| Capítulo Onze |

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Nacional City, 06 de Fevereiro de 2016

Kara não queria que aquilo saísse em um tom tão necessitado, mas agora não tinha como voltar atrás. Ela disse, Lena ouviu.

Um sorriso iluminou o rosto da morena, que prontamente segurou na mão da amiga, causando em Kara uma sensação desconhecida por ela.

— Obrigada, não apenas pelas palavras, mas por ter vindo até aqui. Isso significa muito para mim.

E então tudo estava ali, o brilho nos olhos, o sorriso prefeito. A loira sentiu o coração acelerar, tanto que temia que se houvesse um silêncio prolongado, Lena poderia facilmente o ouvir batendo com força.

— Para mim também, L-Lena... – Gaguejou aos sentir Luthor entrelaçar seus dedos e acariciar seu dorso com o polegar.

Já havia abraçado Lena antes, já até mesmo tocara em sua mão noite passada, mas nada se comparava aquilo. Kara prendeu a respiração, a pele quente e macia de Lena estava em contato com a sua.

— Você está bem? Parece nervosa. – E então, ela fez algo que deixou a heroína ainda mais nervosa do que antes.

Ela se aproximou ainda mais, acabando com qualquer espaço existente naquele sofá. Tocou sua bochecha, virando lentamente o rosto dela em sua direção. Danvers respirou pesadamente, olhando diretamente nos olhos da morena.

— E-Eu... – Tentou falar qualquer coisa, mas as palavras pareceram ficar presas em sua garganta.

Não sabia se estava imaginando coisas, mas sentiu seu estômago revirar com tanta proximidade, mas de um jeito estranhamente bom.

— Kara, você está me deixando preocupada. – Verbalizou o que seus olhos e sua expressão já denunciavam.

Ouviram o celular da jornalista tocar e isso foi como acordar de um transe. Kara pegou o aparelho, o atendendo ao ver o nome da irmã piscando na tela.

— Alex, oi! – Respirou fundo, notando apenas naquele momento como seus pulmões precisavam de ar.

— Oi, estou ligando para avisar que a mamãe decidiu nos fazer uma visita surpresa. – O tom dela era preocupado e Zor-El sabia bem o motivo daquilo.

— Mas quando ela chega?

— Ela já chegou. – Sussurrou, mas a mulher do outro lado da linha foi perfeitamente capaz de ouvir. – Ela está aqui em casa, o que eu faço agora? Mamãe não para de falar de você e dizer que quer te ver. Eu já disse a ela que você está trabalhando, mas ela está irredutível.

— Tudo bem, eu já estou indo. Diz a ela que já estou chegando.

— Graças a Deus. – Kara ouviu um suspiro. – Por favor, não demora.

— Tudo bem, já estou indo. – E então elas desligaram. – Eu preciso ir, minha mãe adotiva chegou de surpresa na cidade e está querendo me ver.

— Não sabia que você também é adotada.

— Espera, também?

— Sim, longa história. Prometo te contar qualquer dia desses se você me contar a sua. – Sorriu.

— Então combinado!

Lena se aproximou, acolhendo o corpo da kriptoniana em um abraço caloroso e Kara respirou fundo, inalando o cheiro do perfume dela.

Se separaram após alguns segundos, que para a loira, pareceram horas ali no calor dos braços dela e se olharam outra vez.

Danvers balançou a cabeça, não entendia aqueles pensamentos que vinha tendo, ainda mais com Lena, que apesar de ter sentido uma conexão imediata, não a conhecia tão bem assim.

Sorriu, indo até a porta com a intenção de sair, mas parou ao ouvir a empresária lhe chamar.

— Kara! – Danvers a olhou. – O que acha de uma noite de meninas, para compensar o desastre de ontem. – Riu.

— Claro, isso seria fantástico!

— Amanhã a noite, na minha casa? Chama a Alex também, se ela não achar isso um pouco exagerado...

— Eu vou falar com ela, te mando uma mensagem e combinamos tudo direitinho, pode ser?

— Claro!

E despediram-se outra vez, só então Kara se retirou das instalações Luthor.

Chegou à casa de Alex o mais rápido possível, sabia que a irmã não lidava bem com as visitar inesperadas da mãe e que Eliza sempre pegava mais pesado com a filha de sangue.

— Cheguei! – Informou ao pousar próxima a janela, sendo recebida por um sorriso e um abraço caloroso de sua mãe. – Eliza!

— Kara, minha filha!

Varreu o ambiente com os olhos em busca da irmã, a encontrou saindo da cozinha com uma garrafa de cerveja pela metade em uma das mãos e uma fechada na outra.

— Oi, Alex.

— Você veio! – Podia ver o alívio no rosto da mais velha, tinha certeza de que, se pudesse, Alex estaria naquele momento lhe dizendo como estava grata por ter sua companhia e não precisar aguentar sozinha as broncas da mãe. – Cerveja?

Antes que ela sequer pudesse pensar em responder, Eliza se pronunciou:

— Você não deveria estar bebendo tanto desse jeito, Alex. – Advertiu.

— É só uma, mãe. – Se justificou. – Ou duas, mas não estou bebendo muito. Eu tive um dia exaustivo e quero relaxar um pouco, não posso?

A matriarca da família ignorou toda e qualquer palavra que saira da boca da filha, estava agora muito ocupada, verificando se o jantar já estava bom.

— Pronto, espero que estejam com fome. – Sorriu orgulhosa, colocando a travessa em cima da mesa. – O jantar está servido!

Após lavarem as mãos, a família Danvers se reuniu à mesa para jantar. Ouviam Eliza contar como estavam as coisas em Midvale, fazia um bom tempo que não iam até lá para visitar.

Depois disso quis saber como estava a vida de suas meninas, Alex contou por alto como o DOE estava o mesmo caos de sempre, mas que sua segurança e a da Supergirl vinha sempre em primeiro lugar.

Quando teve sua vez, Kara contou a mãe das últimas aventuras da Supergirl e claro que no meio do relato, se arrependeu de ter o iniciado. Sua história era completamente o oposto da segurança que Alex lhe dissera que tinham.

Contou também sobre Mon-El e sua volta turbulenta, que fizeram uma nova amiga e que o trabalho na CatCo estava indo melhor do que o esperado.

— Ah, Alex... Lena nos convidou para uma noite das garotas amanhã, o que acha?

— Ela me convidou? – Franziu o cenho e Kara acenou positivamente. – Sério mesmo? Ela disse a você que me queria lá?

— Sim, ela que falou para eu te chamar. O que deu em você?

— Nada, eu só achei a informação interessante. – Deu de ombros. – Eu topo!

— Isso vai ser tão legal!

Estava mais animada que uma criança em noite de natal, nunca em sua vida dormiu na casa de alguma amiga, aquela seria a sua primeira "festa do pijama" e Kara estava tão empolgada, que queria ter a habilidade de acelerar o tempo para viver a experiência o mais rápido possível.

Isso, ou já não podia mais esperar para rever Lena Luthor.

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora