P.O.V Noah
Como assim meus pais?
– Amor...
– Oi, meu bem? – Ele me olha e eu apenas subo as escadas novamente.
Por que ele quer encontrar meus pais? Ele queria me tirar de perto do Peter para me devolver para eles esse tempo todo?
Entro no quarto e vou para dentro do closet. Me abaixei em um canto e fiquei por lá.
– Noah? Amor, cadê você?
Fiquei em silêncio ao ouvir a voz dele e abracei meu próprio corpo.
Não demorou nada para ele me encontrar dentro do closet, mas eu continuei lá, não querendo olhar para ele.
– Meu amor, por que correu daquele jeito? – Ele pergunta e tenta tocar meu rosto, mas eu me viro. – O que houve?
– O que eu fiz de errado?
– Oi?
– O que eu fiz de errado? – Começo a chorar e ele me olha confuso.
– Você não fez nada de errado, meu bem.
– Então por que foi atrás dos meus pais? Quer me devolver para eles e me deixar naquele inferno de novo, não é?
Me levanto e saio dali antes de ouvir sua resposta.
Saio do quarto e desço as escadas tão rápido, que acabo caindo e torcendo o pé.
– Merda!
– Noah! – Mikael desce rapidamente e se abaixa à minha frente. – Vamos conversar.
Ele me pega no colo e começa a andar comigo até a cozinha. Quando chegamos, ele me colocou sentado em cima da bancada e foi até a geladeira.
– Por que saiu daquele jeito? Achei que tinha passado mal. E que porra foi aquela de entregar você para os seus pais? – Ele volta para perto de mim e coloca uma compressa de gelo em meu pé.
– Por qual outro motivo você iria ir atrás dos meus pais? Quer virar amigo deles?
– Maldita hora que o Kol te ensinou sarcasmo... Amor, o único contato que eu quero ter com aqueles dois, são minhas duas mãos sendo usadas para matá-los. O que estava passando nessa cabecinha?
– Que você não me queria mais por perto e ia me devolver para o meu pai, mesmo estando grávido de um filho seu.
– Estando esperando um filho meu ou não... eu jamais te deixaria nas mãos daqueles dois. Eu quero apenas matá-los.
– Desculpa! Eu fiquei com medo que você me afastasse – digo de cabeça baixa e coloco os cabelos atrás das orelhas.
– Está tudo bem, grudinho. Eu entendo que tenha medo deles – ele diz e me faz erguer a cabeça. – Vem cá.
Abraço ele e encosto minha cabeça em seu ombro.
– Eu vou ligar para o Pierre e dizer que você não vai.
– Não! Eu estou bem. Consigo ir – me encosto nele para descer da bancada.
– Não teima, Noah. Você não vai conseguir ficar em pé – ele diz.
– Vou sim!
Mikael suspira e me coloca no chão.
– Ai! – Reclamo assim que tento dar um passo.
– Teimoso. Vem aqui – ele me pega no colo e eu pego a compressa na mão.
Saímos da cozinha e Mikael me levou até a sala. Fiquei sentado no sofá e ele pegou seu celular.
Ele ligou e colocou no viva voz.
– O que é? – Pierre pergunta.
– O Noah não vai hoje.
– Deu para proibir meu filho de sair agora? – Rio baixo e mostro a compressa para Mikael, que pega e coloca em meu pé.
– Não. Ele cismou de brigar comigo e correu para a escada. Resultado: caiu e machucou o pé.
– Ele e o bebê estão bem?
– Sim! Estão aqui te ouvindo – Mikael diz e coloca uma mão em minha barriga.
– Oi, Pierre!
– Oi, minha pétala! Como está se sentindo?
– Com dor – respondo.
– Depois eu passo aí para te ver, meu céu.
– Tá bom.
– Tchau, meu anjinho. E fica quieto – ele manda e eu sorrio.
– Tudo bem.
Desligo o celular e entrego para Mikael.
– Está sentindo muita dor? Quer ir ao hospital?
– Não precisa. Sei que vai cuidar de mim – digo e ele faz que sim com a cabeça.
– Com toda certeza.
Mikael se deita sobre a minha barriga e dá alguns beijos nela. Eu só deixo e fico acariciando sua cabeça.
– Oi, Noah! – Freya me cumprimenta ao entrar em casa.
– Oi, Freya! – A cumprimento de volta.
– Pai, viu a Rebekah? Tenho que fazer o ultrassom dela. – Ela pergunta.
– Ela e o Marcel saíram com as meninas – Mikael informa. – Faz um no Noah.
– A gente fez um há três dias – ela diz.
– Ele caiu há pouco tempo. Quero saber se ele e o bebê estão bem – ele explica.
– Okay! Só vou arrumar algumas coisas e a gente vê se está tudo bem – ela diz.
– Amor, eu estou bem e o nosso filho também – digo, mesmo sabendo que ele não irá me ouvir.
– Eu só quero ter certeza – ele diz e passa uma mão em meu rosto.
– Noah, com quantos meses você consegue descobrir o sexo do bebê, sendo um híbrido de Kitsune? – Freya pergunta.
– Com dois meses... bom, pelo que eu li, são dois meses mesmo.
– Então... já dá para ver, talvez o sexo do bebê, não dá? – Ela pergunta e eu paro para fazer as minhas contas.
– Sim! – Respondo animado.
– Iremos descobrir o sexo do bebê, se der, e já vamos começar a organizar tudo para a festa.
– Okay – concordo e a gente fica lá conversando. – Quem vai saber do sexo do bebê?
– Apenas eu. Vou dar meu jeito, mas ninguém, além de mim, vai saber até o momento da festa.
– Entendi. E... onde vai ser a festa?
– No jardim.
Freya me mostra coisas que ela, Malia, Rebekah e Pierre já haviam preparado. Até o momento, o que ela escolheu, esta lindo.
– Agora, eu vou preparar meus objetos de trabalho lá em cima e já volto para ver os dois – Freya se levanta e vai para o andar de cima.
– Freya – Marcel entra gritando e Freya parra de andar.
Ele segurava Rebekah nos braços.
– O quê?
– Quanto tempo dura a gravidez dela? – Marcel pergunta e se levanta do sofá.
– Não sei, exatamente. Entre seis e oito meses, talvez – Freya responde.
– Porra! Podia ter contado antes – Marcel começa a subir as escadas correndo e Freya se aproxima de Rebekah.
– O que houve, maninha?
– Está doendo. – Ela responde.
– Você... puta merda!
– O que foi? – Pergunto.
– Ela está entrando em trabalho de parto – Freya responde.