STAY | Supercorp/Karlena

| Capítulo Cinco |

Nacional City, 03 de Fevereiro de 2016

Os primeiros raios de sol invadiram o apartamento de Kara, e desejou não ter ido dormir tão tarde na noite passada. Não tinha o costume de fazer isso, mas foi bem mais que necessário.

Passou boa parte da madrugada no DOE com os agentes noturnos, tentando encontrar Lex a todo o custo, mas uma coisa ela tinha que admitir, ele era muito bom em se esconder.

Só chegou em casa às quatro da manhã e agora o seu despertador tocava de maneira incessante em sua mesinha de cabeceira. Bufou, desligando o alarme e se levantou mesmo que contra a vontade.

Depois do banho, optou por uma calça jeans, blusa branca e sobretudo rosa claro, não estava necessariamente frio, pelo menos não para a Supergirl, mas a Kara Danvers sim estava congelando.

— Aí está você! – Foi a primeira coisa que ouvira ao adentrar a sala de Cat. – Preciso que ligue para a Ellen DeGeneres e diga a ela que me sinto honrada pelo quinto convite do mês, mas que eu não tenho tempo para uma entrevista com ela. Eu também quero que diga a Forbes que não pretendemos fechar parceria com ninguém até o fim do ano e marque um horário com o meu psicológico, eu vou precisar depois da visita da minha mãe.

Kara picou os olhos, decorou tudo o que lhe foi dito, mas por um momento pensou que Cat talvez tivesse se esquecido que não era mais sua secretária, e sim uma repórter.

— Eu adoraria fazer isso para a senhora, mas esse é o trabalho da Eve. Eu não sou mais a sua secretária, lembra?

Cat a olhou como se Danvers tivesse cometido o maior erro existente no mundo, apenas um olhar firme e uma sobrancelha arqueada foram o suficiente para fazer Kara se encolher.

— É claro que eu me lembro, foi eu quem te promoveu e se continuar insultando a minha inteligência, posso facilmente voltar atrás na minha decisão, Kira. Pedi a você que o fizesse porque não confio na senhorita Teschmacher para tarefas tão importantes.

— Oh... Tudo bem, eu faço isso para a senhora com o maior prazer!

— É claro que faz! Agora me diga, o que conseguiu sobre o Lex?

Não havia conseguido nada de realmente útil, a busca por ele estava muito mais difícil do que imaginou. Se conseguir algo como Supergirl estava difícil, como Kara Danvers seria impossível!

— Eu estou usando todas as minhas fontes para conseguir qualquer coisa, mas está muito difícil. Ele simplesmente desapareceu.

Cat ficou pensativa, jurava que iria ouvir um sermão por não ter conseguido nada, mas ela não o fez.

— É compreensível que não tenha conseguido, se eu fosse uma super vilã, eu também sumiria do mapa por um bom tempo... Mas não teria sido presa e nem aderido um gosto de moda duvidoso!

— Eu tenho certeza disso! – Cat sorriu com a resposta. Ela sorriu!

— Supergirl, precisamos de você no DOE agora! – Era Alex.

— E-eu... Acabei de me lembrar que tenho uma outra fonte e que talvez ela tenha algo sobre o Lex. Preciso ir até lá agora, ou posso acabar perdendo.

Não obteve uma resposta, apenas um típico aceno de mão que Cat sempre usava para dispensá-la.

Entrou no elevador, trocando de roupa rapidamente e voou até o departamento assim que as portas se abriram.

Não demorou nem mesmo dois minutos para chegar ao seu destino e assim que pousou, seus olhos atentos capturaram as expressões de preocupação no rosto de seus colegas.

— Que bom que veio tão rápido!

— Alex, o que aconteceu?

— Encontrei a bomba de kryptonita. – A resposta veio de Winn, que digitava algo no tablet, colocando em tela cheia para que os outros conseguissem ver.

— Está no centro da cidade... – Comentou pensativa.

— Isso vai fazer com que a kryptonita se espalhe mais rápido e cubra a cidade em pouquíssimos segundos. – Explicou o marciano.

— Então eu vou até lá deter esse ataque! – Decretou, já caminhando para a saída, mas Alex se colocou em seu caminho.

— Você enlouqueceu? Se chegar perto, isso vai acabar te matando!

— É um risco que vale a pena correr se for para salvar a cidade. Eu não vou deixar que aquele lunático destrua tudo, Alex.

— E eu não vou deixar que você de coloque em perigo desse jeito! Você é minha irmã e eu não estou afim de te ver morrer hoje, entendeu?

— Talvez possamos desarmar a bomba. – Sugeriu Winn. – O Superman está lá, ele está evacuando o local e nos mandou uma foto. – Colocou em tela cheia, onde mostrava um cronômetro que marcava em quanto tempo a bomba explodiria.

— O que? Mandou o meu primo até lá? Isso pode matá-lo! Eu vou ajudar!

— Você não pode ir, tem que ter outro jeito!

— Alex, as pessoas vão morrer se eu não fizer nada, pessoas inocentes. Se eu ficar aqui parada, a kryptonita vai me afetar do mesmo jeito e eu vou acabar morrendo também.

— Ela tem um ponto. – Winn murmurou.

— Não precisa de pânico, eu vou até lá para tentar desarmar.

— J'honn, não! Se aquela coisa explodir, vai matar você!

— Vai valer a pena se eu conseguir conter a explosão!

J'honn queria ir, Alex não queria deixar. A Supergirl também queria ir, Alex não podia deixar.

— Vocês não entendem, eu não posso perder a minha figura paterna, não de novo! – A voz da ruiva estava embargada, deixando mais do que claro que estava segurando a vontade de chorar. – E você é minha irmã, é tudo para mim, eu não posso viver sem você!

— Se nenhum de nós fizer nada, não vai mais haver vida para ninguém, Alex. Eu sei que você só quer me proteger, mas me impedindo de fazer o certo, você está não só colocando um alvo nas duas costas, como na minha também...

Alex sabia que mesmo querendo manter a irmã o mais longe possível, aquilo iria acabar a matando caso explodisse. Não era uma decisão fácil, apesar de parecer e ela não gostava nem mesmo da simples ideia de viver sem sua irmã.

— Hã, gente... Cadê o J'honn? – Winn questionou.