Idiota

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MON

Nop me trouxe até o meu dormitório, e eu estou muito grata por isso, se não fosse o garoto, eu estaria plantada ao lado daquela árvore, até agora. E tudo culpa daquela... daquela idiota. Espero que não fiquemos na mesma sala, e muito menos no mesmo corredor, o mínimo de contato com essa maluca, é essencial para minha sobrevivência, nesse hospício, chamado escola.

- Obrigada Nop, como posso retribuir esse grande favor que você me fez? - O agradeci, já questionando como poderia recompensa-lo, por tamanho cuidado com a minha pessoa.

- Hm... que tal um almoço mais tarde? - Eu esperava qualquer resposta, menos essa. O que eu faço agora? Eu torci tanto pra isso não acontecer, eu não o conheço, não sei quem são seus amigos, nem a qual panelinha ele pertence. Eu tenho que tomar cuidado com as pessoas que vou me aproximar. Não tive tempo de analisar nada e nem ninguém. Somente sei que existe uma banana chamada Samanun, e um cavalheiro chamado Nop, mas isso é tudo que sei até agora. O coitado me ajudou, me trouxe até aqui, e ainda carregou a minha mala, é um fofo, e educado. Não posso recusar.

- Claro Nop, mas tem um problema.

- Qual problema, Mon? - Me questionou com o rosto surpreso.

- Eu não sei chegar na cantina, em nenhuma lanchonete, e muito menos cafeteria. - Respondi cabisbaixa, minha receptora era uma idiota, com certeza não me levaria a nenhum desses.

O rapaz sorriu grande e não pude deixar de notar seus dentes brancos e alinhados. - Não tem problema Mon, eu te busco aqui mais tarde, pode ser?

- Combinado, Nop. - assenti sorrindo, ele parecida um bom rapaz, e eu precisava conhecer pessoas assim, meu objetivo aqui, deveria ser ao lado de pessoas leves, tranquilas e simpáticas. Acho que me sai bem. Passei meu número para que ele pudesse me ligar mais tarde.

Procurei as chaves em minha bolsa, e pude ouvir vozes vindo de dentro do quarto, mas era quase que impossível detectar de quem se tratava. Quando achei as chaves, pedi aos deuses para que minha companheira de quarto, fosse uma pessoa incrível, com quem eu me daria bem, e me sentisse confortável, porém tudo que ouvi quando a porta se abriu, só me fez ficar estática, não podia acreditar que isso estava acontecendo.

"- Eu não sei, Nita, não sou eu quem resolvo isso, eles decidiram assim. Eu não posso fazer nada."

Elas estavam? Brigando? Será que eu entrei no quarto errado? Não podia ser, senão as chaves não abririam o trinco. Será que esse quarto é divido para três pessoas? O que tá acontecendo aqui? Seja o que for, não quero me meter nisso. Tenho um leve pressentimento que eram as duas que estavam se beijando agora pouco no portão de entrada da escola, a roupa é a mesma. Preciso dar o fora daqui e voltar quando acabar.

- B Bom... - Droga, gaguejei. - Eu volto mais tarde. - Disse fazendo referência em fechar a porta novamente.

- N Não espera. - Ouvi alguém dizer. Essa mesma pessoa correu até onde eu estava e abriu novamente. - Entra. É o seu quarto né? Ah, e o meu também. - Só pode tá se sacanagem. Eu vou dividir o quarto com essa idiota? - Nita já estava de saída. Creio que você está cansada, e esteja querendo tomar um banho antes. Ela vai te dar privacidade. Até para você possa organizar suas coisas no armário, sem pressa. - Sorriu colocando a mão no pescoço. O que caralhos essa menina está fazendo?

- Eu estou bem, posso esperar vocês termi... - E a idiota me interrompeu.

- Nós já terminamos. Né amor? - Sorriu sem graça e foi em direção a morena que observava essa interação completamente estranha. Desferiu um selinho sobre a boca da mulher, que sorriu no mesmo instante. - Vamos, Nita, vá para seu quarto descansar, mais tarde te busco para almoçarmos juntas. - Pegou na mão dela e a trouxe até a porta. E por incrível que pareça passou por mim, e sorriu, de forma simpática?! Esse dia tá uma loucura.

A herança - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora