| Capítulo Trinta e Oito |

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Nacional City, 01 de Novembro de 2016

Dois dias. Há dois dias Lena esperava por uma resposta da única pessoa que poderia lhe ajudar naquele momento. Achou melhor levar o corpo da kriptoniana para longe do departamento, não sabia bem como funcionavam as coisas, ainda não havia encontrado uma explicação científica para o que eles faziam.

Ouviu batidas na porta e respirou fundo, o coração acelerado com a simples possibilidade de o DOE tê-la encontrado. Caminhou lentamente, olhando quem era e seu sorriso fora instantâneo.

Abriu a porta, dando passagem para as únicas pessoas no mundo que poderiam lhe ajudar a resolver o problema que havia causado. Não deixava de se culpar um segundo sequer, sabia que se não tivesse lutado com a Supergirl, ela teria forçar para enfrentar seu irmão e o teria vencido outra vez.

— Lena, o que foi que aconteceu? – A loira perguntou, olhando ao redor e se aproximou da kriptoniana. – Meu Deus...

— Isso foi culpa minha... – A morena murmurou. – O Lex a matou, mas eu fiz a maioria do trabalho.

— Eu sinto muito... Então foi por isso que nos chamou?

— Sim! – Se aproximou das outras duas. – Eu não sei mais o que fazer, Sara. Eu sei que você e as Lendas voam por aí através do tempo, concertando a história e que podem salvá-la se voltarem no tempo.

A capitã das Lendas respirou fundo, sabia bem os efeitos catastróficos que mexer na linha do tempo poderia causar.

— Lena, eu sei como perder alguém pode ser difícil, mas nós não podemos mexer na linha do tempo desse jeito. – A resposta não veio de Sara, mas sim de Ava Sharpe, a co-capitã das Lendas.

— Ava, eu entendo isso, mas eu estou desesperada. – O tom de sua voz deixava isso bem claro. – Ela não deveria estar morta, isso tudo é culpa minha e eu não suporto viver em um mundo sem ela!

Estava a ponto de implorar, não sabia mais o que fazer, mas lembrou-se de uma vez ter ouvido Alex dizer sobre ter dormido com uma viajante do tempo um dia antes do casamento de Barry Allen.

Não foi muito difícil encontrá-la, o difícil mesmo foi conseguir contatar a nave das Lendas, mas conseguira e aqui estava ela, a única mulher que podia resolver seu problema, a única que poderia devolver sua esperança de um dia ser feliz de verdade. Ali estava Sara Lance.

— Nós vamos ajudar! – Lance decretou, fazendo o peito de Lena se aquecer de imediato.

— Mesmo?!

— Sara! – Ava a repreendeu. – Nós nem sabemos o que vai acontecer se mudarmos a linha do tempo agora.

— Eu sei disso, amor. – Sara segurou nas mãos de Sharpe. – Mas o tempo é como cimento, demora para se solidificar. Além do mais, nós não estávamos aqui quando tudo isso aconteceu, não tem a menor chance de nós interagirmos com nós mesmos e quebrar o tempo outra vez. – Lena franziu o cenho.

— Vocês já quebraram o tempo?

— A questão não é essa. – Lance voltou sua atenção para a mais alta. – Eu tenho certeza que se fosse ao contrário, e a gente precisasse da ajuda delas para salvar alguém que amamos, elas fariam de tudo para nos ajudar.

Ava entortou os lábios, sabia que a namorada estava certa e que as Lendas eram a única chance de salvar a Supergirl, mas o seu lado ético falava mais alto.

— Sara...

— E se fosse eu deitada naquela mesa? – A questionou. – Você não faria de tudo para me salvar?

— Isso é diferente, você e eu temos uma coisa... – Sussurrou para que apenas Sara a ouvisse, mas Lena fora perfeitamente capaz de escutar também.

— Amor, você acha mesmo que ela teria nos chamado aqui, sem saber quais as possíveis consequências que nossa interferência poderia causar na história, se elas também não tivessem "uma coisa"? – Sorriu, olhando para Luthor. – Você a ama, não é?

Lena parou para pensar, nunca havia sequer cogitado a ideia de usar essa palavra para se referir à Kara. Ela a amava?

A resposta veio assim que olhou na direção do rosto pálido da kriptoniana.

— Sim, eu a amo mais do que tudo nesse mundo. – Sorriu tristemente, aquela era a primeira vez que admitia aquilo a si mesma e sua amada não estava ali para ouvir.

— Viu só, Ava? As vezes temos que fazer sacrifícios maiores em nome do amor, foi você quem me ensinou isso.

Sharpe respirou profundamente, estava ficando difícil pensar racionalmente com um par de olhos azuis a olhando com espectativa, e um par de olhos verdes a olhando como se sua resposta pudesse definir se viveria ou morreria.

Mas para Lena era exatamente aquilo, a chave da sua felicidade estava nas mãos de Ava, e torcia muito para que ela atendesse ao pedido desesperado de um coração apaixonado.

— As vezes temos que fazer sacrifícios maiores em nome do amor... – Repetiu a frase da namorada. – Então nós vamos fazer isso! – Decretou por fim. – Vamos salvar a Supergirl!

A morena não conseguiu conter as lágrimas intensas, Ava havia acabado de lhe dar uma nova dose de esperança e por isso, teria uma dívida eterna com as Lendas do Amanhã.

— Mas você não vai poder ir com a gente, Lena. – Lance a informou. – Como eu disse, é extremamente perigoso se você entrar em contato com sua versão mais jovem, poderia causar uma catástrofe.

— Eu entendo! Só, por favor, trás a minha menina de volta...

— Nós vamos, eu prometo!

Se despediram da mais nova dos Luthor e voltaram à bordo da Waverider, onde o restante da equipe esperava ansioso pela próxima missão.

— Qual a missão da vez, capitã? – Spooner perguntou empolgada, fazia tempo que não tinha a oportunidade de atirar em alguém e já estava começando a ficar entediada.

— Nós temos uma missão de resgate!

— Resgate? – Zari franziu o cenho, finalmente saindo do celular, que não largava de jeito nenhum. – E quem teremos que resgatar dessa vez?

— A Supergirl. – Ava respondeu, tomando seu lugar e colocando a proteção.

— Gideon, trace um percurso até Nacional City, 29 de Outubro de 2016.

— Percurso traçado para o dia 29 de Outubro de 2016, algumas horas antes dos eventos que levaram ao assassinato da Supergirl. – Gideon, a CPU da nave respondeu.

— Legal, nós vamos salvar a Supergirl! – Nate comemorou.

— Coloquem máscaras apropriadas, porque nós vamos mexer com aço! – Sara se fez ouvir.

E com um único movimento na alavanca, partiram em uma missão para salvar a vida da garota de aço.

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora