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+16| Hannah Hernández, enlaçada pela saudade da infância perdida, retorna a Barcelona com o intuito de se aproximar de seus pais e o cultivo acadêmico. Inesperadamente, seu mundo se transforma ao se envolver com Pablo Gavi, a promessa do...
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Rodopio na cadeira de rodinhas, barulhenta de meu quarto, enquanto tenho um lápis em meu cabelo, servindo de presilha e vários rascunhos borrados, que tampam meu tapete rosa.
Estou com a merda de um bloqueio criativo desde que tive meu coração pisoteado por Gustavo. Com a mudança para o Rio de Janeiro, não tive tempo suficiente para continuar a me dedicar ao meu livro e ao concurso que estava participando em São Paulo.
Na verdade, não sei se agora tenho forças o suficiente para me dedicar à literatura.
Me canso de girar e viro para meu computador em minha escrivaninha, quando penso em abri-lo, a porta de meu quarto é aberta em um rompante, relevando meu avô com o sorriso de sempre em seus lábios.
- Atrapalhei? - questiona e eu prontamente nego com um sorriso para o mesmo - Que bagunça, Hannita - comenta ao adentrar meu quarto, se esquivando para não pisar nas folhas espalhadas pelo chão
- Perdão, vovô. - peço e me abaixo para recolher algumas - Estava tentando organizar as coisas, mas acho que só piorei - sou sincera, jogando as folhas em cima de minha escrivaninha
- Não se cobre tanto, princesa. Acabamos de nos mudar, deixe que o tempo resolva - pisca e eu sorrio fraco para ele
Sei que ele está tentando me consolar, mas nos mudamos à três meses.
O tempo é relativo. Não quero passar meses ou até mesmo anos, presa em uma bolha por trauma de relacionamentos, gestação e experiências novas.
- É, vou deixar - respondo com um suspiro - que horas são? - questiono, um pouco alheia ao que está acontecendo no mundo lá fora
- Quase meio dia. - me revela olhando em seu relógio e eu arregalo os olhos, me levantando da cadeira - Por que?
Puxo o lápis que está prendendo meu cabelo e o chacoalho, passando às mãos nos fios que por sorte, estão bem hidratados e lisos. Meu avô me observa com o cenho franzido enquanto calço meus chinelos e procuro minha mochila preta pelo quarto.
- É sábado, e eu fiquei de ajudar Emília no quiosque da praia - conto, me certificando de que tudo que preciso está em minha mochila
- Hum, quer que eu te leve? - questiona, tossindo um pouco
Quando abro os lábios para o responder, escuto uma buzinada e dou um sorriso amarelo. Coloco minha mochila em um dos ombros e pego meu celular em cima da escrivaninha.