10.

1.3K 182 192
                                    

Nova Iorque.

25 de abril de 2009.

(...)

Marília levantou e seguiu até o banheiro para tomar um banho ao chegar de sua corrida matinal . Ao terminar, vestiu um terno casual e confortável para começar o dia e um tênis branco.

Passou uma maquiagem leve no rosto e fez um coque frouxo no cabelo deixando alguns fios soltos sobre os olhos.

Depois de pegar uma pastilha de maracujá pegou sua bolsa e as chaves do carro.

Quando estava caminhando pelo corredor parou em frente ao quarto de Maraisa e deu três batidas na porta, a mesma se abriu lentamente e quando ela olhou a cama fechou os olhos.

Maraisa estava de bruços e dormia pesadamente. Suas nádegas estavam expostas em uma lingerie vermelha e sua cintura inclinada.

Marília engoliu a seco e apertou os dedos com a própria mão, respirou profundamente e caminhou até a cama lentamente. Com cuidado passou o lençol sobre as pernas da outra e a cobriu.  — Maraisa, vamos nos atrasar. — Tocou o ombro da morena na esperança de acordar a mesma.

Maraisa não respondeu e Marília olhou para a cama da outra sem saber o que dizer perante aquele estado indecente. Ficou uns segundos em silêncio. — Vamos, vamos, Maraisa. — Aproximou-se da outra e a sacudiu um pouco. — Temos que nos arrumar para o trabalho.

Maraisa olhou para Marília com os olhos ainda sonolentos. — Eu vou trabalhar, eu vou trabalhar! — Disse mais baixo sem muito ânimo.

Marília a observou levantar vendo a mesma caminhar com uma roupa curta de um lado para o outro. Quando Maraisa percebeu o olhar de Marília sobre si suspirou e sorriu.

Não demorou muito e elas estavam no meio da cidade em um café conversando. Maraisa parecia estar de bom humor, mas Marília tinha uma expressão neutra. Olhou para Maraisa e a observou.

— Você está muito feliz. — Disse enquanto tomava uma xícara de café.

— Eu sou uma pessoa feliz. — Respondeu Maraisa. — Não precisa ficar com cara de enterro sempre.

Marília deu uma risada leve e olhou para ela. — Você sabe que não é assim.

— Você não me acha uma pessoa feliz, Marília? — Maraisa franziu o cenho comendo um pedaço do bolo.

— Não diria que você é uma pessoa triste, mas… — Disse com um sorrisinho.

— Mas o quê, Marília? — A outra fez um sinal de ironia. — Você acha isso engraçado?

— Fique quieta e coma seu bolo, vamos falar sobre trabalho. — Aplicou a tática da paciência. — O que você achou do nosso caso?

— Tá sendo difícil, Marília, mas eu estou tentando.

— Temos que manter a paciência para resolver esse mistério, Maraisa. — Falou ajeitando os óculos escuros. — Eu sinto que estamos perto da resolução.

— Eu também sinto o mesmo, mas eu sinto que ainda não dá pra saber de nada. — Replicou com um sorrisinho envergonhado.

Marília reparou no sorrisinho da outra e sorriu também. — Sim, vamos conseguir, eu tenho certeza.

Maraisa ficou em silêncio comendo enquanto Marília observava cada movimento da mesma. Bebeu um gole de café e passou a língua sobre seus lábios suspirando.

— Hoje vamos com o detetive ver o local do crime? — Marília parecia perdida. — Marília?

— Hum?

 Inimigas no Altar | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora