Desejo

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MON

Vê-la partir doeu o meu coração, tudo que vinha acontecendo em relação á ela ultimamente, mexia muito comigo de todas as formas, independente se fosse de um jeito bom ou ruim, ambos tinham efeitos consideravelmente fortes no meu corpo. No entanto, eu não tinha muito tempo para perder pensando nisso, havia marcado com Heng de almoçarmos juntos, recusei o seu convite para que fôssemos com sua a família, não achava que nos conhecíamos o bastante para tal apresentação. 

— Uma pena que não queira conhecer minha família agora. — Heng se levantou da cadeira, me abraçando por trás e desferindo um beijo em minha têmpora. 

— Teremos muito tempo pra isso. — Respondi acariciando suas mãos repousadas em minha barriga. 

— Sei que sim, eles vão amar te conhecer. — Me virei de frente passando os braços pelo seu pescoço. 

— Tenho certeza que eu também vou amar conhecê-los. — Dei um selar em seus lábio. Nenhuma onda de choque era sentida pelo meu corpo. Me lembrei vagamente do beijo de Samanun, que acendeu pontos específicos em mim, mas rapidamente me desfiz desses pensamento. Era só questão de tempo até o meu corpo reagir ao dele da mesma forma. 

— Estou te achando um pouco pensativa. É por causa do Nop né?! — Questionou. 

— Claro. — Menti. Eu não estava pensando em Nop, desde o acontecido bloqueei a minha mente para que não pensasse sobre aquilo, queria criar uma barreira impenetrável nos meus sentimentos, não havia tempo para me martirizar. 

— Eu dei uma surra nele. Acredito que chegou até quebrar o nariz. — Abraçou-me mais forte. — Depois disso Nita apareceu me arrancando de cima. — Contava contente o feito. — Samanun sumiu e por fim Nita o enfiou no carro dela e ambos sumiram também. Tentei te procurar, corri pelas ruas feito louco, não te achei em lugar nenhum. — Me olhou com os olhos dilatados. — Para onde você foi? Me deixou preocupado. 

— Eu vim para o dormitório. — Disse simples, não queria esticar esse assunto. 

— Sozinha? — Me parecia insistente. 

— Sim... — Arrastei a fala. — Quer dizer, mais ou menos. — Não queria mentir para Heng. 

— Mais ou menos? — Levantou uma sobrancelha e selou meus lábios. 

— Samanun veio comigo. — Disse por fim, tentando acabar com esse assunto. 

— Ela te trouxe então? — Assenti com a cabeça. — Fico feliz em saber disso, Sam é uma ótima pessoa. — Sua afirmação me despertou uma curiosidade anormal e me fez ter vontade de dialogar sobre ela. A conhecer. 

— Ela é? — Tentei parecer indiferente, no entanto, havia fogos e curiosidade por cada palavra que ele tinha para falar. Cada história que provavelmente tinha para contar.

— Ela é. — Afirmou. — Poucas pessoas tem o privilegio de perfurar a casca dura que a cerca. — Disse sorrindo, parecia estar se lembrando de algo. — Ela é muito além daquilo que os olhos comuns veem. — Prestava atenção em cada afirmativa. — Sempre cuidou de mim e de Jim, como uma irmã mais velha, protetora. — Sam era poucos meses mais velha que os amigos. 

— O que a fez mudar? — Queria não demonstrar interesse, porém não conseguia, era mais forte que eu.

— Ela já vinha mudando antes, mas o ponto chave com certeza foi o relacionamento com Nita. — Me olhou se lamentando. — Ao longo da adolescência o olhar de criança, doce e puro foi se desfazendo. As ordens e pressões do pai foram ficando intensas. Mas o bater do martelo foi com a chegada de Nita. Eu acho que a pressão sobre elas, a questão da capital das empresas girarem sobre elas, a mídia e tudo isso acarretaram ao que elas se tornaram hoje, juntas. — Ouvir Heng dizer sobre elas como um casal me despertou um incômodo, o mesmo que havia sentido quando Nita a tocou.

A herança - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora