8. Lexa

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Meu rosto estava quente e úmido. Uma batida sussurrada e ritmada me embalava e tranquilizava. Minha face descansava no peito de alguém, o que explicava o rosto suado. A batida sussurrada era o coração do corpo ao qual eu me agarrava. Abri os olhos. Clarke estava na minha cama. Por um breve instante, me perguntei se as três semanas anteriores haviam sido apenas um sonho terrivelmente ruim, mas os arranhões no rosto dela mostravam que o inferno que eu tinha vivido era real.

Ela havia voltado. Enfim. Infelizmente, nosso reencontro não tinha sido repleto de raios de sol e arco-íris. Em vez disso, houve strippers e briga.
Eu ainda não entendia como Clarke tinha ido parar na minha cama fazendo as vezes de travesseiro. Ela estava nua, o que não era muito bom, visto que eu estava sofrendo de um caso agudo de ereção matinal e precisávamos ter uma conversa séria. A vontade de tocar uma tinha sumido na noite em que Clarke fora embora, mas vê-la com minha camiseta e meu short na noite anterior ressuscitara meu pau. Minha cabeça não estava nem um pouco no lugar, então eu havia fugido. Além disso, o quadril dela estava obviamente dolorido. Sexo pioraria a dor.

Clarke fez um ruído de quem estava acordando. Quando se espreguiçou, seus braços e pernas tremeram. Eu tinha sentido falta disso mais do que queria admitir. Minhas emoções me deixavam enfraquecida e minha raiva estava à flor da pele, mas a raiva não desfez a ereção. Teve o efeito oposto. Me afastei para ganhar um pouco de espaço e talvez alguma perspectiva, porque eu não fazia ideia de como agir. Meu cérebro queria uma coisa, e meu corpo outra bem diferente.
Clarke não facilitou nem um pouco ao jogar a perna sobre a minha, seu corpo nu contra o meu. Ela não tinha mentido quando falou que ia tirar o short. Eu sentia cada parte do corpo dela, incluindo a parte doce e quente contra minha coxa. Ela se aconchegou ainda mais, inconsciente, e desceu a mão pelo meu peito. Eu a segurei antes que chegasse ao umbigo.
Ela ergueu a cabeça, piscando, ainda sonolenta.

— Oi — falou, a voz rouca e abafada.

Meu pau reagiu com um salto, animado com algo que não deveria querer. Clarke se mexeu, os seios nus roçando meu braço, e fiquei tensa com a sobrecarga de sensações. Lutei contra o desejo de me virar, de me enfiar entre as coxas dela e fazer o que eu queria: apenas entrar nela para sentir aquela conexão de novo.

— Como você veio parar aqui?

Clarke olhou em volta, confusa. Devia ter notado nossa posição comprometedora, porque ficou alerta de repente. Larguei a mão dela. As cobertas caíram. A primeira coisa em que reparei foi a saliência proeminente demais de sua clavícula. No entanto, o leve balançar de seus seios perfeitos e deliciosos me distraiu. A mudança de temperatura se tornou evidente quando os pelos dela se arrepiaram e os mamilos se enrijeceram. Aqueles piercings pequeninos piscaram, iluminados e esperando pela minha boca ou pelas minhas mãos. Desviei o olhar.
Clarke logo pegou as cobertas e as puxou até o pescoço.

— Você teve um pesadelo, não lembra?

Fiz que não com a cabeça.

— Não sei se você estava muito lúcida. Você, hum, tirou minha camiseta. Estava procurando alguma coisa. Uma ferida, eu acho — explicou ela.

Os lençóis emitiram um ruído, um sussurro de tecido esfregando na pele.
Olhei para Clarke. Ela havia coberto sua nudez com a camiseta preta que vestira à noite.

— A gente…

— Não. Não foi nada disso. Você estava mal por causa do pesadelo. Fiquei aqui até você se acalmar, mas nós duas caímos no sono. Não aconteceu mais nada.

Era inimaginável pensar que eu não me lembraria de ter transado com Clarke.

— Bem, isso é bom…

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