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+16| Hannah Hernández, enlaçada pela saudade da infância perdida, retorna a Barcelona com o intuito de se aproximar de seus pais e o cultivo acadêmico. Inesperadamente, seu mundo se transforma ao se envolver com Pablo Gavi, a promessa do...
"Agora eu não sei mais (re) tornar, para aquilo que foi tão bom um dia".
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Reparto minhas pálpebras aos poucos ao acordar com minha garganta seca e suponho que ainda estamos no meio da noite. Me forço a sair debaixo dos lençóis e salto da cama. Olho para meu namorado que dorme em um sono gostoso e sorrio. Sei que ele não tem dormido assim há muito tempo.
Aquele banho de mar foi um descarrego para ambos.
O mar tem essa virtude. A sensação que fica em nosso corpo após entrarmos no mesmo é surreal. Como se nosso corpo velejasse e sentissemos todas as ondas passarem por ele mesmo após deixarmos a água.
É muito bom.
O olho uma última vez antes de sair do quarto tentando fazer o máximo de silêncio possível e ir até às escadas. Não me importo com a roupa que estou vestindo, afinal, imagino que todos estejam dormindo e ninguém vai me ver vestindo um uniforme do time durante a madrugada.
Infelizmente, minha teoria cai por terra quando adentro a cozinha e me assusto com a presença de uma pessoa.
João Félix.
O olhar do português se ergue para mim e observo quando ele reprime um riso enquanto continua o que estava fazendo. Cortando algumas frutas e colocando em uma tigela.
- Não sabia que o Barcelona havia contratado um novo meio campista. - ele brinca voltando a me encarar - Ia questionar sua altura para as bolas aéreas, mas se o seu namorado consegue, não deve ser difícil para você - implica e eu finjo estar ofendida, levando minhas mãos até minha cintura
- Pois saiba você que eu sou atacante - entro na brincadeira, o rebatendo - e você será banco pra mim. - ameaço e dessa vez é ele quem se faz de ofendido
A cara que ele faz é tão engraçada que acabo gargalhando, mas logo me repreendo, tampando meus lábios com a mão por todos estarem dormindo.
- Me senti ofendido de verdade. - ele leva a mão até o coração, fazendo cara de sofrimento - Mas fingirei que não para mantermos a amizade - brinca e eu me sento na bancada
Félix volta a cortar as frutas e o único barulho audível é o da lâmina da faca se chocando com a tábua de madeira. Tenho a impressão de que ele está preparando alguma coisa para minha amiga, afinal, eles viajam bem cedo e não teria outro motivo aparente para estar perdendo tempo aqui embaixo, ao invés de se arrumando para a viagem.
Confio muito na palavra deles, mas o relacionamento de ambos continua sendo uma incógnita para mim. E talvez, João possa me esclarecer aquilo que eu e Pablo vimos. Consigo ser tão persuasiva quanto Melissa quando eu quero.
- É pra Lalita? - questiono e ele apenas maneia a cabeça com concordância, por estar de costas para mim - Ontem foi a primeira vez que ela bebeu, foi até divertido vê-la animada daquele jeito - comento, tentando puxar o assunto
