri os dois primeiros botões do blazer, me sentia sufocado, sem ar.

Peguei a pasta e segui rumo a outro dia de trabalho.

...

Já no estacionamento o primeiro estresse do dia, algum filho da puta usou minha vaga.

Uma Mercedes vermelha, não conhecia aquele carro, era algum cliente em potencial, ao menos isso, pensei. Usei a vaga ao lado, e saltei para fora da Ferrari, tateando a roupa no intuito de desamassa-la.

Já na parte interior do prédio, ao sair do elevador, uma surpresa: Eu conheço esse cara. A feição me era familiar, busquei na mente e recordei. Ele estava no loft, –"o que estaria fazendo aqui?– perguntei-me silenciosamente.

Encaminhei -me em direção ao escritório e Michelle me recepcionou com o mesmo olhar habitual, e um sorriso sem jeito.

– Bom dia, Sr. Gregory.– Disse serenamente.

– Passe os recados por e-mail.– Respondi com o mesmo tom áspero, olhando uma última vez para o engravatado sentado folheando uma revista.

Fechei a porta do escritório atrás de mim, e segui até a mesa, ela ja estava devidamente organizada. Toda manhã era a mesma coisa desde que Íris fora contratada.

Falar nela, nem sinal até agora. Porém o computador já estava ligado, assim como o meu. O som de uma nova mensagem no email me tirará do meu estado de devaneio, deixei a pasta de lado e sentei-me na confortável cadeira.

Os dedos rapidamente deslizavam pelo teclado, digitando a senha de acesso para liberar o uso da máquina.

A janela logo se abrirá e não constava nenhuma reunião agendada, então o que aquele cara fazia aqui.

Peguei o telefone e liguei para Michelle, mandando que ela comparasse-se  na sala o mais rápido possível.

"TOC TOC " O som preencherá brevemente o local – Entre.– Disse alto e a porta fora aberta.

– Licença, senhor. – Falou ela, olhando -me como se fosse enfrentar um grande desafio.

– Quem aquele senhor está esperando?– Tentei soar o mais discreto possível ao perguntar.

– A Sta. Dawson. Ele chegou perguntando por ela, Sr.Gael. – Michelle responderá sem demora, ponderava o peso entre as pernas, e estava visivelmente pálida.

– Saia, Michelle. – Observei a mulher se afastar, fechando a porta cuidadosamente atrás de si ao sair.

"O que diabos aquele homem desejava com a Íris?" Era a pergunta que não queria calar.

Tentei focar no que era realmente importante, mas não conseguia deixar de pensar nos motivos que o trouxera até aqui.

Pra foder ainda mais, fui deletar um arquivo e exclui outro, fui resgata-lo da lixeira e lá estava, uma foto da Carol. Maldita foto, ela está deitada de bruços, coberta apenas pelo lençol branco e dormia tranquilamente. Foi então que o sonho veio em mente, e cego de raiva, tomando por uma ira surreal, soquei o monitor, jogando -o para longe.

A respiração estava descompassada, e milhares de pensamentos invadiam minha mente, novamente me senti sem ar. Peguei a garrafa de tequila na gaveta, caminhei até a imensa janela e desfrutei de um generoso gole da bebida, encarando a rua. Tentava falhamente afogar meus demônios.

(...)

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Intensa Sedução/ Retornando Para Finalizar Livro Onde histórias criam vida. Descubra agora