| Capítulo Trinta e Quatro |

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Nacional City, 29 de Outubro de 2016

Abriu os olhos de uma única vez, assustada com a quantidade de luz excessiva que batia contra seus olhos e se sentou de imediato, tentando identificar onde estava.

— Calma, você está no DOE. – Olhou para o lado, vendo sua irmã parada ali com um tablet em mãos. Como fora parar ali? – Deve estar se perguntando como veio parar aqui, não é? – Acenou positivamente. – Você demorou muito a voltar, então eu pedi ao J'honn que fosse te buscar. Ele me disse que encontrou você desacordada e perto de kriptonita. O que foi que aconteceu lá, Kara?

— Eu não me lembro direito, sei que uma hora estava tudo bem e na outra... – Como se algo se encaixasse em sua mente, lembrou de tudo o que aconteceu. – Lena! – Tentou se levantar às pressas, mas as mãos de sua irmã a impediram de sair da cama.

— Foi ela quem fez isso com você?

— O que? Claro que não, Alex! Ela nunca me machucaria, de onde tirou isso?

— Ela está chateada com você, pessoas magoadas fazem coisas de que se arrependem depois.

— Não, não foi isso. Ela foi levada, eu tenho que encontrá-la!

— Kara, para! Você quase morreu, as luzes solares te fizeram melhorar, mas você ainda está fraca. Seja lá quem a levou, tinha em posse a única coisa que te deixa vulnerável, se for até lá no estado em que está, você vai acabar morrendo!

— E se eu não for, ela vai acabar morrendo. Alex, por favor...

A agente respirou fundo, sabia que não havia o que fazer, jamais fora capaz de controlar a irmã quando mais novas, não seria agora que aquilo mudaria.

— Certo... Como vamos achá-la?

A kriptoniana sorriu, sabia que poderia contar com Alex, mesmo que às vezes a ruiva tentasse lhe fazer mudar de ideia, sempre estavam juntas quando não conseguia.

[...]

— Supergirl, achou alguma coisa? – J'honn perguntou através do comunicador.

Estavam voando pela cidade naquele exato momento, o caçador de Marte usava de seus poderes psíquicos para tentar encontrar a mais nova dos Luthor, enquanto Kara utilizava de sua super audição e visão de raio-x para tentar encontrar.

— Não! – Seu coração doeu ao constatar algo. – Eu não consigo ouví-la, J'honn...

Sempre fora capaz de ouvir os batimentos da morena, era assim que sempre sabia como encontrá-la se precisasse, mas agora a Supergirl só escutava o som dos carros apressados, as máquinas dos trabalhadores de uma obra ali perto, estagiários digitando rapidamente em um computador. Mas nada dela, simplesmente silêncio.

Até que...

— Supergirl... – O chamado veio em um sussurro quase inaudível, mas a repórter o escutou. Era ela!

— Lena! J'honn, eu a encontrei!

— Espere o reforço chegar, Supergirl.

Mas o marciano verde não obteve uma resposta, tudo o que conseguiu ver, foi o borrão vermelho voando a toda a velocidade pelos céus da cidade.

Voou o mais rápido possível, pousando no telhado da CatCo, olhando ao redor. A voz dela vinha dali.

— Lena?! – Olhou ao redor, dando um passo para trás ao ver a mesma figura que levara sua amada mais cedo. – Onde ela está?! – Apertou as mãos, sentindo a raiva percorrer por suas veias. – O que você fez com ela?!

— Deveria estar mais preocupada com você, Supergirl. – A voz soou robotizada, claro que seja lá quem estivesse por baixo daquele super traje, não queria que sua voz lhe entregasse.

— Eu não tenho medo de você!

— Deveria ter. – A figura misteriosa ergueu os punhos, disparando kriptonita contra a filha de Alura, que desviou usando sua super velocidade.

Se aproximou da figura oculta pela armadura e pelo grosso capacete, ambos revestidos com chumbo, o que lhe impedia de ver quem estava ali dentro.

Com um único soco, seu oponente caiu no chão, mas antes que pudesse fazer qualquer novo movimento, ele se levantou, acertando um soco em seu queixo, que lhe tirou do eixo.

Os espectadores já estavam aos montes diante da CatCo, os helicópteros da imprensa voavam como loucos, afim de capturar o máximo possível da batalha da Supergirl.

J'honn voava ao redor do prédio, tentando a todo o custo penetrar seus poderes psíquicos naquela armadura, mas isso só lhe causava uma enorme dor de cabeça.

Alex assistia tudo ao vivo em um dos jornais, que não paravam de criar teorias sobre quem estaria debaixo daquele capacete.

A heroína conseguiu acertar uma sequência de golpes que desestabilizaram seu oponente, que foi ao chão com um baque surdo, fazendo o concreto ao seu redor rachar com a força que a Supergirl aplicava nos golpes.

O mascarado se levantou, dando uma rasteira na loira e já estava pronto para acabar com aquilo, só precisava de um tiro de seu canhão de kriptonita, mas antes que pudesse fazê-lo, J'honn se juntou à loira, jogando o adversário para longe.

A filha de Krypton se levantou com a ajuda do último marciano verde, sentia seu corpo quente pela adrenalina, seu coração acelerado pela batalha, mas também pela agonia de não saber onde ela estava.

— Alex, ela está no prédio. Encontre-a!

— Entendido, vamos procurar lá dentro!

Ficou um pouco mais aliviada em saber que sua irmã estava lá dentro, procurando por sua amada.

Aquilo lhe distraiu um pouco, e fora pega de surpresa por um golpe na barriga, que lhe fez cair de joelhos, sendo ajudada por J'honn, que outra vez a ajudou a levantar.

Um tiro acertou J'honn, que fora arremessado para longe com tamanho impacto e Kara até pensou em voar para segurá-lo, mas aquela ideia sumiu de sua cabeça quando a dor aguda retornou. O mascarado conseguiu atingí-la com sua maior fraqueza.

A figura misteriosa a manteve imóvel e então vieram os socos em sequência, bem em seu rosto e em todos os lugares que podia acertar.

Os jornais mostravam ao vivo a surra que a Supergirl estava levando, deixando os cidadãos de Nacional City apreensivos por verem a heroína da Terra daquele jeito.

O coração de Alex errou as batidas ao ver a imagem de sua irmã caída no chão, totalmente a mercê daquele ser desconhecido, que não parava um segundo sequer de golpear a garota de aço.

Kara sentia suas forças se esgotando, já não tinha mais energia para se livrar das pancadas, mas em um último ato de heroísmo, conseguira arrancar aquele capacete e se surpreendeu ao ver quem era.

— L-Lena...?!

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora