Capitulo 20

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Alguns dias tinham se passado depois de todo o ocorrido. Para ser mais exato, uma semana tinha se passado, e o ódio permanecia em meu peito. Endevor não se desculpou pela morte de [Nome], nem mesmo com Shouto pedindo em pessoa. Ele estava tentando agir como se não fosse nada, ou melhor, ele estava agindo, acho que está esperando à população esquecer essa história, principalmente depois da aparição na televisão, disse que ela estava envolvida com os Nomus, que era um membro da Liga dos Vilões... e que ela tinha ordenado o ataque ao centro de Tokyo... Mentiras. Os heróis são uma farsa. Os cidadãos podem até esquecer, mas eu não. Eu vi, eu sei a verdade, ela era uma estudante tentando fazer o bem. O bem que eu pedi para ela fazer...

Eles mataram minha namorada e com ela se foi a minha bondade e a gentileza. Ele tirou o meu mundo de mim... agora eu criarei um novo...

Arrumava minha mochila, pegando minha roupas e algumas fotos nossas. Estava decidido a sair da escola, não há motivo para continuar em uma escola de heróis se eu não pretendo ser um herói, não mais... irei me mudar para a casa da família da [Nome]. O pai dela me acolheu, o senhor Masato. (Tive que da um nome pro homi)

- Onde está indo? - Escuto a voz de Kacchan atrás de mim. Eu estava em um beco perto da escola, usei essa rota para ir embora.

- Eu.. vou para a casa da [Nome]. - me virei para ele, e o vi na entrada do beco. Ele também estava mal. Tinha olheiras fundas... - Eu não vou voltar, Kacchan.

- Se for assim... - ele segurou em duas alças, foi aí que eu percebi que ele estava com uma mochila. - Eu vou com você.

- Kacchan, eu não estou pedindo...

- Eu sei que você não está pedindo, mas a mesma coisa que morreu em você, morreu em mim. - ele começou a andar até mim.

- Morreu na gente também... - Shouto apareceu com uma mala de mão, e com ele estava Kirishima, Kaminari e Yaoyorozu.

- E só a gente por agora, mas não duvido nada que os outros mudem de ideia e venha com a gente. - Yaoyorozu falou.

E foi assim que largamos a U.A. e o sonho de ser heróis. Viramos inimigos da sociedade. O senhor Masato nos acolheu naquela grande mansão, tinha quarto para todos. Eu fiquei com o dela... não mexi em nada e nem mudei nada. Ainda tinha o cheiro dela e a presença dela... parecia que ela ia voltar a qualquer momento.. mas não voltou...

4 meses tinham se passado, e orquestrávamos a vingança contra o Endevor e alguns heróis. Eu queria que ele morresse por minhas mãos, queria o ver sofrer, ter uma morte agonizante... assim como a dela... Eu queria agir, mas o senhor Masato disse que temos que esperar o momento certo, todos nós estamos desaparecidos. Ele quer que tenhamos uma entrada triunfal no mundo dos Vilões.

- Ah, que saco! - resmunguei, deitado na cama. Meu pé esquerdo balançava para fora da cama e meu braço estava em minha testa.

Olhei para a minha esquerda e vi sua escrivaninha e nossas fotos coladas bem na parede a frente. Me levantei e apoiei minhas mãos na mesa preta e olhei bem nossas fotos, uma era em uma cabine de foto. Dava para ver nossa felicidade, meu coração até bateu uma fez de felicidade ao lembrar do dia icônico. As borboletas surgiram em meu estômago, mas logo desapareceu...

- Por quê? - gritei. - Por que eu não morri também? - passei a mão na foto imaginando ser seu rosto. - Você está bem melhor, [Nome]. Odeio você por estar melhor que eu. Não sente mais a minha falta agora, não é mesmo? Ah, não, você não sente nada! - bati na mesa, fazendo uma pequena rachadura. E um no se fez em minha garganta. - Odeio você por me deixar... não há nada que possa me consolar agora...

- Você está bem?

- Sim... - me virei e vi Kurono parado na porta. Ele carregava um olhar de preocupação. - Quando isso vai acabar..?

- Quando se ama alguém, não acaba nunca. - Kurono falou calmo, ele abaixou a cabeça e pude ver um olhar melancólico. Como se já tivesse passado por um luto amoroso assim. - Você supera porque tem de superar, mas o leva em seu coração para sempre.

- Você já viveu isso? - o perguntei.

- Sim, assim como você, perdi alguém que amava com todo o meu coração. - ele tocou o dedo da mão esquerda, e pude ver um anel prata. - Ela amava a [ Nome] também.

- Eu sinto a falta dela... sinto muito a falta dela... - cocei a nuca. - Esse quarto sem ela é tão estranho, mas eu me recuso a mudá-lo ou sair daqui...

- É.. eu entendo... Ela escolheu a pessoa certa para amar... - ele sorriu gentilmente e tirou do bolso um cordão de prata. - Não sei se lembra, mas ela usava esse cordão, mas quebrou... eu consertei um dia antes dela... ah, está aqui caso queira usar...

- ...Obrigado.

(...)

[Nome] POV

- Onde eu estou? - uma semana nesse lugar, uma prisão subterrânea. Eu não consigo usar minha individualidade aqui. Havia um homem que andava de ponta a ponta no corredor. Me aproximei da grade e o chamei. - Ei, Ei... Onde eu estou?

- Você me pergunta isso todos os dias, e todos os dias eu falo que é uma prisão subterrânea. Não se cansa?

- Você sabe que eu não estou perguntando sobre isso... em que lugar do Japão eu estou!

- Isso é confidencial. - Ele me olhou sério. - E não sei porque isso importa, já que não vai sair daqui mesmo.

- C-cade meu pai? - Falei me afastando das barras e me sentando no chão gelado. - Cadê você, Izuku?

- Ah, não! Você já chora e chama por eles todas as noites. - Ele riu sacana. - Eles não vão vim... ele não sabe onde você está.

Eu preciso sair daqui, preciso achar o Izuku, ele precisa saber que eu estou viva. Preciso saber quem me colocou aqui... meu pai. Sim meu pai, deve está acabado, ele também pensa que eu morri... minha vó e Kurono também...

Ruínas - Imagine Izuku Midoriya (BNHA)Onde histórias criam vida. Descubra agora