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Delegacia de Polícia de Nova Iorque.

15 de junho de 2009.

(...)

— Marília? — Marília ouviu seu nome ser chamado e olhou em direção a porta. Jackson estava no batente da mesma. — Posso entrar?

Assentiu. Ajeitou sua postura e se olhou em um pequeno espelho se vendo no mesmo levou um susto. Seu cabelo estava preso em um coque frouxo. Seus lábios quase sem cor. E debaixo de seus olhos revelava que ela não tinha dormido nos últimos dias.

— Sim. Como posso ajudar?

— Queria perguntar se quer ajuda com alguma investigação. 

— Não. Eu estou bem. — Forçou um sorriso.

— Passou dois dias aqui. Não quer um descanso?

— Irei descansar quando sentir vontade. — Levantou. — Com licença.

E saiu do seu escritório passando por Jackson e indo até a ala principal para tomar café. Os seus últimos dias tinham sido resumidos em investigar constantemente de onde a bala tinha vindo. Ela procurava cada detalhe e câmera, mas não encontrava nenhuma pista. E evitava ir para casa descansar, sempre que dormia tinha pesadelos com Maraisa. E no hospital Maraisa tinha pouco progresso. Bom, contando que ela tinha sobrevivido a outra cirurgia e tinha pegado uma infecção. Ela estava bem.

— Como Maraisa está? — Um homem careca e menor que Marília a fitou.

— Está evoluindo aos poucos. — Sorriu sem graça. — Ela loga estará bem e irá se recuperar.

Marília repetiu essa frase tantas vezes nas últimas duas semanas que tinha perdido o sentido. Pediu licença ao outro e saiu do escritório indo até seu carro. Era um dia chuvoso e as nuvens estavam escuras. Marília agora odiava a chuva, então ignorou e entrou no veículo um pouco frustrada.

Marília dirigiu pela cidade de Nova York enquanto pensava sobre a situação. Ela sabia que ninguém queria se ver numa situação como aquela e ela estava passando por aquilo pela segunda vez. Mas o medo e a ansiedade tomavam conta dela a todo momento. Ela se sentia cansada e frustrada e parecia estar perdendo a fé de que as coisas iriam melhorar. Marília sabia que Maraisa ainda estava se recuperando, mas parecia não poder fazer qualquer coisa para ajudar. E isso a irritava. Era como se ela tivesse perdido o controle da situação.

Marília entrou em sua casa e notou que estava vazia. Provavelmente a família dela e a mãe de Maraisa tinham saído para algum lugar. Almira tinha chegado há uma semana para cuidar da situação da delegada. Maiara tinha ido visitar a irmã também, mas por cuidado e pelo fato de estar grávida tinha voltado para sua rotina. Maiara estava nervosa demais e passar por aquele estresse que o hospital causava não iria ajudar em nada. Então, com muita insistência convenceram a mesma a voltar para sua casa e cuidar dela e do bebê que estava a caminho. Foi um péssimo jeito de todos se conhecerem, mas não tinha como ser em outro, infelizmente.

Marília foi direto para o banheiro para tomar um banho. Queria tirar a sensação de cansaço e incômodo. E sabia que um banho poderia ajudá-la a relaxar e a tentar tirar toda a ansiedade da situação. Sem a presença de Maraisa, a casa parecia vazia e sem vida. Marília sentiu que a casa estava fria e sem graça. Tinha se acostumado com a ideia de Maraisa a seguindo por todo lado atrás de algo.

Sua cama agora era fria para dormir. Então estava dormindo no sofá. Quando secou o corpo abriu uma gaveta e pegou uma cartela de remédio para dormir. Pegou ao menos cinco comprimidos e ingeriu na tentativa de apagar e não sonhar com nada e descansar seu corpo cansado. Precisava daquilo e ela sabia muito bem disso.

 Inimigas no Altar | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora