Inimigas no Altar | Malila.

34.

Nova Iorque.

16 de junho de 2009.

(...)

Marília chegou ao hospital o mais rápido possível, com os pensamentos bagunçados e muito preocupada com a situação de Maraisa. O médico a esperava na recepção e quando ela chegou perto ele a puxou para o lado.

— A cirurgia para a troca do tubo de oxigênio foi bem, mas… — Disse o médico, parando para contar o que ele estava prestes a dizer. Marília esperava o pior. — Mas durante a cirurgia, descobrimos um outro problema. Um dos tubos dos pulmões de Maraisa também parecia ter um vazamento.

A face de Marília ficou branca e o rosto dela parecia estar desmoronando. O médico percebeu seu estado e imediatamente continuou.

— Não precisa se preocupar agora, é algo que podemos resolver. Mas é necessária uma cirurgia para arrumar esse vazamento. Nós temos tudo preparado para fazer a cirurgia agora mesmo, mas é uma cirurgia de mais alto risco do que a primeira. A situação de Maraisa é crítica e ela precisa de todo o cuidado possível, então peço a você que fique do lado dela sempre e não saia de perto dela nesse momento, Ok?

Marília nodou a cabeça enquanto o médico falava. Ela não sabia o que dizer ou fazer, toda a situação estava sendo uma montanha-russa de emoções para ela.

— Está bem, eu vou ficar com ela. — Marília respondeu, olhando para o médico com olhos cansados e com uma expressão de quase desespero.

Marília ficou junto com Maraisa enquanto os médicos preparavam a cirurgia. Ela não sabia se devia conversar com Maraisa, se devia simplesmente ficar calada e deixá-la descansar ou ficar do lado dela e apoiar nos momentos mais difíceis. O único fato é que ela não poderia deixar Maraisa. Ela sabia que tinha que ficar com ela e dar a sua companhia para a mulher que ela amava.

O médico olhou para Marília com uma expressão séria. Ele sabia que o risco da cirurgia era alto e queria que a outra soubesse disso.

— Marília… — O médico disse com a voz pausada. — A cirurgia tem um grande risco. Ela está em uma situação crítica. Nós recomendamos que você converse com ela e se despida antes da cirurgia.

Marília olhou para Maraisa enquanto o médico falava. Ela sabia que esse poderia ser um momento em que Maraisa poderia sair de sua vida. Ela estava com um medo intenso e não tinha ideia do que dizer ou fazer.

— Eu… eu quero me despedir, sim. Eu vou falar com ela. — Marília respondeu, olhando com uma grande expressão de medo e nervosismo para o médico.

Marília foi para perto de Maraisa e se inclinou até ficar cara a cara com a mesma. Ela ficou em silêncio por alguns segundos e tentou encontrar as palavras certas para o momento.

— Eu vou estar aqui quando você acordar, Maraisa… Eu não vou te deixar sozinha, ok?

Marília se levantou da cama e beijou a pele de Maraisa novamente. Ela continuou a conversa com a mesma, mesmo sabendo que Maraisa não poderia responder.

Marília continuou a conversa com Maraisa, sendo mais tranquila e reconfortante enquanto falava com ela. Ela beijou Maraisa novamente e a fez sentir o seu carinho. Ela sabia que o momento de partir poderia chegar a qualquer momento, então queria dar o máximo de afeto que podia para Maraisa.

Marília olhou para Maraisa com uma expressão de choro nos olhos. Ela sabia que não poderia passar mais tempo do lado de Maraisa e queria se sentir próxima dela por alguns minutos. Marilia beijou o rosto de Maraisa com carinho.