| Capítulo Treze |

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Nacional City, 07 de Fevereiro de 2016

O dia passou mais devagar que o normal, isso ou Kara estava louca para chegar em casa e descansar um pouco. Se sentia exausta e apesar de ter lavado as mãos com uma dedicação maior do que o de costume, ainda a sentia um pouco pegajosa.

Estava terminando de organizar as páginas de seu artigo sobre a lei de anistia alienígena que a presidente do estado estava planejando implementar nos próximos anos de mandato. Kara não podia se sentir mais orgulhosa por ter votado naquela mulher!

Ouviu uma notificação em seu celular e o pegou pra chegar, exibindo um sorriso automático ao ver o nome de Lena brilhando na tela.

Lena: Oi, Kara! Como você está? Só queria saber se está tudo certo para hoje a noite.

Suspirou pela milésima vez desde que abriu os olhos naquele dia e digitou uma resposta para ela.

Kara: Oi, Lena! Sim, nós estamos muito animadas, mas...

Lena: Mas? Kara, você não pode dizer um "mas" no final de uma mensagem e não completar o mais rápido possível!

Danvers riu ao imaginar a careta dela ao mandar aquela mensagem. Não viu quando Mon-El se aproximou a passos cautelosos, nem mesmo quando ele se recostou em sua mesa.

Kara: Eu só iria perguntar se teria algum problema se a Alex levar a namorada junto. Ela acabou de chegar de uma pequena viagem, foi visitar os pais, mas a coisa não saiu como deveria e agora ela está um pouco desanimada...

Lena: Oh... Sinto muito em saber disso, mas relações familiares são sempre muito complicadas, digo isso por experiência própria.

Kara também pôde imaginar perfeitamente a expressão dela ao escrever aquela mensagem, poderia dizer que sorriu ironicamente e balançou a cabeça em descontentamento.

Mon-El a olhou curioso, estava ali chamando por ela há pelo menos dois minutos, mas Kara parecia estar inerte em um mundo só dela, um mundo onde ele sequer existia.

— Kara? – Tentou outra vez.

Lena: Diga à Alex que nem precisava perguntar, quanto mais amigas, mais divertida fica a "festa do pijama".

Kara: Você não imagina como isso vai deixar a Maggie feliz, vou avisar a Alex agora mesmo!

Lena: Fico feliz em ajudar os amigos. Até mais tarde, Kara!

Kara: Até, Lena...

Queria poder voar até lá agora mesmo, não sabia dizer o que estava acontecendo, mas ela ansiava por vê-la, estava confusa com todo aquele turbilhão repentino que sentia.

Ergueu o rosto, se assustando ao ver Mon-El ali, ele tinha cara de poucos amigos e não parecia nada feliz em ter esperado tanto para ter sua atenção.

— Mon-El, que susto!

— Eu estou te chamando há tempos, saberia disso se não estivesse tão ocupada trocando mensagens com a sua nova amiguinha.

Kara apertou os punhos com força, não era a favor da violência gratuita, mas se ele continuasse com, seja lá o que era aquilo, ela não se importaria em deixar esse pensamento de lado.

— O que você quer?

— Eu fui até sua casa hoje de manhã, mas você não estava lá.

Ah, eu estava sim, só não estava com vontade de te atender mesmo – pensou ela.

— O que foi fazer na minha casa?

— Fui até lá para te levar o café da manhã, e também para me explicar sobre a outra noite.

Não, ela não queria explicações, não queria saber sobre como ele se sentiu deixado de lado pela mulher que ama, de como se sentiu abandonado e trocado, porque ele não sabia como era aquilo. Ela sabia. Sabia por culpa dele.

— Kara! – Cat lhe chamou e Danvers quase agradeceu a Rao pela interrupção de sua chefe.

— Estou indo, senhorita Grant! – Pegou sua caneta e um bloco de anotações, indo rapidamente até a sala de Cat. – Estou aqui, em que posso ajudá-la?

A mais velha ergueu o olhar por trás das lentes dos óculos que escorregavam por seu nariz perfeito e o tirou do rosto, arrumando a postura. Pelos primeiros segundos, ela se manteve em silêncio, apenas a analisando.

— Sente-se! – Mandou e prontamente foi obedecida. – Agora eu quero que acene em concordância e anote qualquer coisa nesse seu bloquinho inútil, como se tudo o que eu estivesse dizendo fosse a coisa mais importante que já ouviu na vida.

— O que? – Não estava entendendo o que a outra queria dizer com aquilo.

— Eu reconheço uma mulher importunada há quilômetros de distância, querida. Aquele homem é o seu namorado, suponho eu... – Não soube bem o que responder, ela ainda não sabia como rotular aquilo. – E ele estava claramente te importunando no trabalho. Agora, eu posso chamar a segurança agora mesmo e ele será colocado para fora daqui, ou você o deixa plantado lá fora esperando até que se canse e vá embora. Ou a minha opção favorita... Dê um ponto final nisso, não deixe aquele homem roubar a sua paz!

Cat tinha razão, ela sempre tinha razão! É por motivos como esse, que Kara adorava o trabalho na CatCo, não importa qual situação estivesse passando, Cat Grant sempre a fazia se sentir melhor com seus conselhos preciosos.

— Tem razão!

— Querida... Eu sempre tenho! – Sorriu ladino, a dispensando e Kara encheu-se de coragem, saindo da sala de sua chefe.

Mon-El ainda estava ali, esperando por ela ainda mais impaciente do que estava quando chegou.

— Até que enfim, será que agora você tem tempo para mim? Você está me deixando de lado desde que voltei, está me abandonando.

Kara sentiu o sangue ferver. Não, ela não faria aquilo, não em seu local de trabalho.

— Esteja na minha casa amanhã a tarde, vamos resolver isso de uma vez por todas.

— Por que não hoje a noite?

— Eu tenho um compromisso a noite.

— E esse compromisso envolve uma certa Luthor?

— Amanhã, Mon-El! – Recolheu suas coisas e se retirou antes mesmo de ele pensar em seguí-la.

Ela iria mesmo dar um fim naquilo, mas tudo o que menos queria naquele momento, era que Mon-El estragasse seu bom humor e sua animação.

Não! Ela iria colocar as cartas sobre a mesa!

STAY | Supercorp/KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora