Inimigas no Altar | Malila.

12.

Nova Iorque.

29 de abril de 2009.

(...)

Era uma noite fria em Nova York. Marília sentava-se diante da janela de seu quarto tomando um belo vinho. A vista era impressionante, a cidade brilhava sob as luzes coloridas. O ambiente era fresco e agradável.

Marília esperava Maraisa para a conversa que haviam adiado. Ela estava ansiosa para conversar com a outra e quem sabe ter a chance de deixar Maraisa na expectativa. Talvez essa fosse sua nova missão além do trabalho. Fazer Maraisa sofrer um pouco, nada muito sério.

Marília sorriu para si mesma, sabendo que sua jogada estava funcionando perfeitamente. Ela não podia deixar a outra saber que estava curtindo cada momento desse caos que criava. Era como um jogo e ela estava ganhando.

Sentou-se no sofá para esperar, sabendo que seu próximo movimento poderia ser crucial. Ela iria deixar a outra na expectativa por mais algum tempo até que decidisse o próximo passo na guerra de sedução.

Pensou em todas as possibilidades e decisões que poderia tomar. Ela não queria ser muito óbvia e dar sinais de que estava gostando da situação. Porém, ela já tinha escolhido o caminho e a decisão que deveria tomar para continuar.

Ela só precisava esperar pela próxima jogada da outra e reagir a ela. Tudo para manter esse jogo de sedução que já tinha se tornado uma rotina para as duas.

—Marília? — A voz dela chamou. — Posso entrar?

— Sim, vá em frente. — A voz de Marília ecoou pelo quarto, ela sabia que Maraisa não precisava de permissão para entrar.

A outra entrou no espaço e fechou a porta. — Já podemos discutir agora? — A voz de Maraisa soou impaciente.

— Claro, venha aqui em cima do sofá. — Disse Marília, gesticulando para o espaço que tinha ao lado. — Vamos conversar bem perto uma da outra.

Maraisa se aproximou e se sentou ao lado de Marília. — Já posso falar?

— Sim, claro. — Marília estava com uma expressão serena. — Sinta-se à vontade para falar o que tem em mente.

— Não quero mais essa proximidade entre nós, não quero esses jogos de sedução. — Marília bebeu o líquido vermelho e assentiu.

— Por que?

— Está me tirando o foco e eu fico um pouco confusa.

— Eu te deixo confusa, Maraisa?

— Não é você.

— Então é oque?

— É que eu sou uma mulher decidida e não quero ficar nesse jogo com você, de acontecer algo ou não e isso me tira da minha zona de conforto, me deixar sem saber oque eu quero, entende?

— Então quer dizer que não quer mais que eu desperte o seu desejo por mim, é isso?

— Sim. — Marília concordou e terminou de beber.

— Concordo com você, estamos passando do limite e isso não é muito bom, é excitante, mas não é bom.

— Mas eu não consigo entender porque meu corpo implora por essas provocações, ele queima com você por perto… eu odeio admitir, mas estou atraída por você, Marília. — Maraisa mordeu os próprios lábios confusa. — Ou talvez seja apenas uma carência, como eu disse, estou confusa e não sei oque pensar.

— Hum, acho que precisa desse vinho. — Marília ofereceu para Maraisa, mas a mesma negou.

— Não vou arriscar tomar vinho com você trancada em um quarto. — Marília riu negando com a cabeça.