Capitulo 9

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  No dia seguinte não fui à escola, as imagens da noite anterior passavam várias vezes em minha mente, como um filme que estava em loop.

- Não pode negar isso. - lembrava-me da conversa que tive com minha vó quando cheguei em casa. Estava com a cabeça deitada no seu colo, enquanto ela mexia em meu cabelo. - Eu sei onde sua cabeça está.

- Sim, eu posso. E minha cabeça está no lugar. - Resmunguei, fazendo bico. Logo, lembrei do seu rosto fofo e seu sorriso grande.

- Seu sorriso bobo te entrega. Você está apaixonada! Vamos diga! Não precisa ficar se reprimindo. Sua vida é só sua. Não se importa com seu pai! Vai, diga em voz alta.

- Não direi, vovó! Não assumirei! - me levantei e caminhei para longe dela. Antes que eu saísse da sala de estar, parei na patente e a olhei por cima dos ombros, sorrir boba afirmando comigo mesma. - Bem, em alta voz... não direi que estou apaixonada...

- Eu sei. - Ela riu, balançando a cabeça.

Passando pelas sombras das copas das árvores do quintal. Andei por um bom tempo, sem vontade de entrar em casa. Tinha tanto em que pensar. Por que Izuku estava tão determinado em se aproximar de mim? Queria ser só meu amigo, e eu estava entendo errado? Ou queria mais do que amizade? Isso comprometeria minha missão?

Mas não eram as perguntas que me mantinham inquieta. Era o prazer de pensar nelas: a aparência dele quando estava treinado, as gotas de suor escorrendo por seu rosto; as sardinhas; a forma como ele havia me conquistado, de modo fofo e suave, suave, muito suave.

Em minha mente, eu via Izuku em câmera lenta, andando ao meu lado. Lembrava da sensação de nossas conversas. Quando alguém esbarrou em mim na noite passada, me lembrei da mão dele em meu corpo, ajudando a me indireta, a forma gentil como havia me segurado. Tremi de prazer, e de um pouco de medo também. Medo de perdê-lo... estranho, mas era essa a sensação. Sensação de que ele era perfeito para mim e eu ser tão imperfeita para ele.

O que eu sentia era diferente de uma simples paixão. Era algo que inundava todos os meus pensamentos e sentimentos. Talvez fosse melhor recuar, pensei, antes que fique mais envolvida. Vou ligar para ele hoje. Mas, então, me lembrei da forma como ele havia conseguido me fazer rir, do seu rosto iluminado e risonho por sua proeza.

- [Nome]! - ouvir me chamarem. - Está me ouvindo?

Me virei e vi meu pai, parado perto da porta do quintal, usava uma calça social preta e uma blusa social branca, com as mangas dobradas até os cotovelos.

- Eu preciso de você. - ele falou firme, suas mãos foram a cintura. - Preciso que vá com Kurono a uma negociação.

- Que negociação? - Me aproximei dele, ficando apenas alguns metros de distância, onde eu podia ouvi-lo bem.

- Os bastardos estão com algo que é meu, e eu quero de volta. - ele mexeu a cabeça fazendo o pescoço estalar. - Eu sequestrei dois membros deles. Você vai cuidar da parte da chantagem. Kurono faz a parte suja.

- Okay. - Concordei com a cabeça e logo a abaixei.

- E mesmo que depois deles darem a localização do QG, os matem. Bem, Kurono os mata. Você só cuida negociação.

- Então é um interrogatório. - cruzeis os braços.

- É uma negociação. - tombei minha cabeça para o lado. Ele riu. - É um interrogatório, mas vamos ser profissionais e chamar de negociação.

(...)

- Eu não vou falar nada, porra! - Kai, um dos homens interrogados falou. Já tinha se passado 2 horas desde que eu comecei, eles já estavam machucados e até sem alguns dentes, mas continuavam quietos.

Me levantei da cadeira que estava sentada, e caminhei até eles. Kai e Kenji estavam sentados lado a lado, os dois estavam amarrados e com algemas que reprimiam suas individualidades.

- Então, vocês conhecem Sayuri e Mahina? - falei os nomes de suas esposas. Eles arregalaram os olhos.

- Por favor, Não nossas esposas. - Kenji choramingou. Sorrir aí conseguir o que abalar o emocional deles.

- Me conte o que eu quero saber.

- Está bem..está bem.. - Kai olhou para Kenji e fez menção de continuar.

- Não. - Eu o interrompi, levando o indicador esquerdo. Arrastei a cadeira de Kenji com meus poderes para longe de Kai. O coloquei perto de uma mesa, soltei sua não esquerda mas ainda mantive a outra presa, botei uma fita em sua boca. - Kurono, me da um pedaço de papel e um lápis.

Enquanto Kurono procurava pelos objetos citados fui até Kai. O derrubei no chão de costas para o parceiro, e o chutei algumas vezes até sair sangue o suficiente de sua boca, depois tapei sua boca também com uma fita. Também soltei uma de suas mãos. Assim que Kurono deu o papel e lápis para Kenji, eu pude da minhas ordens.

- Quero que escrevam o endereço do QG de vocês, e eu espero que botem o mesmo endereço. - Assim que Kenji terminou de escrever, indiquei para que Kurono pegasse o papel, analisei o endereço que estava papel e o que estavam no chão. Era o mesmo.

- Terminei. - falei devolvendo o papel para o Kurono e indo em direção a saída do galpão. Kurono apenas agradeceu e começou a sujar as mãos.

(...)

- Você está pronta? - Izuku me perguntou. Tinha marcado de treinar com Izuku desde a noite passada. Ele queria que treinássemos juntos para ver como seria uma combinação de nossos poderes em um combate real. E eu disse que precisava de sua ajuda em combate corpo a corpo, uma boa desculpa.

- Sim! Não se segura, finge que é uma luta seria. - me posicionei do jeito que ele havia me explicado.

É claro que Izuku não iria me atingir com sua força total, mas eu queria que ele não tivesse pena em me golpear.

Eu me defendia mais do que atacava. Izuku era rápido em seus movimentos, ou melhor eu mal conseguia me concentrar por causa do meu próprio oponente. Eu sentia que seus golpes não havia força aplicada, eram apenas rápidos. Nosso objetivo era derrubar um ao outro para ganhar a luta.

Eu fui para trás para me defender de seus golpes, e acabei tropeçando em uma raiz de árvore que tinha no jardim. Consequentemente, bati a cabeça no chão.

- Ah, meu Deus! - Izuku se agachou ao meu lado. Ele gentilmente colocou a mão em minha cabeça. - A culpa foi minha, eu fui muito rápido e você não conseguiu me acompanhar.

- Está de boas... - me mexi e percebi que meu braço esquerdo estava arranhado.

- Deixa eu vê. - ele pediu com gentileza e tocou meu braço. - Foi só um arranhão...

Seu rosto estava muito perto. Perto demais.

- Ah... - olhei nos olhos dele. Tentei me afastar mas ele não soltou meu braço. Depois de um momento de hesitação, levou sua mão ao meu rosto. Será que ele podia sentir a forma como meu coração pulsava mais rápido diante de seu toque?

Eu podia sentir sua respiração pesada em meu rosto. Logo, não foi só a respiração que eu sentia em meu rosto, mas sim, seus lábios aos meus.

Ruínas - Imagine Izuku Midoriya (BNHA)Onde histórias criam vida. Descubra agora