Inimigas no Altar | Malila.

32.

Nova Iorque.

03 de junho de 2009.

(...)

Marília se culpava por aquela situação. Se ela não tivesse insistido para Maraisa tomar aquele banho de chuva nada teria acontecido. Maraisa estaria bem e não correndo risco de vida. Tudo estava em repleto silêncio pra ela. Estava com os olhos cheios de lágrimas, já desidratada e com o corpo fraco. Não estava apenas olhando para aquilo que estava acontecendo, ela estava sentindo a dor a cada minuto que passava. A preocupação e o desespero parecia estar tomando conta de suas emoções e Marília sentiu a desesperança tomando conta de seu coração. O mundo havia parado naquele segundo que sentiu a pessoa que amava gelada em seus braços lutando pela vida. O seu silêncio foi quebrado quando um médico a chamou.

— É a delegada Mendonça? — Assentiu. Os pingos da água que estava na sua roupa caia no chão. — Maraisa é sua amiga?

— Noiva e colega de trabalho. — Sua voz estava fraca.

— Bom, sua noiva está em um estado muito grave. Ela teve seis paradas cardíacas e estamos fazendo o possível e o impossível para a manter viva. — Pegou um prontuário. — Estamos também tentando estabilizar ela para a levar para cirurgia e eu preciso de algumas informações de sua noiva.

— Pode perguntar.

— Nome completo.

— Carla Maraisa Henrique Pereira.

— Idade.

— Ela tem vinte e oito.

— Nome dos pais.

— Almira e Marco.

— Obrigado. Com essas informações eu consigo encontrar o plano de saúde dela.

— Hum, ela não tem… pode colocar em meu nome. Tenho um plano aqui. Marília Dias Mendonça e não mede esforços para salvar ela!

— Faremos o possível. — Tocou o ombro de Marília e a deixou sozinha.

Se encostou na parede e desceu pelo chão sentindo medo de perder Maraisa. Encostou a cabeça em suas próprias mãos chorando baixo. As lágrimas continuavam a cair no rosto de Marília enquanto ela tentava processar a situação. Ela tentava se manter forte, mas era muito difícil. Os pensamentos giravam em sua mente, e ela estava cada vez mais perdida. O medo de perder Maraisa era imenso, e ela não queria nem pensar na possibilidade de uma vida sem ela. Ela tentava ficar esperanzada, mas a dor tomava conta e não conseguia ver além disso. Ela sabia que tinha que ser forte e tomar uma decisão, mas não conseguia se mover.

Marília sentiu a dor tomando conta de seu coração. A dor de pensar que a vida de Maraisa poderia ser levada a qualquer momento era quase insuportável. Mas ela não podia desistir. Ela não podia deixar de tentar fazer tudo para lutar pela vida de Maraisa. Seu rosto estava encharcado e parecia estar se contorcendo em dor e angústia. A dor era quase indescritível. Marília tentava conter sua dor e não perder as esperanças de que Maraisa se recuperasse e saísse daquela pelo menos viva.

Marília sentiu uma sensação de medo e desespero tomaram conta de seu corpo. Estava quase desmaiando enquanto era consumida pela dor e o medo de estar perdendo Maraisa. Marília olhou para a parede com os olhos cheios de lágrimas e parecia que a tragédia tomava o seu ser. Sua mente estava completamente desconectada da realidade e parecia ter encontrado um lugar de dor e medo em que não podia pensar. Marília parecia ter perdido a noção das coisas e estava completamente perdida naquele momento.

Um momento depois, o mesmo médico de antes entrou na sala e com cuidado a chamou.

— A situação de Maraisa é muito grave, mas não perdemos as esperanças de que ela possa se recuperar. Precisamos levá-la para a cirurgia o mais rápido possível, então vou tomar as medidas adicionais para prepará-la. — Falou com tranquilidade.