SAM
— Por favor Nita, pode ir parando. — Encho um copo de água, o contraste do líquido transparente em contato com a minha garganta, quente e seca, parece me encorajar. — Não veja isso como um pedido de casamento, você não vai escolher arranjo nenhum. — Estou comunicando Nita sobre esse tal casamento, sei que ela vai levar como um pedido sentimental, no entanto, faço o possível para que entenda que, não é. — Vai ser uma cerimônia simples, sem muitos convidados. — A explico.
— Qual é Sam. — Eu sabia que ela retrucaria. Nita não alguém que se contenta com o simples. — Não é todos os dias que eu recebo a notícia de que finalmente me casarei com a Anuntrakul que eu sou apaixonada. — Ela se levanta da cadeira que estava sentada, dando passos precisos e firmes em minha direção. — Precisamos fazer uma festa do nosso nível. Me deixe preparar tudo. Você sabe o quanto sou boa nessas coisas. — Obviamente eu sabia que se deixasse ela a par de tudo, seria algo luxuoso, estrondoso e chamativo, tudo que eu menos queria para esse casamento.
— Não Nita. Eu não quero nada chamativo, quero tudo sigiloso, quanto menos atenção chamarmos para isso, melhor. — Seguro suas mãos, explicando delicadamente o meu ponto de vista.
— Sam, eu amo você. Quero que isso seja marcado para sempre nas nossas lembranças, por favor, me deixe cuidar de tudo... além do mais, o seu pai.. — A solto, furiosa.
— Pare de enfiar o meu pai no meio de tudo, Nita. — Dou alguns passos para longe da morena, depositando o copo em cima da bancada escura. — Eu quero sentir que tenho controle de algo pelo menos uma vez na minha vida. Mesmo sabendo que não estou tendo. — A explico com a voz embargada.
— Sam...
— Não, Nita. Você sabe que esse casamento é estritamente comercial, nada sentimental. É tudo pelas empresas, pelo nosso dinheiro, para termos um herdeiro para suceder nosso nome. Eu já deixei claro meus sentimentos por você, não complique as coisas. Quando tudo for feito e nossos deveres forem cumpridos, seguiremos nosso caminho, separadas. — Eu tentava ponderar o que dizer para Nita, mas nunca adiantava e acabávamos sempre no mesmo lugar, comigo sendo grossa e reafirmando a minha falta de sentimentos á ela.
— Me escuta, por favor. — Ela pede com calma e eu gesticulo com a mão para que ela continue. — Eu sei que você não tem sentimentos, mas podemos fazer uma comemoração digna dos nossos nomes, e se acaso algum dia no futuro você sentir algo, teremos boas lembranças do nosso casamento para compartilharmos juntas. — Seus olhos se marejam ao explicar o seu ponto de vista. — Então pode por favor uma vez na vida, atender á um pedido meu? — Questiona embargadoramente.
— Nita, se fosse para eu sentir algo, eu já teria sentido. — Sua cabeça se abaixa e seus olhos caem ao chão. — Mas vamos pensar ok? Ainda somos menores de idade, temos alguns meses antes da maioridade, vamos pensar em tudo com calma, por enquanto é uma cogitação e não uma afirmação. — Um sorriso tímido nasce em seus lábios. Eu não queria que Nita criasse esperança sobre nós, sobre o casamento e menos ainda sobre nossa dinâmica de duas mulheres casadas, no entanto, eu também tinha noção que não havia para onde correr. Mon estava me dispensando, o pouco do sentimento que nascia em meu peito me consumia, uma explicação difícil de ser expressada, mas algo dentro de mim, dizia que o rumo das coisas ainda mudariam drasticamente em algumas semanas. — Mas agora, acho que você deveria ir para o seu quarto, Mon vai chegar daqui a pouco e você já sabe... — A morena concorda e anda em direção á porta, ao abri-la posso avistar uma Nam na entrada, que se escora no batente á espera de um convite. — Entre. — Digo sorrindo, mesmo sabendo que ao teor da conversa a seguir, não será das melhores.
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A herança - MonSam
FanfictionSamanun é filha de um dos mais renomados empresários do país. Egocêntrica, grossa, insuportável e tudo que há de desprezível. Namorada de Nita, que também é filha de um grande empresário. Um relacionamento baseado em fins comerciais, ou não. Moram...