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Delegacia de Polícia de Nova Iorque.

28 de março de 2009.

(...)

Ao chegar no escritório, Maraisa viu a garota sentada em um sofá. A jovem estava ansiosa e nervosa, olhando para o relógio com frequência, quase como se não quisesse esperar mais.

— Eu sou Maraisa. — A delegada disse, se apresentando. — Eu sei que seu caso é importante, então por favor, me diga todas as informações que você puder para que eu possa encontrar sua mãe o quanto antes.

A jovem respondeu com uma expressão de resignação e não pareceu muito empolgada com a ideia.

— Eu só sei que minha mãe é usuária de drogas e que ela saiu de casa para ir atrás dos amigos dela. Eu tentei encontrá-la na favela onde eles vivem, mas ninguém sabia onde ela estava. — A garota disse, com uma expressão de descrença. — Agora estou com medo de que ela tenha sido espancada por uma gangue ou ter sido presa por algum policial mal-intencionado.

— Vamos encontrar uma maneira de encontrá-la, — Maraisa disse, tentando tranquilizar a jovem. — Você tem alguma ideia de onde sua mãe pode estar?

O rosto da garota mudou levemente quando Maraisa falou. Ela ficou pensativa por alguns segundos, parecendo ter uma ideia.

— Eu acho que minha mãe poderia ter ido a uma clínica de reabilitação. — Ela disse. — Ela estava tentando largar os narcóticos e eu me lembro que ela disse que iria a uma clínica perto da favela para se tratar. Por favor, vamos lá! Eu não quero perder minha mãe!

Maraisa sorriu para a garota e levantou, indo em direção a porta para começar a procurar pela clínica.

Foi até a sala onde seus colegas estavam fazendo as investigações e chamou Marília disfarçadamente.

Observou a loira que tinha os braços cruzados e constantemente apertava o botão de uma caneta, fazendo a mesma ecoar cliques sobre a sala. 

— Descobriu algo? — Perguntou ao abrir a porta e avistou a morena observando seu celular.

— Não estamos lidando com um desaparecimento e sim com um assassinato. — Marília a olhou incrédula.

— Nem quero ouvir o resto. — Negou com a cabeça e virou, a outra segurou seu braço.

— Por favor, me escute só dessa vez.

Ficou pensativa, Maraisa nunca pedia um favor a ela, era raro, havia acontecido uma ou duas três vezes de forma sincera em todos esses seis anos que trabalhavam juntas.

— E o que te fez chegar a essa conclusão? Não ficou dez minutos conversando com a garota.

Marília olhou para Maraisa e sorriu.

— Eu não tive que falar com a garota, ela deixou a dica para mim. A clínica de reabilitação é a chave. — Disse Maraisa, parecendo estar convencida sobre o que falar.

— Como? — Marília perguntou, curiosa. — Como você sabe disso?

— Não tem uma clínica perto da favela, e se a mãe dela está tentando sair dessa vida não poderia ir sozinha para um lugar onde ela está tentada a cair outra vez, certo?

Marília analisou o argumento de Maraisa, parecendo concordar com o ponto dela.

— Ok, talvez faça sentido, uma clínica de reabilitação não seria perto da favela. — Marília respondeu, acenando para a colega. — Se essa hipótese estiver certa, ela provavelmente precisaria de ajuda para estar lá, não é mesmo?

 Inimigas no Altar | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora