48 | Tudo Errado.

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Com o capuz em minha cabeça e as mãos nos bolsos, ando de cabeça baixa durante a madrugada gélida, os lábios trêmulos, totalmente encharcada por conta da chuva

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Com o capuz em minha cabeça e as mãos nos bolsos, ando de cabeça baixa durante a madrugada gélida, os lábios trêmulos, totalmente encharcada por conta da chuva. Dou um sobressalto após me assustar com um trovão estrondoso, volto a andar em passos mais apressados dessa vez, uma luz diferente se ilumina atrás de mim.

Me viro e constato que se trata de um carro vermelho, carro esse, extremamente famíliar. Continuo andando, sentindo o veículo me seguir pela rua deserta que estou, em meio ao desespero, escorrego em uma poça e caio sentada sobre a calçada, sentindo uma dor e fechando os olhos quando o carro para e acende os faróis em meu rosto.

Escuto o barulho da porta do motorista sendo aberta, mas é tarde demais para correr. Com dificuldade, abro meus olhos, encarando a pessoa que eu estou fugindo, meu namorado, a pessoa mais desprezível que conheço, o monstro que um dia eu pude sentir amor.

Gustavo.

- Gata, vem cá. Vamos conversar, as coisas não precisam ser assim - fala com uma voz mansa, estendendo uma mão para mim, seu corpo começando a se encharcar por conta da chuva

Quando penso em estender minha mão para ele, cedendo a sua manipulação, outro carro aparece colidindo com o seu e o arrastando para longe. Me assusto, ainda no chão e dessa vez Gustavo não está me olhando, está indignado com o que aconteceu com seu carro. O motorista do carro sai do mesmo em um rompante e se aproxima de onde estamos em passos apressados.

Meu odioso namorado abre a boca para protestar, mas recebe um soco em cheio no rosto, dado pelo outro homem, o mesmo cospe sangue e possui agora, um ódio extremo em seu rosto. Nos assustamos com barulhos de sirenes, Gustavo corre, com medo e some pela rua deserta, em meio a uma neblina.

Ainda não consegui ver o rosto do outro homem, que logo se agacha em minha frente, me revelando sua identidade.

Pablo?

- Linda, você está bem? - questiona preocupado, colocando sua mão em minha testa

Que?

Acordo assustada e suando, olho para o lado e vejo que Gavi ainda está dormindo, levo minhas mãos até minha barriga como instinto e tento regularizar minha respiração ofegante. Um pouco desesperada, pego meu celular na mesa de cabeceira ao meu lado e vejo que ainda é madrugada, mas tenho uma notificação me informando que a consulta que marquei é hoje.

Foi só um pesadelo.

Suspiro aliviada e sorrio ao ver como meu namorado está dormindo tranquilo. Ultimamente está sendo difícil vê-lo tão calmo, está sofrendo muito com toda nossa situação e vive preocupado pelos cantos.

Ainda não tive tempo de contar para ele sobre meu irmão, mas estou pressionando meus pais para resolverem logo a situação.

Melissa está me ajudando a encontrar localização do mesmo, mas não está sendo fácil. Meus pais o esconderam muito bem e em extremo sigilo, está sendo muito difícil conseguir alguma informação. Inclusive, minha mãe me disse que viajará amanhã, provavelmente para vê-lo, mas não confio que ela cumprirá sua promessa de trazê-lo para a Espanha.

𝐄𝐋 𝐅𝐔𝐄𝐑𝐙𝐀  - 𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora