| Capítulo Vinte |

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Nacional City, 29 de Fevereiro de 2016

Duas semanas haviam se passado desde o dia que a Supergirl decidiu se fazer de isca para atrair o Lex Luthor, mas aquele plano não funcionou como o previsto.

Lex realmente apareceu, mas na batalha, ele tinha um grande poder de kryptonita e isso quase matou a heroína da cidade. Alex ficou furiosa, tanto com J'honn, por ter plantado aquela ideia na cabeça de sua irmã, quando com a própria Kara, por ter concordado com aquela loucura toda.

Teve de passar dias no DOE, sendo tratada com as lâmpadas de sol amarelo para que se sentisse melhor. Winn e James estavam segurando tudo na CatCo, inventavam de tudo para Cat, mas ela andava bastante desconfiada.

— Esse plano nem deveria ter sido executado, foi perigoso e irresponsável! – Esbravejou a agente Danvers. – Ela podia ter morrido lá!

— Mas não morreu, nós a resgatamos a tempo de salvar a vida dela, Alex. – J'honn respondeu. – Você não pode impedir que ela faça o possível para salvar a cidade do mal que nos assombra.

— Não posso impedir, mas eu posso dizer quando ela está se excedendo demais e se colocando em risco. Ajudaria bastante se você parasse de colocar ideias na cabeça dela!

— Caramba, dá para ouvir você gritando lá de baixo. – Kara se juntou a conversa. – O que está acontecendo?

— Sua irmã ainda está com raiva pelo plano contra o Lex quase ter te matado.

— Mas não matou.

— Mas poderia! – Respirou fundo, rolando os olhos. Não importa o quanto gente explicar, eles não entenderam. – Você ficou entre a vida e a morte, eu fiquei por um fio de perder você para sempre. A mamãe me culparia pelo resto da vida, eu ficaria devastada porque eu não posso viver em um mundo onde você não exista, entendeu?! – Sua voz estava embargada, os olhos rasos d'água e a expressão de tristeza apenas em imaginar aquilo se apossou de seu rosto. – Não vale a pena morrer por conta disso, Kara.

— Alex, isso já passou. Eu sei que você ficou assustada e com medo, mas eu estou bem aqui. Me desculpe ter feito você passar por isso, mas vamos tentar esquecer disso, o que acha?

A agente concordou, apesar de saber que não iria conseguir parar de pensar na cena de sua irmã sendo carregada às pressas até a ala médica, como teve que ouvir seu coração parar de bater e como os segundos seguintes pareceram anos, até que ele voltasse a bater.

— Kara!

Agora eu tenho que ir, a senhorita Grant quer me ver, mas o que acham de uma noite de tacos hoje lá em casa?

— Claro, vai ser ótimo. – J'honn concordou.

— Alex?

— Maggie e eu estaremos lá.

— Legal! Vejo vocês mais tarde. – Ouviu Cat lhe chamar outra vez. – Agora eu tenho que ir, ou vou acabar perdendo o meu emprego e a minha audição.

Brincou, voando para longe do departamento. Se trocou ao notar que estava bem escondida e que ninguém estava lhe vendo, para só então ir até a sala de Cat.

— Até que enfim, está com problemas auditivos? – Suspirou irritada.

— Me desculpe, senhorita Grant. Eu estava finalizando o artigo sobre a briga da Supergirl com o Lex Luthor, contada exclusivamente pelo ponto de vista da própria Supergirl.

Aquilo pareceu chamar a atenção da rainha de toda a mídia, que recebeu o artigo em mãos, colocando os óculos para lê-lo.

Kara estava ansiosa, havia se esforçado bastante para escrevê-lo enquanto esteve em repouso em casa após acordar do ataque.

Cat franziu o cenho. Danvers imitou sua expressão, tentando decifrar se aquilo era um indicativo de que ela não havia gostado. Cat sorriu. Kara imediatamente também abriu um sorriso. Cat fez careta. Kara reproduziu a expressão mesmo sem ter a intenção.

Aquela análise pareceu durar horas, até que ela finalmente fechou a pasta, retirou os óculos e lhe encarou de forma inexpressiva, a repórter não sabia o que esperar.

— Isso está fantástico, você captou todos os sentimentos que a Supergirl teve durante a luta apenas com uma entrevista e você nem viveu aquilo na pele, mas conta como se estivesse lá.

— Eu apenas reproduzi o que ouvi dela, senhorita Grant. – Sorriu nervosa, arrumando o óculos no rosto. – É bom saber que consegui reproduzir os exatos sentimentos dela.

— Isso vai estar na primeira página e se o senhor Olsen tiver uma foto desse combate, ela estará na nossa capa de amanhã! Fez um bom trabalho, Kara. – O canto de seus lábios se curvaram em um sorriso sutil. – O senhor Olsen me disse que você estava doente nas últimas duas semanas, como se sente?

— Ah, é mesmo! Eu tive uma gripe horrível, não conseguia nem mesmo levantar da cama de tão mal que fiquei. Mas agora eu já me sinto ótima, pronta para voltar ao trabalho. – Tentou parecer confiante, mas o olhar da mais velha parecia enxergar tudo através dela.

— Fico feliz que esteja melhor, mas da próxima vez que isso acontecer e eu não for informada imediatamente, você vai ser demitida. E tente não ficar mais doente, não quero você espalhando germes pelo meu escritório... Na verdade, tire o resto do dia de folga, apenas para garantir que você não é mais um bluetooth de germes. – A dispensou com um aceno e Danvers saiu, se sentia orgulhosa por ter agradado Cat, isso é uma coisa que poucas pessoas conseguem fazer.

— Como está se sentindo? – James questionou ao passar por ela.

— Você já devia estar de volta ao trabalho tão cedo? – Foi a vez de Winn perguntar.

— Estou ótima, e se eu não estivesse de volta ao trabalho, o meu artigo não teria ganhado a primeira página! – Comemorou.

— O que?! Está brincando? – Winn sorriu, a abraçando empolgado.

— Parabéns, Kara.

— Obrigada. – Olhou a hora no relógio. – Vejo vocês mais tarde para a noite de tacos?

— Com certeza!

— Tenho que ir, até mais tarde. – Recolheu suas coisas, saindo da empresa e agradeceu mentalmente por ter ganhado o resto do dia de folga, agora poderia se concentrar em duas coisas que não saiam de sua cabeça.

Uma delas, fazer os pedidos no seu restaurante mexicano favorito e a outra, tentar conversar com Lena.

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora