| Capítulo Trinta e Seis |

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Nacional City, 29 de Outubro de 2016

A única coisa que se ouvia pelos corredores eram os passos apressados dos agentes que levavam a Supergirl até a enfermaria. Não sabiam se poderiam fazer alguma coisa, assistiram a tudo nos jornais e viram o exato momento em que ela caiu.

Não diriam em voz alta para não deixar Alex ainda mais nervosa do que ela já estava, mas apenas um milagre poderia ajudá-la naquele momento.

O coração da ruiva batia acelerado, estava tão nervosa que sequer teve permissão de entrar com a irmã e utilizar de seus conhecimentos médicos para ajudá-la, teve de esperar do lado de fora.

Andava de um lado para o outro, como se aquilo fosse fazer o tempo correr mais rápido e alguém vir lhe informar mais rápido.

Ouviu seu celular tocando, pegou o aparelho e o nome da mãe piscando no visor e fez se lembrar que a cidade inteira viu quando a Supergirl caiu, com certeza não seria diferente com sua mãe.

Respirou fundo antes de atender, colocando o aparelho no ouvido e antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, a voz da mais velha soou do outro lado da linha.

— Como ela está?!

— E-Eu não sei...

— Como não sabe? Você não está com sua irmã, Alex?!

— Não me deixaram entrar na sala, mãe. Ela estava muito machucada quando eu a vi, eles estão cuidando muito bem dela e dando o máximo para que ela fique bem, mãe.

— Estou indo à Nacional City, chego aí no fim do dia!

— Mãe, não precisa...

— Eu quero estar aí com as minhas filhas, Alex! Chego no fim do dia.

— Tudo bem. – Suspirou pesadamente, estava exausta e extremamente preocupada com o estado de saúde de sua irmã.

— Como você está, minha querida?

— Vou ficar bem quando ela estiver bem, mãe.

O silêncio se instalou entre elas, não foi preciso dizer mais nenhuma palavra, elas se entenderam, mesmo que por telefone, mesmo que sem dizerem uma palavra. Elas sabiam.

— Eu te amo, querida!

— Eu também te amo, mamãe.

Desligou bem a tempo de ver Winn e J'honn se aproximando cautelosamente.

— Novidades?

— Nada, até agora ninguém veio dizer nada. – E então ela se virou para o marciano verde. – Por que a deixou cair?! Você podia ter segurado ela, devia ter segurado ela!

— Eu só atendi ao pedido dela...

— O que? Como assim?

— Quando estava caindo, eu fui até lá para pegá-la, mas sua irmã me disse para salvar a Lena.

Sabia que aquilo era verdade, nem mesmo estando com a vida por um fio, sua irmã perdia a mania de querer salvar os outros ao invés de si mesma.

— Eu tenho certeza que disse... – Murmurou. – Mas ela tentou matar a minha irmã, não faria a menor falta de caísse daquele prédio!

A surpresa não foi apenas de J'honn, até mesmo Winn arregalou os olhos desacreditado com o que ouvira.

— Você está dizendo isso da boca para fora, só porque está assustada e com medo, não deseja de verdade que fosse ela no lugar da Kara. – Winn se pronunciou. – Mesmo que ela tenha cometido um erro, isso não é o suficiente para desejar a morte de alguém, todo mundo erra, Alex! Vocês são amigas, e eu sei que vão superar isso, ela ainda é a nossa Lena.

— E quem é a nossa Lena agora?! Porque sinceramente, eu não sei mais quem ela é!

E bem naquele momento, um dos agentes passou pelo corredor, empurrando a maca que acomodava a mais nova da família Luthor, ainda desacordada pelo sedativo.

— Como ela está? – A pergunta viera de Winn.

— Os médicos disseram que não atingiu nenhum órgão vital, o que foi uma sorte enorme. Cuidaram do ferimento e ela vai se recuperar. – O agente respondeu.

— E para onde está a levando? – Alex questionou.

— Para a cela, apesar de tudo, ela ainda tentou matar a Supergirl e vai ficar detida aqui no DOE. – J'honn respondeu, dando o sinal para que a levassem até a cela.

Danvers observou enquanto os dois sumiam de seu campo de visão, e só então voltou a olhar para J'honn.

— Por quanto tempo vai manter ela aqui, J'honn? Você sabe que o DOE não foi feito para manter humanos prisioneiros.

— A não ser que esse humano tenha tentado matar a garota de aço. Eu sei o que estou fazendo, agente Danvers, e eu espero que saiba também, ou teremos que rever algumas coisas aqui dentro!

E dito isso, ele se retirou.

[...]

Os jornais estavam enlouquecidos, já fazia mais de quatro horas desde que o mundo vira a Supergirl cair e até agora ninguém sabia nada sobre seu estado de saúde.

Muitos chegaram a noticiar a perda da maior heroína que Nacional City já tivera, e muitas pessoas acreditaram naquilo, pelo menos até Cat Grant entrar na jogada.

— Cidadãos de Nacional City, aqui quem fala é a sua garota, Cat Grant. – Dizia para todos em uma transmissão ao vivo, que era exibida em todos os dispositivos móveis, televisões e até mesmo no telão do centro da cidade. – Eu sei que muitos de vocês estão com medo e estão assustados com a notícia recente sobre a perda da Supergirl, mas eu posso afirmar a vocês, ela não está morta! Mesmo que percamos a garota de aço, ela continua viva em cada um de vocês, em cada coração pulsante que sempre acreditou nela. A Supergirl vive em vocês, mesmo que algum dia ela não esteja mais aqui para nos proteger. Mas por enquanto, não podemos deixar que se apague o ensinamento mais importante dela: Ter esperança. As coisas vão melhorar, mas enquanto isso não acontece, todos nós somos Supergirl!

E enquanto Cat Grant enchia o coração da cidade de esperança com suas sábias palavras, no DOE chegava a notícia que seria responsável por acabar com a esperança de Alex.

— Agente Danvers... – A responsável por sua irmã chamou e Alex se levantou imediatamente, sendo acompanhada por Winn.

— Como ela está?! – Estava apreensiva, seu coração estava apertado e a expressão no rosto da outra não ajudava em seu estado.

— Eu sinto muito, nós fizemos todo o possível, mas ela não resistiu...

Três palavras foram o suficiente para mudar tudo, três palavras com o poder de destruir o mundo ao redor de Alex.

Acabou. Era isso.

Ela não resistiu!

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora