| Capítulo Quatro |

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Nacional City, 02 de Fevereiro de 2016

Os habitantes de Nacional City nunca viram a Supergirl voar tão rápido pelos céus, era apenas um borrão vermelho, quase imperceptível de tão rápido.

Desviou dos prédios como se eles ao menos estivessem em seu caminho e finalmente avistou a logo desejada por ela, a L-Corp.

Entrou no escritório pela janela, observando cautelosamente tudo ao seu redor, buscando qualquer coisa de errado que Lex pudesse ter feito ali. Torcia para que ele não tivesse chegado antes, sabia exatamente do quê ele era capaz e imaginar que ele já tinha em sua posse toda aquela kryptonita lhe causava arrepios.

Supergirl, como estamos?

Teve que sair de seus pensamentos quando a voz de Alex soou em seu ouvido atravéz do ponto de comunicação que todos os agentes do DOE utilizavam.

— Acabei de chegar. – Entrou de vez no escritório, buscando qualquer coisa que desse alguma pista de que ele estava por ali. – Até agora está tudo limpo.

Ouviu um barulho e notou que agora seu primo também estava no mesmo ambiente, olhando tudo outra vez, com uma cautela maior do que já tivera na vida.

— Temos que ficar de olhos bem abertos, não sabemos quais os efeitos dessa kryptonita em nós. – Clark alertou.

— Se a que conhecemos já nos causa tudo aquilo, não quero nem imaginar o que uma sintética faria... Vamos olhar tudo, cada canto desse lugar e saímos o mais rápido possível.

— Certo!

Fizeram uma varredura total em todo o prédio, cada um deles duas vezes para ver se não tinham deixado nada passar, e não havia o menor sinal de Lex ou da kryptonita.

— Alex, nós já olhamos tudo. Não tem nada e nem ninguém aqui. – Kara informou.

Temos um problema, um helicóptero está sendo atacado nesse exato momento e dado a pessoa que está dentro dele, eu acredito que a L-Corp foi uma distração! – Winn informou.

— Mas uma distração? Por que?

O que está havendo?!

Kara não precisou sequer se concentrar para que sua super audição captasse o tom desesperado da voz e então soube o motivo da distração.

— Porque estão tentando matar a Lena!

Os borrões vermelhos cortaram os céus de Nacional City, ainda mais rápido que a primeira vez, porque dessa vez uma vida estava em perigo e Kara não deixaria que nada acontecesse a ela, nem a ninguém da sua cidade.

Pousaram no heliporto ao mesmo tempo, podiam ver o helicóptero das empresas Luthor sendo alvejado por diversos tiros partidos de um drone.

Se colocaram entre os dois imediatamente, impedindo que mais tiros atingissem a lataria do helicóptero e com sua visão de calor, a Supergirl destruiu aquele drone imediatamente.

— Hã... Supergirl, temos um problema.

Danvers olhou ao redor, onde diversos deles parecidos com aquele que acabara de explodir, estavam à solta pela cidade, prontos para atacarem alvos civis.

— Vai, eu dou conta aqui!

— Tem certeza?

Concordou com um aceno positivo e com aquela confirmação, o Superman voou pelos céus, destruindo as ameaças aos humanos, uma a uma.

Supergirl voou até o helicóptero, o segurando em suas mãos e analisou se os dois estavam bem.

— Está tudo bem?! – Perguntou alto, o vento soprando forte e o som das hélices não lhe permitia ser ouvida muito bem.

— Eu estou bem, mas ele levou um tiro!

— Eu vou tirar vocês daqui!

Voou para debaixo do Helicóptero, segurando nas pás e concentrou toda a sua força para conseguir equilibrá-lo, antes de finalmente o colocar no chão com os dois em segurança.

— Supergirl, a cidade está a salvo!

— Superman! Que bom ouvir isso. O piloto levou um tiro, você poderia...

— Eu levo ele, não se preocupa. – Ele a interrompeu, pegando o piloto pouco ensanguentado e levantou vôo com ele nos braços.

— Você e o Superman trabalhando juntos justamente no dia em que sofro um atentado, seria esse o meu dia de sorte?

Apesar do que acabara de acontecer, Lena ainda sorriu ao final daquela frase e Kara por um momento se permitiu admirar aquilo, mesmo que por pouquíssimos segundos.

— Não sei se sorte é a palavra certa para definir o seu dia, senhorita Luthor.

— Por favor, é só Lena. – A kriptoniana concordou com um aceno.

— Certo, Lena. A presença do meu primo aqui não foi por acaso e ele estar aqui para ajudar no seu resgate também não.

— Como assim?

Danvers olhou ao redor, ainda estava em campo aberto, com a maior chance de que Lex lhes atacasse a qualquer momento e também havia o risco de Lena ter sido atingida e não ter sentido por conta da adrenalina do momento.

— Primeiro eu tenho que te tirar daqui e te levar a um lugar seguro, só então falaremos sobre isso.

E sem ao menos pedir permissão, Kara a ergueu nos braços, voando com ela até o lugar que mais considerava seguro.

— Onde estamos? – Lena perguntou um tanto confusa.

— Isso não vem ao caso, aqui é seguro e poderemos conversar assim que eu te analisar para ter certeza de que você não foi atingida.

— Supergirl, eu estou bem. É sério! Eu quero saber sobre o que falava lá no telhado.

— Você já sabe que o seu irmão fugiu da prisão. – Ela concordou. – Tenho informações de que ele roubou toda a kryptonita que minha equipe e eu sabemos existir e também as sintéticas produzidas no seu laboratório, ele pretende fazer uma bomba com capacidade suficiente para explodir Nacional City e Metrópolis. Agora, eu tenho duas perguntas... Como o seu irmão sabia sobre a kriptonita sintética e por quê você tem isso?!

— Eu não sei do que está falando.

A loira estreitou os olhos, não sabia se deveria confiar em Lena de fato, afinal, ela é uma Luthor e todos sabem que o histórico entre as famílias não era dos melhores.

— Você não sabia que o seu irmão invadiu o seu laboratório para roubar a única coisa no mundo que pode matar kriptonianos?

— Eu juro a você que eu não fazia a menor ideia até você me contar!

Kara se concentrou, ouvindo as batidas de seu coração aceleradas e não era por estar mentindo, ela estava obviamente nervosa com aquilo. Não acreditava que era mentira, ninguém conseguiria fingir tamanha surpresa como ela ficou.

— Você ficou agitada com essa informação...

— A minha vida toda eu venho tentando me livrar do peso que o meu sobrenome carrega e quando parece que eu finalmente estou quase lá, o psicopata do meu irmão aparece e estraga tudo, usando a minha tecnologia para matar pessoas. É um pouco difícil não ficar agitada.

— Nós vamos impedí-lo e o mandar para a prisão.

— Não vai fazer diferença, ele vai passar por um julgamento, ser condenado a prisão perpétua outra vez, o que não abala em nada uma pessoa que tem trinta e duas perpétuas.

— Uau... – Suspirou. – Você passou por um trauma, é bom que vá para casa descansar um pouco.

— Eu concordo. Obrigada por me salvar, Supergirl.

— Sempre que precisar!

E com um sorriso caloroso, elas se despediram.

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora