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+16| Hannah Hernández, enlaçada pela saudade da infância perdida, retorna a Barcelona com o intuito de se aproximar de seus pais e o cultivo acadêmico. Inesperadamente, seu mundo se transforma ao se envolver com Pablo Gavi, a promessa do...
" E se a história é clara, alguém sempre acaba em ruínas" Us - Gracie Abrams by Taylor Swift
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A casa em que cresci não é a mesma, o silêncio de todos é quase que constrangedor, o frio da madrugada não é tão gélido quando o vazio que agora sinto em meu ventre e a iluminação que na verdade não está iluminando absolutamente nada, pelo menos não para mim. Não vejo nenhum sinal de luz capaz de iluminar os últimos acontecimentos.
Nada parece igual, nem mesmo eu.
Tudo que mais quero é sair correndo, mas não posso. Me dei conta de que não sou nem um pouco forte, sou fraca. A insônia está afetando meu cérebro, assim como meu estômago que não recebe nenhum nutriente a quase doze horas, além dos remédios que Melissa quase empurrou a minha guela abaixo.
Posso estar dopada, mas ainda me encontro lúcida o suficiente para me encolher com os olhares que estou recebendo. Se meu ex namorado estivesse aqui, aposto que estaria julgando todos pela forma que me olham.
Mas estou à deriva e com a água em meu pescoço, então me contento com a realidade que vivo agora. E por escolha minha. Não era dessa forma que eu pensava em retornar para meu país, não nestas circunstâncias.
Estou sentada no sofá que meu avô costumava se sentar para assistir e anotar suas considerações sobre os jogos que ocorreriam nos fins de semana e eu era apenas uma criança o observando com admiração. Correndo pelo tapete antigo com meus pés descalços e girando em frente à TV, com ele sorrindo para mim como se não pudesse me dar uma bronca por estar atrapalhando seu trabalho.
Estou próxima a aqueles parentes que eu apenas costumava conviver em datas comemorativas como o Natal e cuja suas especulações sobre meus pais vinham acompanhadas de embrulhos de presentes e sorrisos amarelos.
E agora estamos todos unidos e compadecidos por uma mesma perda, mas seus olhares famintos pela curiosidade em mim, não são apenas pela perda em comum que temos agora.
E sim por todas as notícias pela metade que eles andaram recebendo sobre mim nos últimos tempos.
Eu não perdi uma pessoa, mas sim três de uma só vez. Sinto que arrancaram um curativo de mim com tanta força que não tive tempo para raciocinar direito e estou prendendo a respiração desde então.
Com apenas a cabeça de fora dessa tempestade, querendo mergulhar de uma vez.
Sinto uma mão ser posta delicadamente em cima da minha e olho para a pessoa sentada ao meu lado, minha melhor amiga, Melissa. Assim que meu telefone caiu nas pedras ao chão e quebrou totalmente, eu perdi toda a força que possuía em meu corpo e voltei a cair sentada naquele banco com o choro entalado em minha garganta que não emitia nenhum som.