53 | Carcaça.

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E mesmo quando não tem nada e nem ninguém, ainda existe você.

Me sinto recobrar a consciência aos poucos, como se meu cérebro estivesse pulsando dentro da minha cabeça, um zumbido chato e persistente me impedindo de ouvir qualquer coisa

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Me sinto recobrar a consciência aos poucos, como se meu cérebro estivesse pulsando dentro da minha cabeça, um zumbido chato e persistente me impedindo de ouvir qualquer coisa. Forço meus olhos a se abrirem e parto minhas pálpebras, enxergando tudo parcialmente embaçado.

Me situo de que estou deitado de barriga para cima e fitando um teto branco.

- Vamos falar isso. - escuto a voz de minha mãe, como um sussuro distante - Talvez ele nem se lembre o que de fato aconteceu - continua a dizer

Está conversando com alguém.

Não consigo inclinar meu pescoço para ver quem é.

- Ele precisa saber a verdade. - escuto a voz de Pedri e a curiosidade para saber quem é a outra pessoa, se esvaia

Porém, outra informação ouvida passa a me atormentar e franzo meu cenho com confusão, sentindo minha cabeça dilatar no processo.

Que verdade é essa que eu preciso saber?

A única coisa sei é que não me lembro como vim parar aqui, olhando para esse teto que definitivamente não é o do meu quarto. Essa iluminação é forte demais para ser a da minha casa, estou sentindo um incômodo em meu braço, como se estivesse cheio de coisas ao redor.

Sem contar que essa cama é pequena demais para Hannah estar deitada ao meu lado, não estou sentindo o cheiro gostoso do hidratante de ameixa dela e nem tem fios de seu cabelo quase entrando em meus olhos.

Hannah.

Calo meus pensamentos de imediato ao me recordar das lembranças do dia a dia com a minha namorada.

Sem entender o motivo, meu coração se acelera e acabo engolindo em seco.

Ainda consigo ouvir burburinhos da conversa de Pedri com a minha mãe, mas algo mais alto começa a escoar pelo quarto. O som dos meus batimentos cardíacos e sinais vitais, sendo registrados por uma máquina.

Estou em um hospital e não sei o porquê.

- Ai meu Deus, ele está acordando! - ouço a voz de minha mãe se aproximando e logo é possível visualizar seu semblante me olhando com preocupação - Oi meu bem, como você está? - ela sussura, colocando uma de suas mãos na lateral de meu rosto

Me sinto atordoado e pisco diversas vezes tentando me manter acordado ou ao menos, atento aos acontecimentos ao meu redor, mas mesmo assim, o pouco esforço é uma dificuldade tremenda.

Não demora nem cinco segundos para que Pedri também esteja em meu campo de visão. Um semblante aflito e com olheiras fundas, como se estivesse sem dormir à um bom tempo.

𝐄𝐋 𝐅𝐔𝐄𝐑𝐙𝐀  - 𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora