STAY | Supercorp/Karlena

| Capítulo Dezoito |

Nacional City, 15 de Fevereiro de 2016

A manhã de segunda feira chegou com uma ventania fria e muita chuva, era como Kara se sentia, uma tremenda bagunça por dentro.

Ainda não tinha contado a Alex sobre seus sentimentos, nem tampouco sobre o beijo que trocou com Lena na noite das garotas, isso porque estava preocupada com o sumiço de Luthor.

Havia uma semana inteira que não se viam, Lena mal respondia as mensagens dela e quando respondia, era apenas para lhe dizer que a L-Corp estava uma bagunça e que quase não tinha tempo nem mesmo de respirar.

Foi até a empresa mais de uma vez, e sempre recebia a mesma resposta da secretaria de Lena:

— A senhorita Luthor está em reunião no momento, se quiser deixar recado, eu passo para ela. Ou a senhorita pode voltar outra hora.

Todas as vezes que fora até lá, recebeu praticamente a mesma resposta, não importa o horário que o relógio marcasse.

O que ela mais temia estava acontecendo, Lena estava se afastando dela. Isso era péssimo, desde que admitiu a si mesma que estava realmente apaixonada, queria a todo segundo estar com ela, lhe dizer o que sentia, mas como faria isso se a empresária ao menos queria lhe ver?

— Kara?! – James chamou pela quinta vez, tendo a atenção da heroína. – Está no mundo da lua?

— Desculpe, eu estava... – Limpou a garganta, apesar de serem melhores amigos, ela não diria a ele que estava pensando em Lena e em sua paixão não correspondida. – O que foi?

— Reunião de equipe em dois minutos, Cat chamou todo o pessoal da CatCo.

Kara franziu o cenho, aquela era a primeira vez que veria Cat juntar todos os setores da empresa, seria aquela a reunião anual de equipe, da qual Danvers quase nunca participava por sempre estar nas ruas como Supergirl, salvando as pessoas?

— Certo, vamos lá.

Ela o acompanhou até a sala de Cat Grant, aparentemente eles eram os únicos que faltavam, pois assim que chegaram, a rainha de toda a mídia começou a falar.

— Agora que estão todos aqui, podemos começar. – Se sentou em sua cadeira, que na verdade, os outros presentes ali viam como seu trono. – Como todos sabem, o vilão mais conhecido como Lex Luthor ainda está a solta por aí, é nós ainda não conseguimos nada sobre ele. – Não, claramente aquilo não era a reunião anual. – Eu quero saber o que estão fazendo, que nenhum de vocês me trouxe nada sobre isso até agora.

— Eu acho que... – Um dos homens do T.I tentou falar, mas se calou ao receber um único olhar de Cat.

— Nós somos a maior rede de mídia do mundo, estamos sempre levando informações de primeira aos nossos leitores, o que vão achar se a revista na qual eles mais confiam, não tiver absolutamente nada sobre a mais nova ameaça a humanidade? James, você é amigo do Superman, eu quero que consiga qualquer informação possível, com certeza o carinha da capa vermelha sabe alguma coisa sobre ele, até porque são arqui-inimigos mortais.

— Eu não sei se o Superman diria qualquer coisa sobre isso nesse momento. – Olsen se pronunciou.

— Se vira, você não nasceu quadrado. – Sua voz soara tão calma, que foi como se ela não tivesse acabado de ser rude com ele. – Kara, você é a minha repórter investigativa, posso saber o que anda fazendo, que não está... Ah, qual é mesmo a palavra? – Colocou o invocador no queixo, olhando para cima, como se realmente lhe falhasse a memória. – Ah, claro. Investigando?!

— Ah... E-eu... – Se perdeu com as palavras, já era difícil encarar Cat Grant com suas perguntas complicadas, mas ficava ainda mais quando tinha toda a equipe lhe encarando, a espera de uma resposta. – Eu estou tentando juntar as peças, não quero nada inconclusivo quando formos publicar. – Disse a primeira coisa que lhe veio a mente, mas aquilo não era verdade.

— Você é amiga da irmã dele e da Supergirl, use seus contatos, bata de porta em porta, ofereça doces ou travessuras para qualquer um que nos dê qualquer informação, não me importa como, só consegue a matéria!

— Sim, senhorita Grant...

Só tinha duas coisinhas que não encaixavam nesse plano de Cat, uma que ela era a Supergirl e não tinha pista alguma, nem como repórter, muito menos como heroína. E duas que Lena está lhe evitando a todo o custo, como iria descobrir qualquer coisa com ela?

Se bem que ela estava evitando a amiga Kara Danvers, como Supergirl, talvez tivesse uma chance de ser recebida, se certificar que ela está bem e de quebra, conseguir qualquer coisa sobre o Lex.

— Eu quero todos vocês focados nisso, nós temos que ter a melhor matéria do ano expondo o caos que a família Luthor está causando em nossa cidade.

— Nem toda a família está de acordo com os planos dele, senhorita Grant. – Ela imediatamente rebateu, Cat não poderia generalizar o problema para toda a família. Não para a sua Lena.

— São todos iguais, Kara. Não pense que sua amiga não está de acordo com toda essa atrocidade, ela é um deles e a sua consideração não vai mudar o DNA que corre em suas vezes.

Não respondeu, não deveria sequer pensar em retrucar sua chefe diante de toda a equipe, mas não conseguiu deixar que ela incluísse a mais nova da família nas atrocidades que o irmão cometia.

Saíram quando Cat os dispensou, nem mesmo esperou por qualquer outra coisa, recolheu as coisas em sua mesa e entrou no elevador, trocando de roupa imediatamente.

Voou por Nacional City na direção das instalações Luthor, subindo até o andar que desejava e seu coração quase pulou de alegria quando viu os fios de cabelo escuros voando por conta do vento.

Seus batimentos estavam tão acelerados, que nem precisava de seus poderes para ouví-los. Respirou fundo, entrando pela janela e seus pés tocaram o chão de forma silenciosa.

— Lena? – Chamou e a cadeira finalmente se virou, mas para a infelicidade da Supergirl, não era ela quem a ocupava naquele momento. – Quem é você?!