Capítulo 52

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Íris Dawson.

Era chegado o momento ao qual tentei desesperadamente escapar, mas por fim fui vencida, graças a insistência e comentário inquietante de Charlotte, sobre quem realmente poderia ser o Corleone. Não podia negar, ele estava realmente ainda mais lindo do que as outras vezes em que o vi, digo isso sem nem pensar, como se um homem desse pudesse ser menos que maravilhoso, de tirar o fôlego.
Ele me ajuda a entrar no carro, estou terrivelmente constrangida, pouquíssimas foram as ocasiões que jantei fora, ainda mais acompanhada de alguém do sexo oposto. E nesse caso, não alguém qualquer, um homen que deixou claro seu interesse, mesmo que o tivesse camuflado depois sob um protesto de jantar amigável.

–"Nunca confie em homen algum."– Esse sempre foi meu lema. Homens mentem, usam seu charme, nos seduzem e depois somem. Mesmo assim, me deixei fraquejar, fiz besteira e agora tentava encontrar o bendito que sumiu, sem deixar rastro algum.
Onde isso me levou?– Pois bem, deixa que eu mesmo lhe digo. – A um jantar, usando um vestido emprestado e uma sandália rasteira. Tudo para fazer uma investigação, use o que tem a sua favor, esse também é meu lema. O que tenho no momento? O jantar.–  Minha mente é atingido por um turbilhão de pensamentos, e começo trabalhar em uma estratégia para solucionar esse mistério, matando dois coelhos com uma só cajadada.

Sou distraída pela sensação de estar sendo observada, o que não é nada confortável, levando-se em conta o que estou pensando. Aqueles olhos azulados tão intensos, semelham-se a um grande e majestoso oceano e me lembram que eu nunca soube nadar,  nem mesmo em lagoa rasa.
Arrumo o vestido em meu corpo, puxando o tecido para cobrir as pernas e depois ajeitando o decote. O sorriso do Sr. Corleone me deixa extremamente calorosa nas partes baixas, mas tento ignorar qualquer sensação e pensamento inadequado, focando no alvoroço que Beth e Théo fazem durante o trajeto. Falando em Théo Corleone, Bethânia não é nada boba. O cara é tão lindo quanto o irmão mais velho, o que explica perfeitamente o interesse dela para que eu aceitasse embarcar nessa loucura. Agradeço quando por fim o carro estaciona. Após muita insistência ao descermos, aceito entrar no restaurante de braços dado com Victor, que oferece ajuda e se nega a ouvir um não como resposta.
Uma mulher muito educada, trajando roupa de grife e belos saltos, nos guia até nossa mesa. Onde Corleone faz questão de puxar a cadeira para que eu sente, sentando em seguida à minha frente. Ele sugere que bebamos algo, opto por permanecer sóbria, misturar os medicamentos com álcool também poderia ter um efeito catastrófico. Victor, me pergunta se estou a vontade e se sinto dor, tenta iniciar uma conversa, já que aparentemente não estou facilitando. O respondo o mais educadamente possível, omitindo algumas informações. Ele ressalta que se trata apenas de um jantar entre amigos e me enche de dúvidas sobre, parece alguém que aprecia coisas momentâneas, igual o sexo casual na Ambrósia.

...

Peço licença e me retiro, preciso retocar a maquiagem, tomar outro analgésico e me preparar para arrancar o máximo possível de informações desse homem.
Estava aliviada por Bethânia tá ocupada o suficiente para não se  oferecer para  me acompanhar, assim eu conseguiria organizar minha mente, sem ela tagarelando sem parar. Caminhava tão distraída em direção do toalete feminino, que meu coração quase parou quando senti um par de mãos grandes e fortes me puxarem, levando-me para dentro do banheiro masculino. Eu ia gritar, meu corpo inteiro entrou em choque e meu coração disparou, meu ar ficou tão pesado, que meus pulmões pareciam que iríam explodir. Era Gregory, meu chefe. Não estava entendendo mais nada, ele estava possesso, irreconhecível. Falava coisas aleatórias, comparando-me a alguém, me ofendendo. Eu não conseguia entender mais nada, estava em estado de choque, amedrontada. Nunca o vi daquela maneira, totalmente agressivo e descontrolado. Não conseguia falar, minha garganta estava seca, formou-se nela um terrível e doloroso nó. Ele se retirou e ali permaneci parada, com o corpo trêmulo, segurando a vontade de chorar e se perguntando; Quem é Carol? 

Tomei forças para caminhar até a saída, empurrar a porta e seguir até o banheiro feminino. Chegando nele, encarei o espelho e enchi os pulmões, fechando os olhos, apoiando as mãos na pia. Bateram a porta. Uma, duas, três vezes e ignorei todas elas. Precisava me recompor, não podia voltar para a mesa nesse estado deplorável. – Amanhã mesmo vou pedir as contas e sair daquele lugar.– Pensava alto.–Meu chefe é um completo maluco, não posso ficar ao lado de alguém assim, mesmo que isso custe o emprego que tanto lutei para conquistar.– Não podia  permitir mais aquele tipo de abuso. O Sr. Gregory, sem dúvida alguma, iria me ouvir.

...


–"Levante a cabeça, sacuda a poeira e dê a volta por cima."– Aquilo parecia bem mais fácil na minha cabeça, quase não consegui me recompor e sai dali.

De volta á mesa, tento ignorar o ocorrido, fingindo que nunca aconteceu. Mas, eu juro, aqui por dentro, eu estou em pedaços. Nunca passei por nada assim na vida, precisava focar minha atenção em outra coisa, alguma distração. Então, comecei meu interrogatório ao Sr. Corleone. Ele respondeu sem demoras, exibindo um sorriso sereno, deixando-me à vontade para seguir adiante. Pelas respostas, ele se encaixa do tipo de homem que gosta de coisas casuais, levando em consideração a forma que viemos parar aqui e a aceitação dele em me trazer apenas como amiga. Respeitando meu espaço.

Não vá por esse caminho, Iris.– Disse minha consciência. – Mas só havia uma maneira de ter a certeza de que o Corleone e o homem misterioso não eram a mesma pessoa. – Você sendo impulsiva.– Insistiu.
Ignorando meus pensamentos, puxei a taça do Sr. Corleone para mim. Tomei a bebida, misturando-a ao medicamento, e comecei minha investigação.

Todos conversavamos, o chefe se apresentou pessoalmente, vindo nos cumprimentar e anunciar sua escolha de cardápio para a  noite. O álcool me deixou mais desinibida, foi então que Victor segurou minha mão, causando calafrios por toda minha pele. Ele perguntou se eu estava bem e eu confirmei que sim, mesmo estando um caco. Mas, ninguém precisava saber disso além de mim, aproveitei a oportunidade para me aprofundar nas perguntas, tentando arrancar dele tudo que podia. Caso tudo desse errado, seguiria o plano B.

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O livro 2, Intensa Atração já está em construção.

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