STAY | Supercorp/Karlena

| Capítulo Vinte e Nove |

Nacional City, 13 de Junho de 2016

O coração da kriptoniana disparou, como o criminoso mais procurado da cidade sabia de sua verdadeira identidade?!

Alex também estava preocupada, depois que aquele vídeo terminou, fazia ligações e mais ligações no celular, mas Kara não fazia a menor ideia de com quem ela estava falando.

— Como ele sabe a sua identidade? – J'honn questionou, mas Kara soube que não era uma pergunta que pedisse uma resposta.

— O mais importante ainda, como assim você está namorando a irmã dele?!

— Winn, agora não. – Murmurou preocupada, aquilo era tudo o que não precisava naquele momento, não quando tudo estava dando tão certo.

— Já pensaram que talvez tenha sido a Lena que contou a ele sobre a sua identidade, Kara?

— O quê?! Claro que não, Lena não faz a menor ideia de que eu sou a Supergirl, Winn. Isso é impossível!

— Vocês namoram e não contou a ela? – Ele abriu a boca em surpresa, mas fingiu seriedade diante do olhar preocupado da amiga.

— Agora não é hora para isso, Winn! Temos que descobrir onde ele está e prendê-lo de vez!

— Não sem que antes o J'honn apague a sua identidade da memória dele. – Alex se pronunciou, agora já sem o telefone em vista.

— Você devia contar para Lena que você é você... Digo, que você é a Supergirl. Se ela descobrir pelo irmão homicida, eu tenho certeza de que ela vai ficar muito magoada.

— Não, se eu contar a ela sobre mim, vou estar a colocando em perigo. Nós acabamos de começar a namorar Winn, eu não vou deixar que nada destrua o que estamos construindo!

— Vocês estão namorando? – Alex perguntou surpresa. – Tipo, namorando mesmo? – Ouvir aquilo da própria, tornou aquele fato ainda mais real.

— Sim, ela fez o pedido ontem. – Mostrou o anel brilhante em seu dedo.

— É por isso que você chegou aqui tão diferente! – Sorriu. – Parabéns, irmã!

— Parabéns? O que estamos comemorando? – Uma voz bem conhecida soou perto deles e assim que se virou, puderam ver Mon-El os olhando com interesse. – Oi, Kara... – Ele sorriu, mas ela não retribuiu, o que o pegou de surpresa.

— Oi, Mon-El. – J'honn o respondeu.

— Então, por qual motivo estamos dando os parabéns para a Supergirl?

— Socorro! – Sua super audição captou um pedido de ajuda. Bem a tempo!

— Tem alguém em perigo!

Um vulto vermelho passou por eles, levantando voo até quem quer que fosse e estivesse em perigo.

[...]

Batidas na porta lhe chamaram a atenção e tirou os olhos das propostas que recebeu de seus novos investidores, vendo a figura que mais desejava evitar, talvez pelo resto de sua vida

— Olá, querida. – Aquela voz lhe causou arrepios, mas não de um jeito bom como costumava ser.

— Desculpe, eu disse que estava ocupada e que não queria ser interrompida, senhorita Luthor.

— Tudo bem, deixe-nos. – Sua secretária concordou, saindo de sua sala e fechou a porta ao passar por ela. – O que você quer, Jack?

— Eu vim te ver, Lena. – Sorriu, tentando jogar seu charme. Sabia bem o efeito que aquilo causava nela, mas dessa vez, tudo o que ganhou foi um revirar de olhos.

— Se queria me ver, no Google tem muitas fotos minhas. – Respondeu imediatamente, se levantando de sua cadeira. – Se era só isso, você já pode ir. Eu tenho muito trabalho a fazer.

Ela caminhou até a porta e nem mesmo chegou a tocar na maçaneta, que ele já se colocou em seu caminho.

— Por favor, é só um minuto. Eu sei que posso pesquisar sobre você quando eu quiser, mas por internet não posso te tocar como sei que gosta. – Acariciou a pele macia com o dorso de sua mão e ela se afastou de seu toque no mesmo instante. – O que está havendo com você, Lena?

— Pare de insistir, Jack. Se esqueceu que eu tenho namorada? Aliás, você a conheceu ontem naquele restaurante.

— Aquela fedelha? – Riu sem humor. – Você é boa demais para ela, querida. Sei que seu coração ainda bate mais forte por mim, que eu ainda te deixo ofegante com apenas um sorriso.

— Era só o que me faltava. – Ralhou irritada, só existem duas coisas que Lena odiava no mundo, a primeira era que mentissem para ela, e a segura era pessoas insistentes ao ponto de chegarem a inconveniência. – Não seja ridículo, eu sei que você é um cara que preza por sua dignidade, então reúna o pouco que lhe sobrou e vá embora.

Tentou passar por ele, mas Jack segurou em seus ombros, a prendendo contra a parede e um sorriso surgiu em seus lábios.

— Precisa que eu te lembre como éramos ótimos juntos? Tudo bem, eu faço se isso significar que você vai parar de fingir ser lésbica e voltará a ser normal!

— Me solta! – Ele prendeu suas mãos, a impedindo de o empurrar para longe. – Socorro!

— Eu sei que sente saudades, Lena. Eu sinto também, podemos acabar com isso agora.

Ele cobriu os lábios dela com os seus, a barba volumosa arranhando sua pele macia, as mãos unidas em um aperto firme, a deixando incapacitada de se livrar dele.

Jack mordeu seu lábio inferior com uma força excessiva e Luthor não demorou a sentir o leve gosto de sangue em sua boca.

Fez de tudo para se livrar dele, usou até mesmo os pés para empurrá-lo para longe, mas nada adiantava.

Sentiu quando o ambiente ficou gelado, o beijo roubado cessou, o aperto sumiu e ele a soltou.

Abriu os olhos com receio, vendo Jack jogado em seu carpete caro e parada na janela estava a Supergirl. Ela parecia brava.

Quando Kara ouviu, do outro lado da cidade, o coração de Lena acelerar daquela forma, ela soube que Luthor estava em perigo e não podia ter chegado em melhor hora, vai saber o que aquele homem teria feito com ela.

— Você está bem?

Lena alternou o olhar entre ela e o homem no chão, notando agora que seu nariz sangrava por ter colidido com o vidro de sua mesinha. Pobre mesa!

— S-Sim... Estou bem.

Ela tremia um pouco, seu coração ainda estava acelerado, mas a kriptoniana não pôde deixar de notar o alívio tomar conta da morena.

— Eu vou levá-lo para longe de você. – O pegou pela gola da camisa e saiu voando com Jack pendurado em suas mãos.

O que diabos havia acabado de acontecer?!